Made In Portugal: Para iniciar esta entrevista, começa por nos falar um pouco do teu percurso. O que te levou/incentivou a entrar no mundo do hip-hop?
Dengaz: Em primeiro lugar, ainda muito novo, o que me fascinou foi a música em geral (com bandas como guns & roses).
Mais tarde comecei a interessar-me mais pelo rap através de uma música que ouvi num filme (que já nem sei qual é). A partir daqui todo o dinheiro que tinha era gasto em transportes para poder ir as lojas de CD´s (especializadas ou não) e comprar as novidades de HipHop, mesmo sem as ouvir primeiro.
Depois comecei a interessar-me por toda a cultura do HipHop, e cheguei a estar ligado ao Graffiti também.
Mas a musica (o rap), foi sempre o que me cativou, e me acompanhou em diversas altura da minha vida, e senti necessidade de me expressar da mesma forma.

MIP: Porque o nome Dengaz?
Dengaz: Desde muito novo que toda a gente que me conhece me chama “Denga” . É um nome que me foi dado carinhosamente por uns amigos angolanos, e que vem de “Candengue”, que significa “puto”, o mais novo. Depois através do calão e de uma maneira particular de falar e da necessidade de distinguir o nome na musica do nome da “rua” surgiu o “DENGAZ” (Diz-se DENGÁZ risos)

MIP: “Haya” é o teu segundo trabalho na vertente do hip-hop. Como o defines?
Dengaz: É o melhor dos dois, muito mais pessoal e sincero!
É um álbum de rap actual, com muitas influências de Reggae, Dancehall, R&B e Pop.

MIP: O disco conta com a participação de grandes vozes nacionais como Dino (ex-Expensive Soul, Nu Soul Family), Carolina Deslandes, Praga (Nigga Poison), NGA e Richie Campbell. Como surgiu estas participações e com quem gostavas um dia de gravar um tema?
Dengaz: Todas estas participações são de artistas que admiro muito profissionalmente e pessoalmente, e a maior parte com quem já trabalhei no álbum anterior, noutras bandas e palcos.
Alguns destes, como o Richie Campbell e a Carolina Deslandes são amigos do dia a dia e frequentadores da minha casa.
Para além do trabalho, o meu santo tem que cruzar com o de alguém com quem vá fazer música.
Em Portugal gostava de fazer uma música com a Aurea, Sara Tavares e com o Rui Veloso.

MIP: ”AHYA” foi disponibilizada gratuitamente a 30 de setembro e até ao momento já ultrapassou os 10.000 downloads. Com as quebras nas vendas de discos e com a facilidade que as pessoas tem cada vez mais em fazer downloads ilegais, consideras que disponibilizar gratuitamente um álbum na internet é o melhor para ambas as partes?
Dengaz: Actualmente penso que sim. Acho que é uma questão de nos adaptarmos ás mudanças naturais dos mercados, dos momentos que vivemos e da vida das pessoas.
Eu sei que neste momento o meu álbum chega a muito mais gente gratuitamente do que se tivesse à venda. Cometi esse erro com o meu primeiro trabalho.
Mas espero chegar a um ponto em que o público também sinta vontade de me recompensar e queira comprar o meu trabalho. Até porque mesmo os álbuns gratuitos para o público tem gastos elevados para serem gravados…

MIP: Para o ano inicias a tour de apresentação da nova mixtape, com banda. O que podem esperar os teus fãs dessa tour que se aproxima?
Dengaz: Estamos a preparar um concerto que os vai fazer saltar, ouvir com atenção e emocionarem-se!
Podem esperar um concerto do qual não vão sair indiferentes.

MIP: Para além da tour, que mais preparas para o ano 2013?
Dengaz: Mais música nova, vídeos e concertos.

MIP: Qual a tua opinião sobre o hip-hop em Portugal?
Dengaz: Acho que está a seguir o caminho natural que seguiu em todo o mundo. Com o atraso normal em tudo no nosso país.
Acho que há muita gente a fazer coisas muito boas.

MIP: Para terminar, deixa uma razão aos que não conhecem a tua música para a ouvirem.
Dengaz: A razão principal é que a minha música fala sobre coisas que todos compreendem.
Todos precisamos de motivação, todos temos um sonho, relações amorosas e problemas.
Isto tudo misturado com melodia e power!