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Coração Noir falam Música Por Música de “Jogo de Sombras”
Os Coração Noir são: Pandora (voz), Bruno Vicente (guitarras), Jaime Oliveira (piano e teclados), Vasco Corisco (baixo) e Pedro Marques (bateria). Recentemente a banda lançou “Jogo de Sombras”, o primeiro álbum dos Coração Noir.
Coração Noir - Jogo de Sombras

Coração Noir

O “Jogo de Sombras” é o resultado de dois anos de trabalho em que a banda percorreu todas as fases; da escrita das letras e composição das músicas aos arranjos até à gravação e produção. Define este álbum como «um conjunto de músicas muito nosso e muito variado, com um fio condutor que lhe dá homogeneidade. Esse fio condutor está quer nos textos, quer em determinados elementos dos arranjos musicais».

Referem que o nome do álbum se deve aos «fortes contrastes de luminosidade com as respetivas sombras» fazendo parte da narrativa do filme Noir. «Uma estética que procuramos associar aos Coração Noir, quer a nível visual, quer nos igualmente fortes contrastes sonoros que percorrem as músicas – o som também pode ser feito de luz e sombra», salientam.

Coração Noir chegou ao público em outubro do ano passado através do single de título homónimo, tema que integrou a banda sonora da telenovela “Coração D’Ouro” emitida pela SIC. Atualmente o segundo single “Ficar” integra a telenovela “A Impostora” da TVI.

Dizem ser «uma grande honra participar em produções cujo valor é reconhecido nacional e internacionalmente». O facto de serem produções televisivas líderes de audiência dá uma enorme satisfação à banda por saberem que muita gente os ouve todos os dias, «embora muitas vezes os espetadores trauteiem as músicas sem saber quem somos», desabafam.

Para o futuro os Coração Noir pretendem levar o álbum para o palco, «tocar ao vivo é um prazer descomunal». Revelam que já têm em mente o segundo álbum, «mais uma aventura para este ano e o próximo», concluem.

Ouvir Coração Noir

Desafiámos a banda a falar de cada canção que integra o álbum de estreia. 

Música Por Música

Coração Noir – Uma letra sem título sobre os enlaces e desenlaces do coração, que quando apaixonado e em estado de overdose se ausenta por largos e ansiosos momentos da dose diária de realidade… Composta sobre um arpejo de guitarra inspirado na sonoridade de Johnny Cash, deu origem ao tema homónimo do grupo.

Ficar – A música do Ficar nasceu do riff inicial de guitarra, cuja continuidade foi desenvolvida em grupo durante os ensaios. A letra fala da fase de maturidade do amor, em que a violência da paixão dá lugar à acalmia de um desfrutar pleno sem convulsões.

Engano – A cidade… Ou como fugir dela e das multidões. Neste caso o instrumental veio primeiro, o início sombrio dá origem a uma doce melodia que serve de base a uma letra em estado de reflexão sobre o deambular citadino, olhar o mundo de frente e reflectir sobre as vagas de gente que assombram o quotidiano… Valerá a pena?

Amena Vertigem – A parte musical desta música surgiu de uma brincadeira em que procurámos inspiração numa fonte aparentemente inusitada – as bandas sonoras dos filmes de John Carpenter. Assim nasceu a introdução da música. Depois veio o resto. Quanto à letra, conta-se a história de uma personagem que procura fugir de um passado que a atormenta, mas sem saber muito bem como fazê-lo. Os versos vão descrevendo essas tentativas de fuga.

Violeta – Os excessos! Esta “Violeta” existia em letra antes do fenómeno televisivo com o duplo ‘t’. Ainda considerámos mudar o título mas foi uma daquelas coincidências. Violeta refere-se aos excessos pessoais e histórias de amigos que correram mal. Curiosamente, os “labirintos” são uma referência às ruas do Bairro Alto percorridas em estado de euforia pela noite dentro. “Rasgar o tempo e voltar atrás”, a redenção final depois do estrago irreparável.

Gestos de Adeus – O último adeus a alguém que segue noutra direção. O piano falou primeiro, o resto dos instrumentos veio depois. A melodia nostálgica deu origem a uma letra sobre a dificuldade de largar a pessoa que se ama. Por vezes é necessária a nossa queda emocional para que a outra vida siga o seu rumo. Só o tempo permite a distância de olhar para trás e concluir que tinha mesmo que ser assim.

Nada Mais – Conta-se aqui a história da última noite que antecede uma partida inevitável, sem que se saiba se a relação vai resistir à separação. A sonoridade foi muito inspirada na estética dos anos 80.

Fuga Em Mim – É, talvez, a música mais complexa do álbum, uma composição instrumental do Jaime, que já passou por várias vidas, até chegar ao contexto ‘Noir’, onde se juntaram ao piano todos os outros elementos.

Novembro – A morte… Para lá da referência óbvia à queda das folhas no outono. Esta será a letra mais dolorosa para tentar descrever… Assistir à morte de um ente querido e sentir que estamos cá, muitas vezes, por pura sorte é um facto assombroso com o qual convivo diariamente. Depois disto não consigo dizer algo mais que me pareça interessante o suficiente para alguém ler, pelo menos por hoje (à data da escrita deste texto).

Viagem À Volta de Mim – Possivelmente a música mais bem-humorada do disco! Ao ouvir a Mazurka em Lá Menor de Chopin, o Vasco ficou fascinado com o potencial melódico de uma adaptação/atualização do tema principal dessa dança. A composição fez-se à volta disso, remetendo para um texto que conta uma viagem de comboio sem rumo certo, devido a um estado de euforia ligeiramente ébrio.

O Mapa do Teu Coração – O Pedro guardava na manga as linhas gerais da composição e respetivo poema há já muito tempo. A junção da voz da Pandora com o piano do Jaime permitiu concretizar este tema de uma forma que nos parece muito feliz.

Acompanha os Coração Noir em: https://www.facebook.com/CoracaoNoir/

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