The Weatherman assume-se definitivamente com o novo disco homónimo como um multifacetado compositor de canções pop. A pop de The Weatherman é um universo diversificado, que deixa revelar uma versatilidade rara que se assume como principal marca de identidade. Nunca a música de Weatherman foi tão auto biográfica, umas vezes íntima outras mundana, num disco onde temas como o amor nas suas múltiplas vertentes e a procura de lugares reconfortantes como processo de auto conhecimento são a principal força motriz.
O novo álbum, disponível a 28 de Janeiro, traz 12 canções pop envoltas numa sonoridade que bebe influências desde a música electrónica até à folk europeia, trazendo uma identidade nova ao percurso do músico do Porto.
Confira a entrevista realizada a Alexandre Monteiro, mentor de The Weatherman, que nos falou sobre o novo disco.
Made In Portugal: Após um ano de pausa, The Weatherman está de volta com o terceiro disco de originais. Como define o novo álbum?
The Weatherman: É o meu disco mais pop e mais auto-biográfico. É um disco em contraste com os anteriores cheio de referências a pessoas e lugares que me rodeiam e inspiram.
MIP: “Weatherman” é o nome do álbum. Alguma razão em particular por o álbum ter nome homónimo?
T. W.: Precisamente por ter uma componente auto biográfica forte, e por outro lado, eu quis comunicar de forma mais directa com o público, sem rodeios. Do género “este sou eu aqui e agora”.
MIP: Este novo disco tem uma sonoridade um pouco diferente dos álbuns anteriores. Tem influências de música electrónica até à folk europeia. Podemos considerar este disco e esta musicalidade uma nova identidade de The Weatherman?
T. W.: Sim. Parti para este disco com a ideia de ser uma mistura entre o que cada um dos meus discos anteriores tinham de melhor, e ao mesmo tempo conseguir sangue novo. Não querendo romper com o que fiz para trás, definitivamente procurei novos caminhos.
MIP: A produção deste álbum contou com a participação de vários músicos conhecidos do panorama musical português. Fale-nos um pouco dessas participações.
T. W.: Contei com a colaboração de músicos que tocam comigo ao vivo e com outros com os quais estabeleci uma relação de amizade, por via de respeitarmos o trabalho uns dos outros. Nuno Sarafa (X-Wife, Best Youth) tocou bateria, João André (ex-Bandemónio, Mónica Ferraz) tocou baixo e produziu este disco, Rui Maia tocou Moog em dois temas.
MIP: O concerto de apresentação do disco irá acontecer no dia 22 de Fevereiro, no Passos Manuel no Porto. Para além de tocar as novas músicas, o que mais pode esperar o público desse concerto?
T. W.: Será o primeiro concerto com a banda completa, queremos fazer uma festa memorável tocando as músicas do disco novo e revisitando canções dos discos anteriores, e mesmo talvez tocando um ou outro inédito. Já temos repertório para fazer um concerto completo, com vários momentos distintos. Teremos também umas surpresas em termos de cenário. Estão reunidas as condições para ser um grande concerto.
MIP: Este disco não tem apoio de nenhuma editora, apenas da GDA (direitos dos artistas). Numa altura em que o pais atravessa uma crise financeira, onde há editoras que fecham as portas ou tem cortes substanciais, onde de ano para ano há uma quebra na venda dos discos, que futuro vê na música em Portugal?
T. W.: Vejo os músicos cada vez a apostarem mais numa carreira independente, pois em muitos aspectos torna-se mais sustentável e até mais seguro. Cada vez mais a música se sente mais nas ruas, directamente nas pessoas, e isso é bom. Uma coisa é certa, muita coisa pode ir abaixo, mas as pessoas vão sempre procurar consumir música.
MIP: Como define actualmente a música em Portugal e a abordagem que a mesma tem por parte dos media em Portugal?
T. W.: Faz-se muita música em Portugal neste momento, e grande parte dela é de boa qualidade, o que é bom. Alguns media vão apoiando a música, muitas vezes graças a algumas pessoas que se guiam pela paixão pelos músicos portugueses e não por outros interesses. Esses raramente sobrevivem.
