Gonçalo Bilé é o mais novo “cantautor” da música portuguesa, com um disco onde se ouvir uma fusão de folk, acústico, blues, roots e pop/rock, que resultam num conjunto de canções despreocupadas. Um álbum que descreve o quotidiano e as preocupações normais de uma pessoa normal.
Em entrevista ao Made In Portugal, conheça melhor Gonçalo Bilé e o seu primeiro disco de originais.
Curiosidades:
» Um álbum: blood sugar sex magic (red hot chilli peppers)
» Uma música: Sir Duke (Stevie Wonder)
» Um livro: Soul Music (Terry Pratchet)
» Um filme: FightClub
» Uma citação: “Using no way as way, having no limitation as limitation”
Made In Portugal: O teu primeiro álbum tem sido muito elogiado, muito bem recebido pelo público.
De um dia para o outro, passaste quase do anonimato, para a frente de uma plateia vistosa. Como se lida com esta rapidez de reconhecimento?
Gonçalo Bilé: De uma forma calma, controlada e simpática! É ótimo receber este tipo de reconhecimento depois de um percurso já com algum tempo.
MIP: Esperavas que este 1º álbum tivesse o sucesso que está a ter?
G.B.: Sinceramente acho que as pessoas ainda não conhecem o disco na sua integridade e há ainda muito por explorar. Mas sim, sinto-me bastante feliz pelo primeiro impacto ter sido positivo!
MIP: O disco fala sobre o amor, a amizade, e outros tantos temas da vida. Era este o teu intuito – ter um álbum em que as pessoas se identificassem e fizessem dele a banda sonora das suas vidas?
G.B.: O meu objetivo é sempre criar boa música! Considero que isso associado a uma mensagem positiva e acima de tudo percetível, poderá aumentar a probabilidade do disco se tornar de facto uma banda sonora para muita gente.
MIP: O teu 2º single, “Eu Sei Que Tu Sabes” é uma canção de amor, onde dizes: “o amor é coisa simples, nós é que nos perdemos e afinal até sabe bem”.
(Agora falando um pouco como fã) – Quando ouvi este tema pela 1ª vez parei a meio da música para refletir nestas frases. As tuas letras têm uma mensagem “de fundo”. Quando escreves, pensas no que vais escrever, ou sai tudo naturalmente?
G.B.: Eu normalmente tenho uma ideia na cabeça, um tema qualquer que acho interessante desenvolver em texto. Esse desenvolvimento é que pode ou não dar origem a outros assuntos que não tinham sido previamente pensados! Como qualquer projeto alguns são bem conseguidos, outros nem por isso. Já cheguei a escrever letras inteiras em cinco minutos, mas também já levei meses para concluir uma letra! Depende muito… Escrever na língua do Camões é sempre complicado.
MIP: Fizeste uma nova versão do tema “A Rapariguinha do Shopping”, de Rui Veloso. É um dos cantores que te influência no mundo da música? Que mais podes enumerar das tuas influências?
G.B.: Sim. O Rui influenciou gerações e eu não fui exceção! Olha, as minhas influências são bastante abrangentes. Eu gosto sobretudo de bons músicos que se juntam com os seus instrumentos e simplesmente tocam! É claro que há estilos e bandas que me agradam mais e menos. O Blues é a minha raiz. Isso dá-me asas para voar até ao pop, folk, rock, soul, reggae, entre outros.
MIP: Atualmente és o mais novo cantautor em Portugal. Consideras que cada vez mais, um artista precisa de ser autónomo?
G.B.: Nem por isso. Quer se seja artista em nome individual ou banda, é necessário sim dinamismo e força de vontade! Estabelecer objetivos e concretizá-los! Hoje em dia um músico não pode ser apenas músico. Existem muitas outras funções que têm de ser desempenhadas para se chegar a algum lado.
MIP: Para além da música, uma das tuas grandes paixões, é o surf. Numa só palavra, define ambas as paixões.
G.B.: Lifestyle!
MIP: O que nos reserva Gonçalo Bilé para o futuro?
G.B.: Bons espetáculos ao vivo e mais música feita com Amor!
MIP: Como defines, atualmente, a música que se faz em Portugal?
G.B.: Sinto que temos excelentes músicos e de certa forma, cada vez mais unidos. Isso cria condições para que seja desenvolvida mais e melhor música! Acho também que devido a bastantes fatores, esses mesmos músicos se sentem de pernas cortadas para fazer o que quer que seja. Isso atrasa um pouco o processo mas não o impede de evoluir!
Acompanhe Gonçalo Bilé:
» http://www.goncalobile.pt/
