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Entrevista | Noiserv

Noiserv ganha forma quando David Santos decide gravar algumas ideias num álbum demo, em 2005. Meses mais tarde, esses três temas são editados na internet, pela Merzbau. Em 2008, Noiserv edita o seu primeiro longa-duração, One Hundred Miles from Thoughtlessness, disco bem recebido pelo público, pela imprensa e crítica.


Já em 2009, sucederam-se as aparições em palcos estrangeiros, nomeadamente na Alemanha, Áustria, Inglaterra, Escócia, contando ainda com a presença em alguns dos mais carismáticos palcos nacionais. 


No início de Julho de 2010, Noiserv editou o EP intitulado A day in the day of the days. Em Novembro deste mesmo ano concluiu a sua participação na banda sonora do Documentário “José&Pilar” de Miguel Gonçalves Mendes, sobre José Saramago, em que escreveu grande parte das letras, das quais “Palco do Tempo” é aquela que tem vindo a ter maior destaque.


Ainda na área do cinema, participou em 2011 no filme “Noiserv {Sessão Dupla}”, de Paulo Dias.


Em 2011, Noiserv estreou a editora LebensStrasse Records com a edição de um 7″ do tema “Mr. Carousel”. Em Abril regressou às edições reunindo num disco duplo o “One Hundred Miles from Thoughtlessness” e o EP “A day in the day of the days” e ainda alguns extras: duas remisturas internacionais e uma colaboração portuguesa para um tema extra “Little Maestro”.

Estivemos à conversa com Noiserv que nos falou um pouco mais da sua carreira. Confira a entrevista.

Curiosidades:
» Um álbum: Radiohead – Kid A
» Uma música: Sigur Rós – Untitled 8
» Um livro: Principezinho
» Um filme: Little Miss Sunshine
» Uma citação: “Nenhuma palavra está completa, nem mesmo em alemão que as tem tão grandes.” Mário Cesariny

Made In Portugal: O seu primeiro álbum teve criticas muito positivas e a cada trabalho que faça, elas continuam a surgir. Como é que se lida com o elogio, de forma a não cair no ‘desleixo’ e a fazer cada vez mais e melhor?
Noiserv: Na minha opinião a única forma de lidar com o elogio é mesmo essa, tentar sempre mais e melhor. O desleixo nunca pode ser uma consequência do elogio, seria uma falta de respeito para nós próprios e para quem elogiou.

MIP: Quando escreve uma letra, qual a sua principal preocupação? Primeiro surge a letra ou a melodia?
NSV.: A principal preocupação é que a letra consiga transmitir um pouco daquilo que senti na altura em que escrevi a canção. A melodia surge sempre primeiro e a letra acaba por surgir dessa melodia.

MIP: Qual a sua relação com a poesia? 
NSV.: Gosto muito!

MIP: Depois de alguns anos a criar e a apresentar canções cantadas em inglês, escreveu o tema “Palco do Tempo”, um dos 15 temas para a banda sonora do filme “José & Pilar” – tema muito bem recebido pelo público. Iremos ouvi-lo a cantar mais temas em português? Ou não sente isso como uma obrigação?
NSV.: Não sinto essa obrigação, mas depois da primeira experiência com o “Palco do Tempo” fiquei com vontade de cantar e escrever também em Português.

MIP: É mais fácil cantar em inglês?
NSV.: Não considero que seja mais fácil, acho que é uma questão de hábito. Dentro dessa lógica, e depois de 7 anos a escrever canções em inglês, é-me muito mais intuitivo fazê-lo nessa língua do que em Português.

MIP: Já atuou na Alemanha, Áustria, Reino Unido…em vários países lá fora – e também nalgumas das salas mais conceituadas de Portugal. Como é atuar lá fora e em Portugal nas salas mais emblemáticas? Alguma vez pensou que seria possível levar a sua música lá fora?
NSV.: Sendo muito honesto, sempre sonhei fazê-lo. Os sonhos não têm limites e permitem-nos imaginar que tudo é possível. Mas sendo mais realista, se há 7 anos atrás, quando gravei as primeiras 3 músicas no quarto, me dissessem que tudo isto iria acontecer, responderia: “Quem me dera!!!”

Actuar lá fora é muito bom, tal como é fazê-lo em Portugal. Não há palavras para explicar o que se sente ao sentir que alguém gosta daquilo que gostamos de fazer.

MIP: Qual o concerto que até à data mais o marcou? Porque?
NSV.: Todos os concertos à sua maneira são especiais. Se apenas pudesse escolher um, escolhia dois; Coliseu de Lisboa, pelas muitas vezes que já tinha sonhado fazê-lo, e o SBSR (Super Bock Super Rock) pelo desafio que foi tocar sozinho no palco principal de um festival enorme perante 20 mil pessoas.


MIP: Habituou o público a concertos com uma componente visual forte. Como surgiu a ideia de criar desenhos enquanto o concerto se desenrola?

NSV.: A ideia surgiu na sequência do artwork disco “One Hundred Miles from Thoughtlessness”, onde senti necessidade de transpor para os concertos o universo paralelo que tínhamos criado, eu e a minha prima Diana Mascarenhas, ilustradora. Depois o conceito foi evoluído concerto após concerto até aos dias de hoje.

MIP: Quais as suas referências musicais?
NSV.: A palavra referência é sempre estranha, prefiro dizer quais são os artistas que mais me marcaram ao longo dos tempos, e dessa forma fazendo uma pequena lista: Radiohead, Sigur Rós, Explosions in the Sky, Jeff Buckley, entre alguns outros.

MIP: Usa muitos objetos, para fazer sons nas suas músicas – nas suas mãos tudo parece que é música – Como é o processo de descobrir sons nos objetos e aplica-los nas músicas?
NSV.: É um processo que não consigo explicar muito bem, mas a base é ter uma pequena garagem onde guardo tudo o que posso, depois é não ter limites na composição e experimentar tudo ao pormenor e gravar quando se gosta.

MIP: Qual o objeto que até ao momento, mais o surpreendeu com um som que conseguiu do mesmo?
NSV.: Hmmm … não há nenhum que seja melhor que todos os outros, há alguns que por gostar mais vou repetindo. Por exemplo, gosto sempre de incluir o abrir e fechar de malas na percussão das músicas.

MIP: Agora que conhecemos mais um pouco o Noiserv, como define o David?
NSV.: O David é igual ao noiserv. Vive da mesma forma, sente as mesmas coisas, ri e chora nas mesmas alturas, são a mesma pessoa.

MIP: Que projetos pode aguardar o público no futuro?
NSV.: O projecto que se segue é a gravação do próximo longa-duração, o sucessor do “One Hundred Miles from Thoughtless” e do “A Day in the Day of the Days”.

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MIP: Como define atualmente música em Portugal?
NSV.: Acho que está num período muito bom, há cada vez mais e melhor música feita em Portugal. E muito importante, acho que cada vez mais o público português admira o que é feito cá dentro.

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