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“Camané canta Marceneiro” vence Prémio Manuel Simões para Melhor Disco de Fado
O álbum “Camané canta Marceneiro” foi distinguido pela Fundação Manuel Simões, vencendo, assim, o Prémio Manuel Simões para Melhor Disco de Fado.
Camané @ Bons Sons '15 // Photography by Tiago Alves Silva

Camané @ Bons Sons ’15 // Photography by Tiago Alves Silva

 

O Prémio Manuel Simões, com periodicidade anual, visa distinguir a melhor edição discográfica de fado do ano civil anterior ao da entrega do prémio, foi criado em março de 2017 pela Fundação que tem o nome do editor discográfico.

Na ata, a que a agência Lusa teve acesso, o júri refere ter ponderado a “mestria interpretativa” do fadista Camané, que “resgatou cuidadosamente um dos repertórios emblemáticos do fado”, de um dos seus “mais carismáticos intérpretes” – Alfredo Marceneiro –, sem se deixar confundir ou seguir o modelo, mas antes recriando, propondo o seu próprio registo.

O júri considerou que Camané fez uma “interpretação iluminada” de um dos repertórios matriciais do fado, numa “equação excelente com o acompanhamento instrumental”.

A ata refere ainda que o álbum premiado “evidencia a faceta artesanal e de afetos, património indissociável do fado”, e Camané, “figura absolutamente maior do panorama fadista”, fá-lo “de uma forma natural, sem artifícios nem recursos exógenos, antes na suprema simplicidade fadista, da qual é mestre”.

“Plena”, é como o júri qualifica a interpretação de Camané em “Camané canta Marceneiro” no qual “se revelam todas as notas musicais, a emoção, a capacidade de encontrar a musicalidade das palavras e imprimir-lhe um cunho próprio, sem exageros, de forma contida, autêntica e inteira”. O júri reconhece ainda no fadista a “validação da tradição”, sem que ”tenha ficado preso a ela”.

Ao revisitar o repertório do fadista que criou “A Casa da mariquinhas” e ao ter convidado Carlos do Carmo para participar no CD – com quem canta “A casa da camareira” –, Camané estabelece “uma linguagem artística”, que se traduz na forma como as “sucessivas gerações passam o testemunho e contemporizam o fado, que é sempre novo”.

“Camané canta Marceneiro” foi editado em 2017, produzido com produção de José Mário Branco e edição da editora Warner Music.

O prémio será entregue numa cerimónia que deverá realizar-se em outubro deste ano.

O júri decidiu ainda destacar o mérito das edições discográficas “Amália.Fados´67” e “Amália. Coliseu 1987”, ambos editados pela Valentim de Carvalho, assim como o álbum “Recordar Ana Rosmaninho”, com edição do Lagar da Música, por “resgatarem para a atualidade repertório essencial à tradição e à prática fadista”.

Compunham o júri a fadista Julieta Estrela de Castro, a apresentadora de televisão Margarida Mercês de Mello, a responsável do Museu do Fado, Sara Pereira, o realizador de rádio Edgar Canelas e o jornalista Nuno Lopes.

Fonte: Lusa/fim

Ouve o disco “Camané canta Marceneiro”:

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