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Luís Guerreiro dedilhou mais de 20 anos de talento no CCB [reportagem]
Luís Guerreiro atuou ontem, dia 10 de setembro, a solo no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém.

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É após a entrada do guitarrista português, que desta vez foi o anfitrião da noite, e dos dois músicos Flávio César Cardoso e José Marino de Freitas, que tem inicio o espetáculo.

Começa com dois temas do virtuoso Carlos Paredes, “António Marinheiro” e “Verdes Anos”. Seguem-se “Balada da Saudade” e “Vira de Frielas”, tema que arrancou fortes aplausos, sendo já muito conhecido do grande público.
Faz uma pausa no concerto para cumprimentar a plateia: “Boa noite. É a segunda vez que estou no CCB. A primeira foi em 2001”. Aproveita o momento para agradecer a todos por terem vindo, dando enfoque às pessoas que vieram de longe para estarem presentes nesta noite especial.
Para o alinhamento deste espetáculo, preparou instrumentais que foi ouvindo desde muito cedo. Uns de compositores da atualidade e outros de mais antigos.
De seguida, o guitarrista, juntamente com os dois músicos que o acompanharam, interpretam os temas “Voando sobre o meu tapete”, “Canção de Alcipe”, “Variações em Ré”, “Canto de Sereia” e “Ciganita – Corridinho Farense”.

É dado o momento para apresentar e chamar ao palco o seu único convidado para este concerto: Diogo Rocha, um fadista que admira muito e que quis que estivesse presente nesta noite.
Antes da sua atuação, o fadista aproveita para agradecer o convite e referir “que bonito que é ver respeitosos silêncios e merecidos aplausos”. Depois, com toda a “alma fadista”, eleva a voz para interpretar dois fados tradicionais: “Três Fados Dentro de Um Fado” e “Leilão da Mariquinhas”.

Com a saída do fadista Diogo Rocha, regressa-se aos instrumentais, que até seriam suficientes neste alinhamento tal foram o respeito e a vontade de escutar que o público manifestou desde o início do espetáculo, que o canto do jovem fadista Diogo veio enaltecer ainda mais este momento de cumplicidade e de “comunhão de almas” que se fez sentir no Pequeno Auditório.
Seguiram-se os temas “Dona Filipa”, “Quando o Meu Filho Nascer” e “Meditando – Fado Lopes”.

“Chegamos ao fim” – afirma o guitarrista, Luís Guerreiro. Do público, alguém reponde, em tom divertido: “Viemos de longe”, como que manifestando o desejo que a noite não fique por ali.
Luís Guerreiro aproveita este momento de despedida para agradecer, mais uma vez, à plateia e aos colegas e amigos que, não podendo estar presentes, lhe foram enviando mensagens ao longo do dia. Agradece também, e de forma especial, aos músicos que o acompanharam neste espetáculo: Flávio César Cardoso, na viola, e José Marino de Freitas, no baixo. Aos técnicos Hugo Coelho, nas luzes, e Marco Esteves, no som. De seguida, ouve-se “Além Terra”, tema do também guitarrista e compositor Mário Pacheco, que Luís Guerreiro confessou apreciar muito.
É perante fortes aplausos e com a plateia de pé que os três músicos agradecem e saem de palco. Mas é também com e por eles que regressam para os dois encores da noite.

À saída da sala, ouviram-se comentários como: “genial” ou “ele é um virtuoso da guitarra”. E de facto, foi isso que demonstrou, uma vez mais. Neste espetáculo reuniu temas que representam mais de vinte anos de uma carreira também ela feita de acompanhar alguns dos mais importantes fadistas da atualidade, como Carminho, Katia Guerreiro, Camané, António Zambujo, entre outros.

Refira-se que, este concerto integrado no Ciclo Há Fado No Cais, uma co-produção CCB, EGEAC e Museu do Fado, não é o primeiro em que o guitarrista português se apresenta a solo. Este ano, Luís já havia tido oportunidade de dar a conhecer a sua arte e o seu talento em Buenos Aires e em Bogotá.

Para 2017 aguarda-se o lançamento do seu primeiro trabalho a solo.

Texto e fotos: Joana Constante

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