Os Buraka Som Sistema tem novo disco, intitulado “Buraka.” Falamos com o grupo, que nos desvendou um pouco mais deste novo álbum, que já se encontra à venda. 

«Buraka está numa constante evolução e chegou a um nível de maturidade»

Made in Portugal: Alcançaram com os álbuns “Sound of Kuduro”, “Black Diamond” e “Komba”, um sucesso tremendo. O que pretendem conquistar com este novo álbum, que ainda não tenham conquistado?
Buraka Som Sistema: Penso que uma banda pretende sempre conseguir chegar a mais pessoas do que já chegou. Nesse sentido, penso que  pretendermos mostrar ás pessoas que Buraka está numa constante evolução e que chegou a um nível de maturidade, que apenas oito anos de carreira podem dar. Temos música mais coesa, mais nossa. Sem géneros.

MIP: O que podem esperar os fãs deste “Buraka”?
B.S.S.: Podem esperar um álbum bastante poderoso. Na nossa opinião, o melhor trabalho de Buraka até hoje. Tem todos os ingredientes habituais e ainda conta com algumas surpresas pelo caminho. É um

trabalho muito explosivo, muito incisivo. Sabe a pouco ouvir o álbum inteiro e isso é sempre uma coisa boa.

MIP: Quando lançam um novo trabalho, tem receio de que o público não goste tanto como os anteriores ou tem convicção no vosso talento?
B.S.S.: Penso que um músico verdadeiro não trabalha pensando no que os outros pensam. Uma das particularidades fortes de Buraka sempre foi fazer o que nós gostamos e se, por mero acaso o público abraçar a nossa música,  então isso é maravilhoso. Cria-se instantaneamente uma ligação emocional com essas pessoas que nos entendem e que gostam do que temos para dar e isso é uma ligação para a vida.

MIP: Habituaram o público a videoclips bem estruturados e diferentes. Como foi colaborar com o Vhils no vídeo do tema “Stoopid”?
B.S.S.: O Vhils é um amigo de longa data que chegou inclusivamente a trabalhar connosco  no nosso inicio de carreira. Os nossos percursos profissionais cresceram paralelamente e fazia todo o sentido trabalhar juntos agora ao fim destes anos todos. Foi engraçado poder fazer parte de uma Obra de arte do Vhils. Tudo o que envolva explodir alguma coisa é sempre divertido.

«vamos ter novidades para o Optimus Alive»

MIP: Neste verão, como habitual, tem dezenas de concertos agendados. O que pode esperar o público da nova tour? Muitas novidades na ‘manga’?
B.S.S.: Pode esperar a habitual energia de Buraka ao vivo apimentada pelas novas música, alguns convidados e complementadas com um espectáculo de luz e vídeo fora de série, tendo a garantia que nos esforçamos ao máximo para dar o mesmo espectáculo aqui ou em Nova Iorque. Podemos indicar que vamos ter novidades para o Optimus Alive (11 de Julho).

MIP: Quando se juntaram, em 2006, era vossa ambição tornarem-se numa das bandas portuguesas mais internacionais de sempre, ou fora algo que nunca imaginaram que pudesse acontecer? Como lidam com este estatuto?
B.S.S.: Houve sempre um interesse em fazer algo relevante na música portuguesa, mas daí a sabermos que iria explodir para o Mundo vai uma distância grande. Sabíamos que a internet podia colocar Buraka noutras partes do Globo, mas acho que ninguém podia prever a loucura que ia ser.
Todos os membros de Buraka são pessoas bastante simples nos seus gostos e na maneira de ver a vida. Nesse sentido, lidar com esse estatuto é fácil. Somos pessoas com os pés bem assentes na terra…a maior parte das vezes.

MIP: Quanto maior é o sucesso, maior é a exigência e a pressão?
B.S.S.: Sem dúvida. Acho que é assim em qualquer área profissional, mas se corres por gosto vais aguentando sem problema nenhum.

«há música em Portugal para agradar a Gregos e Troianos»

MIP: De um modo geral, como avaliam atualmente a música que se tem feito em Portugal?
B.S.S.: Pode-se dizer que hoje em dia há música em Portugal para agradar a Gregos e Troianos. Está de boa saúde e recomenda-se. Na área da Electrónica está muito interessante com montes de projectos a apanhar o comboio de Buraka e isso é muito gratificante.