Na passada noite, um Meo Arena com lotação esgotadíssima recebeu Tony Carreira pelo segundo dia consecutivo, para brindar os presentes com alguns dos inúmeros sucessos dos seus 26 anos de carreira.
O frio que se fazia sentir lá fora, na noite de Outono, ficou fora de portas: a entrada do artista em palco era ansiada, sentimento notório pelo chamamento incessante do público, que em uníssono gritava: “Tony! … Tony!”. Com uma introdução audiovisual, com imagens do cantor projetadas nos ecrãs e uma voz feminina que o descreve como cantor e ser humano, Tony Carreira surge em palco, proferindo um caloroso “Boa noite Lisboa! Boa noite Meo Arena!”.
O concerto arranca com o tema “Tudo por Vocês”, que demonstra a gratidão do artista para com a sua legião de fãs, seguido pela canção “A minha velha guitarra”. Para delírio do público feminino, que predomina como habitualmente a audiência, Tony despe o seu casaco prosseguindo com “O que eu gosto numa mulher“, dedicando-o como homenagem “às mulheres da minha vida, que fizeram de mim o homem que sou”.
A tonalidade da balada romântica “A Saudade de ti” põe à prova a capacidade vocal do público, que responde num coro que provoca arrepio, cantando frase a frase, emotiva e determinadamente, sem falhas. Seguem-se “Não queiras voltar para mim”, “Mesmo que seja Mentira” e “Se me vais deixar”, onde Tony pede (novamente) “essas mãozinhas no ar”, aquecendo a plateia.
Em “Tu levaste a minha vida”, com anjos humanos suspensos em pano de fundo, Tony retira-se de palco para uma mudança de indumentária. Enquanto isso, o público fica a cargo do grupo de bailarinos “Los Vivancos”, que vão preparando o ressurgimento do artista, anunciado pelo ritmo marcante de “A sonhar contigo”.
“Já que te vais” surpreende com as duas acrobatas fazendo manobras num candelabro suspenso em background, sendo cantado em dueto com Yura Silva, cantora de longa data da banda. E nem uma falha técnica faz esmorecer o carinho e apoio do público para com Tony: “Só um grande público podia pegar na canção como vocês, e transformar uma situação destas num grande momento”.
Em “Hoje Menina, amanhã uma Mulher”, o cantor chama ao palco a sua filha Sara para com ela cantar num dueto emotivo, que faz transparecer o grande amor e cumplicidade entre pai e filha, presente no olhar mútuo de ternura, que não fala, mas que tudo diz.
No marcante e animado “A minha guitarra” os músicos demonstram os seus dotes coreográficos, e Tony desafia o público novamente, numa pseudo-battlle para testar quem consegue um maior volume sonoro. A noite de sucessos contínua com o indispensável “Sonhos de menino”, numa versão acústica à guitarra, não sem antes percorrer em medley as baladas marcantes “Se acordo e Tu não estás” e “Depois de ti mais nada”. O mítico “A vida que eu escolhi” serve de mote para o agradecimento aos músicos, bailarinos e a todo o staff, que tornou possível dois dias de espetáculo com casa cheia.
Chega o momento do sobejamente normal encore, que anuncia o final do concerto. A grande balada romântica “Porque é que vens” e o tema de ritmos latinos eletrizantes “Este sabor a ti”, culminam a noite da melhor forma, juntando novamente dançarinos e acrobatas em palco, num espetáculo de luz, som e movimento, que que não deixa ninguém parado.
A segunda noite no Meo Arena foi marcada pela união inquebrável entre o cantor e o “seu” público, que lhe é fiel e devoto numa cumplicidade patente em cartazes, cachecóis e t-shirts, mas mais que isso nos rostos, sorrisos, lágrimas de emoção, braços enérgicos, ovações acesas e gritos de euforia.
Tony Carreira mostrou, mais uma vez, a solidez e a maturidade da sua invejável carreira musical, que conta com 26 anos de sucessos, de canções que tocam corações, marcam vidas e movem multidões, e que irá certamente continuar por muitos mais.