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Entrevista | Porte

O rapper Porte é um músico portuense que atualmente está a trabalhar no seu álbum de estreia a solo cuja primeira amostra é o tema “Falsa Fama”.
Em entrevista Porte fala-nos sobre o seu percurso e o seu primeiro álbum.

Curiosidades:
» Um álbum:  Big Pun – Capital Punishment
» Uma música: Cartola – Preciso me encontrar
» Um livro: A Man of Honor – The Autobiography of Joseph Bonanno
» Um filme: A Bronx Tale
» Uma citação: “Men lie, women lie, numbers don’t”

Made in Portugal: Para iniciar esta entrevista, começa por nos falar um pouco do teu percurso. O que te levou/incentivou a entrar no mundo do hip-hop?
Porte: Desde miúdo sempre me interessei por Musica! Sempre adorei cantarolar as musicas que ouvia em casa na radio, absorvia tudo o que andava no ar e numa idade já mais rebelde com cerca de 11-12 anos tive o primeiro contacto com o Hip-Hop, que foi na vertente do Break Dance. Lembro-me perfeitamente que na altura me apaixonei, pois vi no Hip-Hop uma liberdade de expressão e um espaço único que mais nenhuma cultura tem, uma vez que nos podemos expressar através de Break Dance, Grafitti, DJing e  MCing. Entretanto foi só uma questão de tempo até que a minha Paixão pela musica e o destino fizessem a união.

MIP: Tens feito parte do grupo Gatos do Beko, mas agora apresentas-te a solo com “Falsa Fama” – o single de apresentação do teu primeiro disco. O que te levou a envergar num projeto a solo?
Porte: O nosso grupo Gatos do Beko tem um estilo muito próprio, é Rap Hardcore com o seu quê de Gangsta Rap. Nos meus trabalhos a solo a historia é outra. Eu não vejo nem imponho a mim próprio regras, faço o que quero e bem me apetece. Divirto-me, sinto-me bem ao não me prender a nada. Faço os meus voos crio os meus temas, faço as minhas analises á vida e para isso dependo apenas de mim. E por isso mesmo enverguei novamente num projeto a solo da mesma forma que o fiz em 2009 com o meu EP “Passaporte”. Funcionar em Grupo e a Solo são coisas completamente distintas e experiencias diferentes, ambas fantásticas.

MIP: O disco conta com a colaboração de Expeão, como produtor do álbum. Como surgiu a oportunidade de trabalharem juntos?
Porte: Eu e o Expeão ja somos amigos há muitos anos e sempre nos identificamos muito um com o outro em vários aspectos não só a nível musical, como na vida em geral. Ele sempre gostou dos meus trabalhos e sempre apreciou o meu estilo chamando-o varias vezes de muito original. Então há cerca de dois anos depois de gravarmos a participação num tema para uma marca Holandesa ele propôs trabalharmos juntos num disco meu a solo, e eu logicamente não podia recusar! Atualmente trabalhamos em equipa a todos os níveis e tenho aprendido bastante com ele. É um musico fora de série!

MIP: O que nos podes desvendar do teu primeiro disco de originais? Já há previsão de lançamento?
Porte: O meu LP vai algo completamente diferente do que já se fez por cá, isso posso assegurar, até porque quem conhece o meu trabalho sabe bem que sou diferente de tudo e como tal isso não vai mudar. No restante,  medida que vou gravando trabalho de forma versátil sem me prender a registo nenhum e a ser feliz no processo criativo, abordar temas diferentes, registos de instrumental diferentes e mesmo a nível de participações fazer o oposto do que é “suposto”.
Quanto a datas ainda não tenho nenhuma uma vez que ainda vou lançar mais singles entretanto.

MIP: A nível internacional, com quem gostarias de gravar? Porque?
Porte: A nível internacional gostaria de gravar com o Jay-Z, e digo o Jay-Z porque outros nomes que gostaria infelizmente já não se encontram vivos. E com o Jay-Z a resposta é simples, porque para além do talento e sucesso que tem seria para mim uma experiencia magnifica acompanhar todo o processo criativo e de escrita lado a lado com ele no Estúdio, dado que ele é dos poucos Mc’s vivos e da historia que não escreve nem compõe fisicamente as rimas e os temas, apenas idealiza e memoriza tudo até á hora da gravação. Ver isso ao vivo e poder participar seria para mim algo sem preço, algo único que me enriqueceria de uma forma inimaginável.

MIP: Porquê o nome Porte?

Porte: O nome Porte surgiu de forma simples por uma surpresa da vida, durante a minha infância e adolescência fui uma criança/rapaz pequeno e baixo até bastante tarde, nunca pensei vir a atingir este tamanho, era algo impensável, e quando cresci foi de repente. Na altura estava a iniciar nas lides do Rap e escolhi esse nome de forma a celebrar a mudança. Hoje tenho muito orgulho na escolha.

MIP: Qual a tua opinião sobre o hip-hop em Portugal?
Porte: Eu gosto bastante do Hip-Hop que se faz em Portugal, poderei ser suspeito uma vez que acompanhei maior parte da grande evolução e do “Bom”, mas sim o que se faz em Portugal é excelente. Temos grandes artistas que nada ficam a dever ao resto da Europa e do Mundo. Temos bandas com percursos brilhantes como os Mind da Gap ou Dealema, e artistas com portfólios invejáveis e carreiras imaculadas como o Sam ou Mundo. A nossa língua é lindíssima e temos vontade de vencer, é só uma questão de tempo até atingirmos o Mundo inteiro e termos o merecido reconhecimento.
As provas estão dadas e os dados lançados.

MIP: Para terminar, deixa uma razão aos que não conhecem a tua música, para a ouvirem.
Porte: Se gostarem de música e a seguir de rap, se gostarem de algo diferente e de artistas autênticos e genuínos então ouçam o que faço, porque o que sou é o que passo para a minha escrita e tudo o que vivo e analiso saí nos meus temas. Nada é imaginado, nem forçado. É tudo natural. Apoiem a musica Portuguesa!

Acompanhe Porte em: https://www.facebook.com/BigPorte
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