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Rita Guerra e os 30 anos de carreira: “Obrigado por estarem comigo”
No passado sábado, dia 12 de novembro, Rita Guerra deu o último concerto de celebração dos seus 30 anos de carreira com a Banda de Música da Força Aérea, no Pavilhão Multiusos de Guimarães. Esta foi a primeira vez que a cantora atuou nesta sala.
Rita Guerra - Pavilhão Multiusos de Guimarães

Rita Guerra (foto: Bruno Correia)

 

As portas abriam às 21h00 mas muito antes já as pessoas iam formando filas à entrada do pavilhão. Amigos, conhecidos ou até mesmo entre desconhecidos, as pessoas iam falando da artista. Uns contavam os vários concertos que já tinham visto, outros confessavam ser a sua estreia, outros falavam de tantas outras coisas ou simplesmente queixavam-se do frio que fazia, mas estavam ali, expectantes,  para ver o concerto de Rita Guerra.

As portas abriram e o público foi compondo a sala. Desde de jovens casais de namorados, casais de bodas contadas, solteiros, amigos, avós e netos… Em suma, um público das mais variadas faixas etárias que é fã da cantora.

O concerto tinha início marcado para as 22h00 e à hora anunciada as luzes da sala foram baixando e no palco, tapado por uma cortina, uma luz branca surge. Começa-se por ouvir uma música suspense e vê-se uma sombra a aproximar-se junto da cortina. Faz um gesto, a música pára e a cortina cai. Em palco a estrela da noite; Rita Guerra. O público aplaude enquanto ela se senta ao piano para dar início aos primeiros acordes do primeiro tema da noite; ‘No Meu Canto’. No palco havia uma outra cortina que se foi abrindo e revelando os mais de 90 elementos da Banda de Música da Força Aérea.

“Obrigado por terem vindo”, começa por agradecer Rita Guerra após ter interpretado a canção ‘Deixa-me Sonhar’. E prossegue com uma das canções que “marcaram muito este meu caminho”; ‘Secretamente’, acompanhada pelos músicos que habitualmente a acompanham noutros espetáculos: Pedro Pinto, Daniel Lima, Marco Reis e Gonçalo Santuns.

Aquando de apresentar o primeiro convidado da noite, Rita Guerra salientou que “uma das maiores alegrias, para além de fazermos aquilo que gostamos, neste mundo da música é termos oportunidade de nos cruzarmos com pessoas que para nós são referências”. E apresentou Paulo de Carvalho como “um ídolo” e “a melhor voz masculina deste país”. Juntos cantaram ‘Mundo Inteiro’ e ‘Pormenores Sem a Mínima Importância’. Claro que juntar duas das vozes mais talentosas do país só podia dar num momento sublime e fortemente aplaudido pelo público.

Ora somente ao piano, ora com a Banda da Força Aérea e os seus músicos, seguiram-se ‘Your Song’, ‘Sentimento’, ‘I Thought You Would Leave Your Heart With Me’ e ‘Transformação’. Praticamente à capella, só com o som do contrabaixo, Rita Guerra cantou a canção preferida do seu pai: ‘Nem Às Paredes Confesso’.

Seguiu-se um dos pontos altos do concerto; um instrumental da saga Star Wars tocado pelos mais de 90 elementos da Banda de Música da Força Aérea. Um momento atentamente escutado pelo público e que culminou com uma forte ovação de pé por parte das pessoas que na noite do dia 12 de novembro foram até ao Multiusos de Guimarães.

De regresso ao palco, Rita Guerra chama Héber Marques que referiu ser “uma honra estar a pisar o palco com uma ilustre artista com uma voz incrível”.
Começaram por interpretar o tema ‘Volta’, primeiro tema que o vocalista dos HMB escreveu para o último álbum de originais de Rita Guerra e surpreenderam toda a plateia com a interpretação do tema ‘Bela e o Monstro’. Uma canção que Rita Guerra gravou numa das suas participações em dobragens de animação. Um momento de fazer arrepiar; a voz incrível de Héber aliado à voz de Rita Guerra juntamente com o talento dos músicos em palco, foi um momento mágico.

Seguiu-se a “balada que eu mais gosto de cantar”, confidenciou Rita Guerra antes de ‘Gostar de Ti’. Num momento de boa disposição com os músicos que a acompanham na estrada, cantaram o ‘Fado do Embuçado’.

Rita Guerra terminou o espetáculo com ‘Chegar a Ti’, mas antes agradeceu ao público: “É muito bom chegar aqui. Já passaram 33 anos e é bom ver que o público vai onde eu estou, que me procura e que tem estado presente nestes 33 anos de forma tão carinhosa e muito calorosa sempre por onde nós passámos. Obrigado”. O público aplaudiu efusivamente. “Numa realidade musical onde hoje em dia é cada vez mais descartada, onde pouco se trabalha a carreira, mas sim o sucesso imediato, é bom chegar aqui quase nos meus 50 anos e sentir que estou a meio do caminho. Obrigado por estarem comigo”, salientou.

Ninguém do pavilhão arredou pé e pediram o seu regresso ao palco, e assim foi. Já sem o vestido preto comprido, mas de fato de voo da Força Aérea, a estrela da noite regressou e interpretou com a Banda de Música da Força Aérea um clássico de Frank Sinatra, ‘I`ve Got You Under My Skin’. Deu por terminado o concerto com a canção sempre obrigatória, ‘Brincando Com o Fogo’.

Este concerto, tal como o do Coliseu dos Recreios, foi memorável e surpreendente. Para além de ser importante salientar os arranjos musicais dado aos temas tão emblemáticos de Rita Guerra, tocados de forma tão magnífica pela Banda de Música da Força Aérea, bem como pelos músicos talentosos que habitualmente a acompanham, há que salientar também o incrível desenho de iluminação que transformou o palco num cubo e o facto de cada jogo de luzes abrilhantar ainda mais cada canção.

Foi um espetáculo completamente diferente com que Rita Guerra presenteou os seus fãs, tendo talvez, (de certeza!) surpreendido. Mas uma carreira com mais de 30 anos e recheada de sucessos faz-se assim mesmo; com surpresas, inovações, mas sempre com o mesmo carisma e entrega e um obrigado que não prescinde de dar às pessoas que trabalham consigo, bem como ao seu público a quem distribui autógrafos, fotografias, beijinhos, e sempre um obrigado no final de cada concerto.

Que venham mais 30 anos de carreira!

Texto: Daniela Henriques | Fotos: Bruno Correira

Rita Guerra

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