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Reportagem | Pedro Abrunhosa – 20 anos de músicas em revista no Meo Arena

Pedro Abrunhosa é sem dúvida um dos cantores que maior êxito detém em Portugal. A propósito da comemoração dos 20 anos do seu álbum de estreia “Viagens” de 1994, o músico Portuense encetou uma digressão no início de 2015 pelas maiores salas do país. Depois de encher o Coliseu do Porto, foi a vez do MEO Arena em Lisboa receber o espetáculo que Pedro Abrunhosa preparou.

A sala cheia viu desfilar ao longo de 3 horas de espetáculo os maiores êxitos da sua carreira, contando com a sua mais recente banda, os Comitê Caviar, além de convidados especiais que abrilhantaram a ocasião.

Tudo começou discretamente ao som de “Senhor do Adeus”, sendo preciso esperar pelo terceiro tema, “Voámos em contramão” para o gelo se começar a quebrar e o público fazer ouvir as suas vozes. Já em “Hoje é o teu dia” todos os fotógrafos foram convidados a subir ao palco e, envolvidos entre os músicos, registarem o momento de festa. Pedro inclusivamente pegou em algumas das máquinas para ele próprio assumir a posição de fotógrafo. Mas não foram só os fotógrafos que tiveram o privilégio de subir ao palco, pois logo na música seguinte o público foi convidado a assumir a posição de Pedro e cantar as “Pontes entre nós”. A enchente do palco foi sem dúvida um dos momentos maiores do concerto e que permitiu a muitos não só interagirem com os músicos, como verem do palco um MEO Arena repleto. “O melhor está para vir”, tema dedicado às crianças e que é sobejamente conhecida pelos mais pequenos pelo fato de ser o hino do dia Nacional do Pijama, comemorado a 20 de Novembro, foi um grito de esperança na noite Lisboeta.

Pouco depois subia ao palco um dos convidados da noite, Mário Barreiros, guitarrista e coprodutor do disco “Viagens” para ajudar numa interpretação muito fiel ao original do primeiro êxito “Não Posso +”. Nesta altura já o público saltara das cadeiras e entre o balançar de cinturas e os coros nos refrões era um elemento ativo do espetáculo.

Seguiu-se então uma secção mais acústica com Pedro Abrunhosa nas teclas a interpretar temas como “Não desistas de mim”, “Toma conta de mim” (dedicado ao seu amigo Jorge Sousa, que precocemente partiu em Dezembro último), “Momento uma espécie de céu” (mais um tema em que a voz do público se fez ouvir) e o soletrado de “A.M.O.R.”, tema do último disco e que serviu de mote para um discurso emotivo sobre atentados terroristas em nome de Deuses que não existem, pois como o músico grita “O meu Deus é Ah eme oh erre”.

O funk de “Socorro” trouxe de volta os ritmos mais acelerados e com o groove de “Stayin’ Alive” dos Bee Gees, foi dada a oportunidade a alguns dos músicos de demonstrarem o seu talento em solos bem conseguidos. Seguiram-se alguns temas dos primeiros discos do cantautor, dos quais se destacaram “Lua”, com Pedro Abrunhosa a andar entre o público, e “Se eu fosse um dia o teu olhar”. Com “Fazer o que ainda não foi feito” demonstrou que não são apenas os temas do passado que fazem o público aceder aos seus concertos, sendo o ambiente de festa proporcionado por esta canção o mote para que os músicos abandonassem o palco.

Para o encore foram deixados temas mais emotivos, começando como “Eu não sei quem te perdeu”, antes de mais um dos momentos da noite: o dueto com Camané do recente êxito “Para os braços da minha mãe”. Mas quem pensava que a presença do fadista se iria resumir a este tema enganou-se, pois este permaneceu em palco para expor toda a potência da sua voz num dueto cheio de emoção do tema “Ilumina-me”.

Tempo para uma ritmada apresentação de todos os músicos que desfilaram pelo palco, uns Comitê Caviar em versão estendida, contando com uma secção de sopro e quatro vozes femininas nos coros, antes do adeus final ao som do maior êxito do artista “Tudo o que eu te dou”, em que o público assumiu a voz principal e deixou os músicos na condição de espectadores.

Por fim a destacar a fantástica produção que contou com ecrãs gigantes, um jogo de luzes a dar ênfase aos locais de destaque e um som invulgarmente bom para a sala, que normalmente apresenta algumas deficiências ao nível acústico.
Já passava meia hora do início do dia 8 de Janeiro quando o palco se despiu e o pavilhão se começou a esvaziar, num misto de satisfação e emotividade, em que por certo a maior parte dos presentes se dirigiram a suas casas com alguns dos temas apresentados no ouvido.

 
Texto: Pedro Pico
Fotos: Anabela Santos Pico

 

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