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Entrevista | SaiR «Gosto do equilíbrio entre a eletrónica e o som de instrumentos convencionais»

Ruben Allen, músico e produtor do Porto, conhecido pelo meu projeto designado como SaiR, lançou recentemente o seu disco de estreia pela editora norte americana Omega Supreme Records, uma das editoras mais respeitadas atualmente na cena do funk moderno.
Conversámos com o Ruben Allen que nos falou do seu projeto SaiR.

Como surgiu o projeto SaiR?
A minha ligação com a música tornou-se seriamente forte quando comecei a tocar bateria, talvez com uns 12 anos, durante muito tempo estive envolvido em diferentes projetos como baterista, todos eles com uma forte componente funk. A verdade é que sempre senti a necessidade de fazer mais em cada projeto do que me limitar a ser baterista. Sempre tive a tendência para opinar sobre a composição das músicas e tentar moldar as músicas à minha visão das mesmas, o que é claramente difícil quando se trata de uma banda. Há 6 anos atrás estive envolvido num outro projeto e num dos ensaios fui apresentado aos sintetizadores o que se tornou extremamente inquietante, nesse momento percebi que queria aprender a usá-los a fundo e de que se tratavam de “músicos” que tocariam precisamente o que eu lhes dissesse. Foi aí que começou a vontade de trabalhar sozinho.

SaiR — “O meu som é acima de tudo funk”

Como defines o teu som?
O meu som é acima de tudo funk. Se quisermos ser mais precisos podemos chamar-lhe modern-funk que se resume a um som groovy mas relativamente lento comparativamente ao funk das décadas de 70 e 80. A minha paixão pelo jazz e o meu estudo de piano jazz tem uma forte influência e acredito que o meu projeto difere de outro por esse mesma razão.

sair_estudio

SaiR

Quanto ao disco de estreia, o que podemos encontrar nele? 
Acredito que existe diversidade dentro de algo homogéneo… Usei as máquinas e sintetizadores originais da década de 80 combinados com o som electro acústico da guitarra, do baixo eléctrico, ritmos provenientes de caixas de ritmos mas combinados com sons de bateria naturais. Gosto do equilíbrio entre a eletrónica e o som de instrumentos convencionais.

Como surgiu a oportunidade de lançares o disco pela editora norte americana Omega Supreme Records?
A comunidade de modern-funk mundial é consideravelmente pequena, mas existe um forte sentido de apoio mútuo, programas de rádio, podcasts e blogs falam bastante sobre o meu projeto, a informação corre rápido, um dia acordei e tinha um e-mail da Omega Supreme Records a perguntar se estaria interessado em lançar um disco com eles, começamos logo a trabalhar em conjunto.

SaiR — “Gosto de estar fechado no estúdio a gravar”

Quais as tuas ambições na música?
Acima de tudo quero tornar-me um músico melhor, tenho como ambição perceber e estudar o máximo que conseguir e assim criar música com mais qualidade. Não tenho propriamente vontade de tocar ao vivo, tanto é que recuso todos os convites, gosto do lado criativo, gosto de pesquisa e de produção, gosto de estar fechado no estúdio a gravar. Neste momento a ambição é terminar as ideias que tenho para o próximo álbum.

Curiosidade: porquê o nome SaiR?
Durante alguns anos fiz graffiti e a minha assinatura era “Said“ simplesmente pelo facto de gostar das letras, com o tempo comecei a ter vontade de ter uma palavra portuguesa como assinatura e a forma mais simples de o fazer sem me afastar muito da assinatura anterior foi trocar o “d” pelo “R”, e assim ficou. O “R” maiúsculo tem uma função estética mas ao mesmo tempo acaba por distinguir o nome do verbo em termos escritos. Como a maior parte das pessoas que conheço me tratam por SaiR, mais do que pelo meu nome próprio, achei que nada faria mais sentido do que transportar esse mesmo nome para o meu projeto musical.

Acompanha SaiR em: https://www.facebook.com/sairsession | https://soundcloud.com/sairsession

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