Home   /   Sem categoria  /   Reportagem | Ana Laíns cantou o seu amor a Portugal no Olga Cadaval
Reportagem | Ana Laíns cantou o seu amor a Portugal no Olga Cadaval

O auditório Acácio Barreiros esgotou para receber Ana Laíns na passada sexta-feira no Centro Cultural Olga Cadaval.

As primeiras palavras em palco foram de Maria José Maya, presidente da Associação 8 Séculos de Língua Portuguesa, que apresentou o evento. No âmbito das celebrações dos oito séculos, Ana Laíns subiu ao palco para representar, homenagear e enaltecer a música em português.

“Não sou nascida do Fado” foi o tema que abriu aquele que viria a ser um concerto acarinhado e apreciado por todos os presentes. “Não digo mais nada para já. Tenho muito para dizer mas ainda não consigo!“, disse a cantora após o “boa noite“.
Interpretou “Quatro caminhos”, tendo depois referido ao esgotado auditório sentir-se “chocada pela positiva, ao ver este quadro tão bonito“.

Do seu primeiro disco “Sentidos” editado em 2006 interpretou “Vou trair a solidão”, com letra de Tiago Torres da Silva, “Eu” (Florbela Espanca) e “Roseiral” (Jorge Fernando).

Entretanto pediu à plateia: “vamos celebrar e partilhar o português, e vão cantar!“. “Quando eu era pequenina”, do reportório de Amália Rodrigues foi o tema escolhido por Ana Laíns e recebido com muito carinho pelo público que o entoou num coro bem afinado.
Interpretou “Mi morena”, em mirandês, segunda língua oficial em Portugal referindo “que gozo me dá dizer isto!“.

Ana fez ainda questão de dar espaço aos músicos para presentearem a plateia com um belíssimo instrumental, tendo sido aplaudido com grande efusividade, imediatamente antes de “Condição”.
Seguia-se um dos momentos mais emocionantes do concerto com “Parolagem da vida”, que dedicou ao seu falecido pai.
Já de adufe na mão diz “eu acho que sei tocar isto“, e assim faz também o seu acompanhamento enquanto interpreta “Senhora de Almortão”. Faz uma ligação à música africana ao unir “Mãe preta” e “Barco Negro” de uma forma fantástica.

Laíns finaliza o concerto que deixou parte da plateia entre lágrimas com “Casa da Mariquinhas (Vou dar de beber à dor)”. Mas o público ansiava mais, aplaudia de pé, e entre vários elogios, o actor Ricardo Carriço, presente entre a plateia, pede “Amor a Portugal”, e Ana acede mesmo não sabendo no momento, devido à comoção, toda a letra. Ainda assim, fez sentir todo o seu amor a Portugal, numa belíssima interpretação do tema, que preencheu a sala, e envolveu todos os presentes nesse amor, nessa dedicação, nesse orgulho em ser português.

Não vou esquecer esta noite nunca. Muito obrigada por terem vindo“, disse a fadista imediatamente antes do encore, no qual tivemos a possibilidade de ouvir também dois dos músicos cantar algumas quadras, num Fado Mouraria estilizado, momento de grande animação.
Para rematar o concerto, Ana escolheu “Traz outro amigo também”, de Zeca Afonso, tema que interpretou e que o público acompanhou em uníssono, e apresentando os músicos que a acompanharam, a cantora fez então uma vénia ao seu público e agradeceu mais uma vez. O público entre lágrimas e sorrisos, aplaudia de pé e calorosamente.

À saída, o público tinha dificuldade em seleccionar o momento mais emotivo.
Um concerto único e inesquecível, bem estruturado, e com momentos comoventes e divertidos. Desde o Fado, música popular portuguesa entre outros estilos que influenciam a sua música, Ana Laíns provou merecer a categoria de Embaixadora das Comemorações dos oito séculos de Língua Portuguesa.

Ana Laíns esteve acompanhada em palco por Paulo Loureiro (teclados, baixo e clarinete), Sandro Costa (guitarra portuguesa), Carlos Lopes (acordeão), Miguel Veras (viola) e João Coelho (percussão e bateria).

Texto e fotos: Márcia Filipa Moura 

Siga-nos no Facebook e no Twitter.

Related Article
Banner de Consentimento de Cookies by Real Cookie Banner