O Made in Portugal esteve à conversa com a banda Vulture que nos falou do passado, do presente e do futuro.
Vulture é constituido por: Gerald no baixo, Casaca na guitarra, Leo na voz e Queiroz na bateria.
Leia a entrevista e conheça melhor a banda.

Made in Portugal: Como surgiu os Vulture?
Vulture: Da forma inocente que surgem as bandas. Somos da mesma cidade já tocávamos antes surgiu a hipótese de nos  juntarmos  e fazer umas musicas e como correu bem continuamos até hoje.

MIP: “Vulture” é o nome do vosso trabalho editado no final do ano passado. Como o definem?
Vulture: Sujo pesado e muito nosso. Conseguimos ver nas musicas as cores, as texturas e muitos outros detalhes de quem vive na nossa região.

MIP: Era um disco já há muito desejado pela banda?
Vulture: Ainda não é um disco é uma etapa, só está disponível uma musica e um vídeo ou seja é o caminho para algo que pode ser um disco, um dvd ao vivo, um documentário ou qualquer outra coisa que nos apeteça fazer. Visto que somos ainda muito pequenos e sem grandes laços a editoras, ou bases de fans ou até agências, podemos fazer o que acharmos correto sem grandes dramas.Mas voltando à pergunta, sim está a ser uma fase que foi muito desejada, nem faria sentido de outra forma.

MIP: Para gravar este primeiro disco transportaram o estúdio até ao Ribatejo, procuraram casas antigas e quintas que pudessem utilizar. Porque esta opção de local para gravarem?
Vulture: Porque musicas gravadas em estúdios profissionais está o mundo cheio e soa tudo ao mesmo. Nós não trazemos nada de novo ao rock, nem á musica, o único elemento diferenciador é o local de onde somos. E quando gravas um baixo numa capoeira cheia de tachos ou uma guitarra numa tortúlia típica garanto que não consegues recriar aquele som porque tudo entra nos microfones que estão a gravar.

MIP: Como é o vosso processo de composição? Cada um tem uma tarefa (um escreve a letra, outro compõe a melodia…) ou fazem tudo junto?
Vulture: Normalmente o Leo (vocalista) traz a letra e algumas ideias para o ensaio ou para o estúdio sendo depois a ideia base completamente destruída e a letra refeita p´lo menos 20 vezes até soar aquilo que consideramos ser Vulture. Acaba por ser a destruição em conjunto de um projeto individual.

MIP: Quais os vossos objetivos enquanto banda?
Vulture: Ser os novos Rolling Stones, mas visto que é uma ideia muito batida se calhar vamos ter de ouvir a nossa sociedade e arranjar “trabalhos a sério”.
Agora mais a sério, continuarmos fieis a nós próprios e a criar coisas das quais nos possamos orgulhar, fazer bons concertos, proporcionar bons momentos a quem gosta de nós e ter muita força para aguentar esta m*rd* toda a que uns chamam País.

MIP: O que pode esperar o público dos Vulture, no ano 2013?
Vulture: Está a ser um ano fixe. Demos alguns concertos, vamos dar mais alguns. Andamos a promover o vídeo “Screaming at the Deaf” e vamos fazer p´lo menos mais um vídeo. Quanto ao resto não sabemos porque nunca contamos com o que não depende de nós.

MIP: Dêem uma razão, para quem ainda não conhece a vossa música, para a ouvirem.
Vulture: Para nós é uma cena que mexe conosco porque estamos a falar do que é nosso e do que vivemos, logo se alguém a ouvir e se identificar com a música, então para nós é meia missão cumprida.

MIP: Como definem atualmente a música em Portugal e abordagem que ela tem por parte das rádios?
Vulture: A música está como sempre esteve. Em Portugal o meio é pequeno, viciado, sujo anda tudo ao molho e a reboque de alguém. Existem boas bandas a fazer boa música, más bandas, bons programas de rádio e maus programas de rádio. Basicamente também já interessa pouco porque as plataformas nas quais ouvíamos música estão a ficar obsoletas, por isso é uma questão de tempo até ninguém se lembrar que um dia houve uma cena com uma antena que era preciso sintonizar e que nos agarrava horas a fio porque só ali é que conseguíamos ouvir aquela música que nos fazia de alguma forma vibrar. Hoje ouvir musica é banal e de borla …