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José Cid fala-nos do seu novo espetáculo: «é completamente inovador»
Estivemos à conversa com José Cid que nos falou do seu novo espetáculo ‘Arenas Tour’, do novo álbum que está a preparar intitulado “Clube dos Corações Solitários do Capitão Cid”, do disco que irá lançar em breve em Espanha, da música em Portugal e ainda a polémica em que se viu envolvido.
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José Cid

 

Sobre o seu novo espetáculo Arenas Tour, o que pode o público esperar?
O público pode esperar uma festa em que eu sou o DJ do próprio José Cid, e isto é completamente inovador porque ainda ninguém no mundo fez isto, não é em Portugal, é no mundo. Vou fazer de dj de mim próprio, uma vez que o mundo dos DJ’s – que eu aprecio imenso – está a avançar. Tenho um teclado que tem todos os ritmos que os DJ’s usam e canto as minhas músicas com essa atitude. Isto é um desafio e acredito que as pessoas vão gostar. Vai ser uma festa! Terei alguns convidados, o Paulino Coelho da Rádio Renascença irá atuar antes e depois do meu espetáculo.
Interpretarei todas as canções que o público conhece e mais algumas do próximo álbum “Clube dos Corações Solitários do Capitão Cid”, que será editado em janeiro do próximo ano, também tocarei músicas do meu último álbum “Menino Prodígio”, que foi eleito o álbum do ano de 2015 pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Depois da estreia deste espetáculo em Estremoz, segue-se dia 17 de junho em Santarém, mas haverá certamente mais…
Sim, tenho uma grande esperança de fazer em agosto Póvoa do Varzim, Albufeira, Figueira da Foz. Aliás, a Câmara Municipal da Figueira da Foz já se disponibilizou a ajudar nesse aspeto, são muito meus amigos. Considero também que nalguns sítios será possível fazer dois dias seguidos, até porque é em pleno agosto e as pessoas quando saem das praias querem à noite ouvir música divertida, dançar, cantar, beber umas cervejolas e pronto, alegrarem-se!

Atualmente a maior sala de espetáculos do país é o Meo Arena. Gostava de atuar nesta sala?
Gostava e sei que há pessoas no Meo Arena que viriam isso com bom agrado. O ano passado eles convidaram-me e eu não aceitei porque eu queria levar exatamente este projeto, sendo que metade da administração achou interessante e a outra metade achou muito arriscado.

Ainda sobre concertos, o José Cid tem-se apresentado em formatos diferentes. Fale-nos um pouco dos seus espetáculos.
Por exemplo, há umas semanas fiz três concertos em três formatos diferentes. Um só com teclado numa festa de uma empresa no Porto, depois fui a Coimbra cantar música popular (José Afonso e canções de Coimbra) e depois na companhia da minha banda. Tenho também um formato de jazz que se chama Acid Jazz Project. Este formato está praticamente concluído, pois vou lançar um DVD sobre ele, em que canto numa atitude jazzística música popular portuguesa e temas meus.

E faz ainda dezenas de concertos solidários por ano…
De outubro até maio passei por dezenas de locais e em todas as cidades e vilas por onde toquei voltei seis meses depois para fazer concertos solidários, a custo zero. O objetivo destes concertos é a angariação de fundos para soldados da paz, pessoas necessitadas em cadeira de rodas, e vou continuar a fazer isso, a ajudar pessoas que precisem de mim.

[O novo álbum] será um álbum pop/rock e de baladas

Quanto ao seu novo álbum, será um álbum pop/rock e com algumas baladas?
É isso mesmo. Será um álbum pop/rock e de baladas. “Os Rapazes do Campo e as Meninas da Cidade” é um dos novos temas que já está a passar na rádio. No disco conto uma história engraçada da “Lady Viva”, que espero que não entre em choque por ser um tema um pouco escandaloso.

O álbum em Espanha está quase a sair

Relativamente ao álbum que irá lançar em Espanha…
O meu álbum em Espanha está quase a sair. No dia 1 de junho, que é o dia de aniversário de Marilyn Monroe, o meu primeiro single foi tocado em três televisões e tenho a rádio Nacional de Espanha a apoiar com um tema a entrar na playlist deles, porque gostaram muito.

José Cid — «Sou uma barreira musical»

Sobre a polémica que se viu envolvido, gostaria de acrescentar alguma declaração?
Sou um rapaz de 74 anos mas tenho 14 anos dentro de mim e por isso de vez em quando digo alguns disparates. Os últimos disparates que disse foram há seis anos e, assim sendo, tinha 8 anos nessa altura.
Eu não me vou deixar queimar numa fogueira em hasta pública com as pessoas a rirem-se de mim como se fazia há 700 anos. Não deixo, isso já passou! O facebook é um sítio onde qualquer pessoa diz o que lhe apetece sem responsabilidade nenhuma. Os insultos, as palavras feias, as coisas impensáveis que se dizem nesta rede social sobre mim não são naturais, nem são de transmontanos, os transmontanos não são assim, estão a ser controlados por pessoas da música e do desporto que me detestam, que nunca chegaram aos meus calcanhares a cantar ou a escrever canções e são pessoas que percebem que realmente eu sou uma barreira musical, cultural, humana intransponível para o mundo deles e isso deixa-os irritados. Eu não vou parar por causa disso.

No início deste ano atuou com o Capitão Fausto e também com os Modernos no Musicbox. Como é que foi a experiência de atuar com estes jovens da música portuguesa?
Foi a doer… (risos). Não se esqueça que eu tenho um álbum nomeado como um dos cinco melhores álbuns do mundo de rock progressivo – “10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte”.
Tocámos um tema muito bonito de 1970 que se chama “Pigmentação”, um tema que os Capitão Fausto adoram. Tenho até no meu próximo álbum uma canção que se chama “A Banda dos Capitão Fausto” para lhes agradecer terem colocado no primeiro álbum deles uma canção de nome “José Cid”.

Há gente como o Agir, os D.A.M.A, o Diogo Piçarra, a fazer nova música portuguesa com poesia digna

Que opinião tem em relação às novas bandas que têm vindo a surgir em Portugal? Considera que o futuro da música em Portugal está assegurado?
Sim, acho que sim. Mas atenção, nada de cantar em inglês. Agarrem-se ás boas poesias portuguesas de grandes poetas, ou puxem pelas cabecinhas e façam poesia em português, porque já há gente como o Agir, os D.A.M.A, o Diogo Piçarra, a fazer nova música portuguesa com poesia digna. Não digo que sejam poeticamente obras de arte, mas são boas.

É cantor, compositor, dá dezenas de concertos por ano, como é que consegue gerir tudo isto? É um amor incondicional á música?
Completamente! Este é o meu projeto de vida. Deus deu-me este talento de escrever as canções que escrevo e de ter a voz que tenho.
Olhe, estou neste momento a recuperar a carreira de Mário Mata, esse sim, é um grande poeta, um grande musicólogo e vai aparecer ainda este ano com um grande álbum. A recuperação do nome Mário Mata é inevitável, ele é fantástico.
Eu não sou só o que canta “O Macaco Gosta de Banana”, canto jazz, fado…

Se pedirmos ao José Cid para um dia destes dar um concerto em género de discos pedidos…
Ei-de ter um espetáculo que se chama Discos Pedidos ao José Cid e eu vou cantando as músicas que sei.

Entrevista: Daniela Henriques

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