Estivemos à conversa com os Vira Casaca que lançaram a 16 de setembro “Rancho da Santa Fé”, o primeiro disco de originais.
A banda explicou-nos que a demora no lançamento do álbum, após em 2014 terem tido sucesso com o single “Betinhas de Santarém”, se deveu aos processos no mundo da indústria musical, «não são tão rápidos quanto gostaríamos o que acabou por atrasar um pouco o lançamento deste disco».
Definem o álbum “Rancho da Santa Fé” como puro rock ribatejano. «Procuramos ter uma sonoridade própria, um jeito só nosso de exprimir aquilo que pensamos». De referir que o nome do disco está ligado ao local onde os Vira Casaca tem vindo a preparar o disco ao longo dos últimos anos. Quanto ao nome da banda conta que Vira Casaca é um expressão tipicamente portuguesa, «achámos que espelharia bem certas mensagens que queríamos colocar nas músicas». Confidenciam-nos ainda que «éramos para nos chamar os Minotauros da Argélia».
Para o futuro pretendem «fazer mais músicas, gravar mais discos, conquistar mais público e ir cada vez mais longe».
MÚSICA POR MÚSICA
Convidámos a banda a falar música por música do disco “Rancho da Santa Fé”.
Rancho da Santa Fé – Consiste numa mixórdia de temática. Este tema resume tudo aquilo que vai na nossa cabeça e que procuramos transmitir neste disco.
Betinhas de Santarém – As Betinhas de Santarém são uma realidade do ecossistema Scalabitano. Esta canção foi escrita depois de muitos anos reparar nos pormenores, hábitos e modos das betinhas de Santarém.
Amor Não É Tentação – Por vezes o amor pode ter um efeito altamente nocivo na nossa vida.
Sacristia – Consiste num devaneio sexual entre uma beata e um rapaz.
Roxete – Não passa de uma história de engate sobre uma rapariga do Porto chamada Roxete.
Quis o Pai e a Mãe – Esta música descreve a pressão exercida pelos pais na vida de uma filha.
Arroz Doce – Uma vez atuamos nas festas de uma aldeia chamada Velada, em pleno Alentejo, na hora em que foi servido o arroz doce, momento solenemente anunciado ao microfone pela organização, perdemos todo o público que tínhamos. A partir deste episódio surgiu esta música.
D. Sebastião – A crença de que um dia alguém virá para salvar a nação da desgraça foi desde sempre um comportamento tipicamente português. Não acreditamos em milagres, promessas ou profecias.
Metrópole – Procuramos transmitir o ritmo alucinante que muitas vezes certos ambientes citadinos exercem sobre todos nós.
Smoking – Todos nós tivemos, pelo menos uma vez na vida, um baile de finalistas. No entanto, este tem um final diferente do habitual.
Grécia – Este foi o último tema a ser composto para o disco. Resume um sentimento de descrença perante o mundo que nos rodeia. Nunca conseguiremos evoluir se estivermos de costas voltadas uns para os outros.