Home   /   Sem categoria  /   Entrevista | Rogério Charraz
Entrevista | Rogério Charraz

Rogério Charraz, músico Português, nasceu em Lisboa mas reside desde sempre no concelho de Sintra. Com vasta experiência como músico, lançou este ano o seu primeiro trabalho a solo “A Chave”, produzido por Alexandre Manaia e com participação especial de Ana Lains, José Mário Branco e Rui Veloso.
Em entrevista o cantautor fala-nos deste seu primeiro disco e dos projectos para o futuro.
Confira:

Curiosidades:
» Um álbum: “In Cité” – Lenine
» Uma música: “Porto Sentido” – Rui Veloso
» Um livro: “O tempo dos espelhos” – Júlio Machado Vaz
» Um filme: “Gran Torino” – Clint Eastwood
» Uma citação: “A vida é feita de ciclos”

Made in Portugal: Rogério Charraz tem contribuído no enriquecimento da música nacional, noutros projectos musicais. Mas para quem não o conhece como se apresentaria? 
Rogério Charraz: Como alguém que trabalha na música há muito tempo, que ganhou maturidade e experiência em projectos colectivos e agora se sentiu preparado para iniciar outra etapa, mais de acordo com a minha personalidade e com os meus gostos musicais.

MIP: O ano passado lançou-se a solo editando “A Chave”. Sempre teve o desejo de gravar um disco a solo?
R.C.: Nunca gostei da expressão “a solo”, porque na verdade estou muito bem acompanhado por produtor, músicos, letristas, etc. Na verdade nunca pensei muito na possibilidade de um projecto em nome próprio, até porque nos anteriores não era a voz principal. As coisas foram acontecendo, ganhando dimensão e quando chegámos a este disco já foi com alguma naturalidade.

MIP: Este disco já estava a ser pensado e / ou preparado há muito tempo ou surgiu de um momento para o outro?
R.C.: Tal como disse na resposta anterior, houve um processo que me conduziu até à gravação deste disco. Quando deixei de tocar com os Boémia, quis continuar ligado à música, e comecei a fazer pequenos bares em formato trio. As coisas foram correndo muito bem, com muito trabalho e com um grupo de seguidores cada vez maior e mais entusiasta. Em 2009 levámos os primeiros originais a um concurso em Almada, e as pessoas gostaram tanto que organizaram um jantar para angariar fundos para o início das gravações… A partir daí só parámos n`A Chave.

MIP: Recentemente apresentou uma nova versão do tema “Um Pouco Mais”, onde conta com a participação do actor Ricardo Carriço. Como surgiu este dueto?
R.C.: Mais uma vez de uma forma muito natural. Conhecemo-nos, tornámo-nos amigos, e na primeira apresentação ao vivo de “A Chave”, convidei-o para cantar comigo um dos temas. Gostámos muito da nossa empatia em palco, e o público reagiu tão bem que repetimos mais algumas vezes, e agora achámos que estava na altura de o registarmos em disco, com um novo arranjo.

MIP: Alguns dos temas do disco tem integrado bandas sonoras de novelas portuguesas. É com agrado que vê a sua música dar vida a personagens?
R.C.: Claro que sim! A televisão, como a rádio e a imprensa escrita, são veículos muito importantes para dar a conhecer às pessoas o nosso trabalho. Sendo um primeiro disco, é uma enorme satisfação  ver cinco dos onze temas associados a séries e novelas televisivas.

MIP: Este primeiro disco é “a chave” que irá dar-nos a conhecer mais discos a solo? Em suma, já pensa num segundo disco?
R.C.:  Sim, não só penso como já estou a trabalhar no próximo.

MIP: Quais as suas influências musicais?
R.C.: O que ouço em casa, maioritariamente, é música portuguesa (Jorge Palma, Rui Veloso, Fausto, Sérgio Godinho, Clã, António Zambujo, etc.) e lusófona (Lenine, Djavan, Caetano, Mayra Andrade, Cesária Évora, Tito Paris, etc.). Também gosto de autores anglo-saxónicos (John Mayer, Sting, James Taylor, etc.) mas sou mais influenciado pelos nossos autores.

MIP: O que pode esperar o público de Rogério Charraz, nos próximos tempos?
R.C.: Nos próximos meses estaremos a promover este novo tema, quer na comunicação social quer na estrada, com vários espectáculos já agendados. No entanto já estou a gravar as primeiras maquetes do próximo, e a compor os últimos temas. Espero que o primeiro “single” surja ainda este ano…

MIP: Como define actualmente a música em Portugal?
R.C.: Como um paradoxo. Do ponto de vista criativo creio que vivemos uma das fases mais pujantes da música portuguesa. Por um lado temos os grandes sucessos de Ana Moura, António Zambujo, Azeitonas ou Amor Electro, por outro temos uma série de gente nova de grande qualidade como Luisa Sobral, Miguel Calhaz, Márcia ou Luiz Caracol. No entanto, a chamada indústria musical está cada vez mais depauperada, é cada vez mais difícil fazer espectáculos nas nossas salas e os apoios estatais são cada vez mais insignificantes. E não estou a falar de subsídios, mas de leis que precisam de ser actualizadas (como a lei dos direitos de autor que ainda prevê cassetes VHS mas não contempla as chamadas “pen”), as salas de espectáculos que não têm programação e muitas nem o material necessário ou o apoio à exportação da música portuguesa…

´
Acompanhe Rogério Charraz em:
Related Article