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X-Wife no CCBeat do CCB: Passado, Presente e Futuro!

X-Wife no CCBeat do CCB: Passado, Presente e Futuro!

Mais do que uma retrospectiva, o concerto olhou para o passado: dos álbuns já editados, Feeding the Machine (2004), Side Effects (2006), Are You Ready For The Black Out? (2008) e Infectious Affectional (2011), só do primeiro se tocaram 3 canções. Os outros tiveram direito a 4 temas de destaque cada; do presente, a inevitável Movin’ Up foi a música escolhida para fechar o concerto (antes do encore); e do futuro: os X-Wife mostraram material ainda não editado, bem humorado, e cantado em espanhol.

Os espectadores foram recebidos por um cenário simples. Talvez se esteja a usar um eufemismo. Não havia cenário. Só instrumentos, “X-Wife” escrito no bombo, e uma sala pouco mais de meia para ouvir a banda do Porto. Se a primeira impressão é de quase ruínas, o que se passou no pequeno auditório do CCB, mostra que os X-Wife estão longe de ser múmias, e ofereceram aos fãs, boa música, bom humor, intimidade, e muito Rock ‘n’ Roll. E quem foi só não viu mais porque as luzes não deixaram e a set list já tinha acabado.

X-Wife @ CCB

X-Wife

Ao sinal do “maestro” Rui Maia, Never Ever abre prometendo que a banda não se vai separar: “Almost 10 years later, we’re still here!” ouve-se no início da música. Sendo factualmente já datado, a verdade, poética, está lá. Eles estão juntos e tal como prometeram na entrevista, “muitíssimo motivados”. Aliás, continuando os versos da oração “Never ever tear us apart” é um manifesto interno cantado para todos. Continuando no último álbum editado, segue-se Keep On Dancing. Entre músicas João Vieira agradece e recorda que há 14 anos atrás, numa sala ao lado, estavam a apresentar o álbum de estreia.

Seguem-se Headlights e Heart Of The World. Vieira enquadra: “Estamos a recordar um disco que é muito querido para nós, o Are You Ready For The Black Out?, que é capaz de ser o álbum com melhores canções e vamos continuar nesse registo.” On The Radio e Fireworks fecham o Black Out.

O público deixa uma Long Distance das cadeiras, agora vazias: acabaram-se as vergonhas a partir de agora é para dançar. E deixa-se também os registos mais recentes. A segunda parte do concerto foi dominada pelos dois primeiros álbuns. Época recordada com humor pelo vocalista: “Na altura dos pins e das t-shirts caveadas. Temos n fotos assim. Vendiam-se imensos pins. Mais do que discos. Agora não se vende nada, nem pins nem discos!”. Gargalhada na sala. Cai Fall, em grande ovação e novo intróito: “Vamos continuar em 2002, quando ainda éramos uns meninos, com pouca barba. Esta música é dedicada a um dos nosso grandes ídolos, Brian Eno. E chama-se Eno, a música.”.

Com Ping-Pong muda-se de álbum novamente e enquanto se afina a guitarra Vieira faz um anúncio e uma advertência: “Podem pedir músicas! Sabiam disso? Mas das que estão na set list”. “Toca a Keep on Moving” veio do meio da plateia para desencadear risos e discorrências sobre mashups e nomes para o novo álbum/single.
Seguem-se Turn It Up, Action Plan e Realize. E pausa-se a retrospectiva. Das músicas novas que estão a passar por transformações, anuncia João Vieira, vão levantar um pouco do véu. Fernando Sousa, baixista, que apenas se imobiliza no intervalo das músicas, anuncia: “Podem escolher uma coisa: o João ou canta em inglês ou em espanhol”. Afinal havia mesmo decisões que cabiam ao público. Entre risos, um “Castelhano!” berrado do fundo da sala foi o voto vencedor. E assim se fez. Com a devida nota do vocalista: “É para curtir, não é p’ra levar a sério!”.

Do futuro ao presente: Movin’ Up era obrigatória, e a banda sabia disso. Apresentada em versão extendida, a música de fecho foi também das mais aplaudidas e cantadas. Depois dos agradecimentos rápidos e fugidios o público pediu mais. “Não precisavam pessoal, nós combinámos que íamos regressar. Mas obrigado à mesma!” ironizou Fernando Sousa. João Vieira repetiu o mote de algumas das escolhas da noite: “Esta dá-nos imensa pica tocar, por isso é que a escolhemos”. Panic e That’s Right fecharam assim o encore. “Só mais uma” pedia o público, o soalho e as palmas, mas as luzes não deixaram. Ficou água na boca para a próxima e para o novo disco. Os X-Wife já tinham avisado “Keep on dancing”.

Texto: José da Gama

Em palco:
João Vieira (voz e guitarra)
Fernando Sousa (baixo e vocoder)
Rui Maia (sintetizadores)
Nuno Sarafa (bateria)

Set List:
1 – Never Ever
2 – Keep on Dancing
3 – Headlights
4 – Heart of the World
5 – On The Radio
6 – Fireworks
7 – Long Distance
8 – Fall
9 – Eno
10 – Ping-Pong
11 – Turn it Up
12 – Action Plan
13 – Realize
14 – —> Nova <—
15 – Movin’ Up

Encore:
16 – Panic
17 – That’s Right

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