Durante 4 dias muitos foram os festivaleiros que passearam pela aldeia de Cem Soldos e celebraram a música portuguesa. É sabido que o Bons Sons é um festival diferente e acolhedor que capta público das mais variadas idades, oriundos um pouco de cada canto de Portugal, mas nunca é demais frisar este lado que torna o Bons Sons tão único, nomeadamente pela forte aposta na música portuguesa e na divulgação de novos projetos musicais — alguns deles tem vindo a crescer a par e passo com o festival.
Bons Sons é um festival que cruza vários géneros musicais, várias classes sociais, várias gerações… Com a certeza de quem por lá passa, desde festivaleiros a músicos, que este é sem dúvida um festival único e especial. As bandas que por Cem Soldos tem atuado, sejam conhecidos do público em geral, ou novos projetos musicais, guardam certamente o Bons Sons com enorme carinho, pela receptividade calorosa que tem de quem visita o Bons Sons.
32 mil visitantes passaram pelo Bons Sons
Durante 4 dias aturam 50 bandas e passaram pelo festival 32 mil visitantes que assistiram a concertos de fado, música tradicional, do rock, indie, country, hip-hop, da electrónica, do afro-beat e do kitch.
Para além da música houve projectos de artes sonoras, artes plásticas, música para crianças, contadores de histórias, ateliers de instrumentos musicais tradicionais, performance, arquitectura, artesanato entre outras tantas manifestações culturais espontâneas que contribuíram para “mais uma edição de sucesso”, segundo a organização que volvidos 10 anos se orgulha de ser “um marco na paisagem musical e cultural do país”.
Para o ano haverá mais Bons Sons com novos projetos a serem convidados, pois a “música portuguesa fervilha de inovação e qualidade”, salienta a organização.
Bons Sons poderá ser replicado na Galiza
A animadora cultural Sílvia Villar esteve no festival Bons Sons e ficou deslumbrada com o mesmo, ponderando vir a replicar o festival na Galiza, em Espanha.
À agência Lusa Sílvia Villar referiu que “há cerca de dois anos que percorro festivais e outros eventos culturais à procura de um modelo interessante, mas só agora, no Festival Bons Sons, encontrei algo verdadeiramente interessante para replicar nas aldeias onde trabalho”. A animadora cultural natural de Migran, Galiza, considera o Bons Sons “o equilíbrio perfeito entre uma comunidade, a cultura e uma muito boa organização”.
“O palco era mais pequeno!” — gritaram do público
Deolinda no Bons Sons
Os Deolinda foram um dos 1o projetos musicais convidados a voltar à aldeia. O grupo atuou pela primeira vez no festival em 2008 — na altura tinham lançado o seu primeiro álbum “Canção ao Lado” e ainda não eram reconhecidos. Voltaram ao festival 8 anos depois e já com 4 álbuns.
O concerto dos Deolinda era um dos mais aguardados, face ao sucesso que o grupo tem tido, em crescente, e agora com o mais recente trabalho “Outras Histórias”, que é disco de ouro. Entre o público que enchia o recinto havia crianças, jovens e pessoas bem mais maduras. Todos cantaram e dançaram ao som dos sucessos dos Deolinda. Um concerto cheio de energia e boa disposição, tal como o grupo nos tem habituado. Uma festa e uma celebração à música portuguesa num palco bem maior do que quando o grupo atuou pela primeira vez no festival.
Cristina Branco apresentou a sua “Menina” no Bons Sons
Cristina Branco apresentou “Menina”
Cristina Branco presenteou os 10 anos de música portuguesa do Bons Sons ao estrear ao vivo, pela primeira vez, alguns dos temas do seu novo álbum, de nome “Menina”, que irá sair no dia 16 de setembro.
A fadista que já deu a conhecer o single de estreia “E Às Vezes Dou Por Mim” – tema com que iniciou o concerto – revelou ainda outros novos temas de um disco recheado de parceiras. No Bons Sons, onde a fadista revelou estar um pouco nervosa, cantou temas escritos por Jorge Cruz; Ana Bacalhau, Luís Severo, Kalaf, entre outros, interpretando também alguns temas dos seus anteriores discos.
Cristina Branco não podia ter escolhido melhor concerto para apresentar a sua “Menina”. O público do Bons Sons mostrou a sua gratidão ao longo do espetáculo com efusivos aplausos.
LODO saudados em casa
Banda Lodo no Bons Sons
A banda Lodo, natural de Cem Soldos, estreou-se pela primeira vez no alinhamento do festival da terra que os viu nascer. A banda de rock progresso já tinha atuado nas duas ultimas edições no palco Garagem — palco onde qualquer projeto musical se inscreve e apresenta o seu trabalho —, mas neste ano era diferente. A banda ia atuar no palco Eira e era um dos concertos mais aguardados, pois estavam em casa!
Durante cerca de 50 minutos a banda apresentou os temas que integram o EP de estreia editado no final do ano passado, bem como alguns temas novos, sob o olhar atento dos familiares, amigos, habitantes da aldeia, mas também de muitos festivaleiros que ali ficaram a conhecer mais um projeto nacional que apesar de ser um projeto recente e jovem demonstraram imensa maturidade em palco. Lodo são uma banda a seguir nos próximos tempos.
D’alva pediram para voltar… e voltaram!
“Para o ano queremos regressar aqui”, foi assim que Alex D’Alva Teixeira, membro do projeto, se despediu do palco Bons Sons na edição de 2015 depois de um concerto cheio de energia, considerado como um dos melhores concertos daquela edição. E o grupo voltou mesmo a atuar no festival no ano seguinte, desta vez no palco Eira e mais uma vez deram um concerto ‘brutal’ que durou hora e meia. Mas, pela banda e também pelo público, ficariam ali a atuar até o sol nascer! A energia dos D’alva é impressionante e contagiante… Comparativamente ao concerto do ano passado, para além do palco ser maior, há que destacar o crescimento da banda em palco, não só em musicos, mas também de espetáculo e da apresentação do mesmo. Um concerto, uma vez mais, único no Bons Sons.
Mais fotos do Bons Sons aqui.
