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Terços de Fado, a “alma” de Tânia Oleiro no Museu do Fado
“Terços de Fado”, eis o disco de estreia da fadista Tânia Oleiro, apresentado no Museu do Fado, no passado dia 22 de novembro. Para este dia especial, conseguiu reunir, para a acompanhar, quase a totalidade dos músicos que fizeram parte da gravação.
Tânia Oleiro - Terços de Fado

Tânia Oleiro

 

 

Com um auditório cheio, com o primeiro terço de músicos – Ricardo Parreira, Marco Oliveira e Francisco Gaspar, já em palco, a fadista entra e começa a apresentação. “Finalmente consigo apresentar-vos um registo representativo da minha alma” – é assim que Tânia Oleiro, depois de interpretar o primeiro tema, “Fado Lenitivo”, mostra o seu contentamento pela concretização deste primeiro trabalho discográfico, há muito esperado também pelo seu público.

“Terços de Fado”, editado pela recente editora Museu do Fado, em parceria com a Fnac, é no fundo uma representação dos quinze anos de carreira da fadista. Aliás, são disso exemplo os nove músicos convidados para a gravação do disco, que Tânia Oleiro escolheu pela afinidade e porque todos eles são cúmplices do seu percurso. Os três terços em que se divide este trabalho simbolizam, tal como a fadista referiu: os “sítios onde canto habitualmente, primeiro Mouraria, depois Alfama e o terceiro terço abrange todos os outros”.

Seguiram-se “Brincos para Brincar”, o primeiro fado que aprendeu e que cantou pela primeira vez aos sete anos de idade numa festa de escola, e “Nova Rosa da Mouraria”, da autoria de Marco Oliveira.

Chega a altura de apresentar o segundo terço de músicos. Entram em palco Pedro de Castro (guitarra portuguesa), José Elmiro Nunes (viola de fado) e Francisco Gaspar (viola baixo) para acompanhar a fadista nos temas “Amor, sou Tua”, “Queira ou não Queira” e outro inédito “Pensa em Nós Dois”.

Já com o terceiro terço, Bernardo Couto (guitarra portuguesa), José Elmiro Nunes (viola de fado) e Daniel Pinto (viola baixo), Tânia Oleiro interpreta temas como “Silêncio”, um fado que a acompanha há muitos anos, “Casamento da Rita”, uma sequência do “Namorico da Rita” ou “Fora de Horas”.

“Estamos a chegar ao fim”- refere Tânia Oleiro, aproveitando o momento para os agradecimentos finais: “À equipa das luzes, ao engenheiro de som, Rui Guerreiro (quem gravou e misturou o disco), ao fotógrafo e designer do disco, Francisco Carvalhal, ao Museu do Fado, aos músicos, ao produtor Tiago Montes, que desde o primeiro momento me ajudou na concretização deste primeiro trabalho, a cada um de vós por ter pedido tantas vezes para que eu gravasse, e os últimos são sempre os primeiros, aos meus pais e à minha irmã.”

Para terminar esta viagem musical, os três terços juntam-se em palco, para acompanhar Tânia Oleiro nos temas de encerramento desta apresentação, que teve direito a encores e a um público completamente rendido aos momentos profundos vividos neste fim de tarde.

Ao longo de cerca de quinze anos, Tânia Oleiro partiu à descoberta de uma matéria prima que ela quis apurar a fim de encontrar a “alma” e gravar este disco. Em Terços do Fado, estão condensados o equilíbrio, o tempo, a herança, a sabedoria, a maturidade, notas com as quais a fadista já habituou o seu público e que agora serão certamente ainda mais reconhecidas através deste primeiro trabalho discográfico.

Texto e fotos: Joana Constante

Tânia Oleiro

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