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Reportagem Pedro Abrunhosa – Coliseu do Porto | Uma noite, uma viagem de liberdade e cumplicidade
Pedro Abrunhosa começou, na passada quinta-feira, data extra que antecedeu as duas datas primeiramente previstas e já esgotadas, a digressão “Inteiro”, no Coliseu do Porto.

É pouco depois das 21.30h, que se inicia uma projeção no fundo do palco de uma viagem de carro e da visão de alguém a olhar através da janela, numa noite chuvosa. Os músicos vão entrando, um de cada vez, até que no escuro se acende uma luz. Ouvem-se os primeiros acordes de “Senhor do Adeus”, e os primeiros bater de palmas. E eis que surge o protagonista da noite com uma lanterna na mão e que vai direcionando para todos os cantos da plateia presente no coliseu, até chegar ao centro do palco. Uma forma não só de ver o seu público mas também de o cumprimentar. De seguida, interpreta “Pode o céu ser tão longe” e “Viagens”.

“Boa noite, Porto! Bem-vindos ao início desta viagem que será de 3 dias.” Foi assim que Pedro Abrunhosa cumprimentou o seu público e agradeceu o facto de o acompanhar nesta viagem, que já dura há 20 anos. Deixou também claro que o espetáculo era aberto a todos os que nele quisessem participar, e que por isso poderiam cantar, dançar, subir para o palco, fotografar e filmar à vontade, oferecendo como presente a “liberdade” de uma noite repleta de partilha ao som de melodias e palavras por uma viagem única.
Fotógrafos e algumas pessoas deixam os seus lugares e sobem para o palco, juntando-se ao artista, ao som de “Hoje é teu dia”. É neste ambiente de festa, que cada um regressa ao seu lugar e ouve-se “Pontes entre nós”. Fica, definitivamente, edificada a ponte entre a plateia e o palco, ponte essa, que ao longo da noite, se manteve sólida e sem o mínimo perigo de ruir. Seguem-se “Toma conta de mim”, “O melhor está para vir”, “Todos lá para trás” e “Voámos em contramão”.
Pedro Abrunhosa senta-se ao piano para interpretar “Não desistas de mim”, e é neste contexto romântico que da plateia surge um casal que sobe para o palco e que dança ao som desta canção.

Ao longo do concerto, que teve a duração de mais de três horas, ouviram-se temas de amor, como por exemplo: “Momento”, “Socorro” ou “Fazer o que ainda não foi feito”; outros com mensagens políticas, sociais: “Todos lá para trás”, “A.M.O.R”, momento que aproveita para referir que os atentados que aconteceram em Paris foram “um crime contra a liberdade de expressão e não de religião”. Outras de índole de solidariedade – “O melhor está para vir”, hino da “Missão Pijama” escrito e composto pelo artista para a instituição de solidariedade social “Mundos de Vida”; e ainda uma homenagem ao amigo/colega, Jorge Sousa, falecido em dezembro passado, dedicando-lhe o tema “Se houver um anjo da guarda”, acompanhado de fotografias do próprio com a equipa. Neste momento bastante emotivo e aplaudido de pé por todas as pessoas presentes no coliseu, o intérprete referiu, também, que toda a digressão será dedicada a esse eterno elemento.

É depois do tema “Fazer o que ainda não foi feito” e entre fortes aplausos que Pedro Abrunhosa e os seus companheiros saem do palco. Contudo, é também com eles que entra para dar início aos encores, não faltasse ainda ouvir um dos temas mais esperados da noite “Para os braços da minha mãe” e o respetivo convidado especial que também o interpreta: Camané. É com Pedro Abrunhosa sentado ao piano e depois do primeiro encore, “Eu não sei quem te perdeu”, que entra o fadista para interpretar “Ilumina-me” e, de seguida, o já referido tema “Para os braços da minha mãe”. Mas, mesmo num momento de plena ternura, a viagem prosseguiu de novo rumo ao passado ao cantar “Não posso Mais”, “Lua”. E o artista não quis terminar a viagem sem se despedir do seu público oferecendo-lhe o que ele tem de melhor – “Tudo o que eu te dou”, promessa de uma cumplicidade sem fim.

Fotos: Soraia Pereira
Texto: Joana Constante
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