“Correria” é o single que marca a inédita colaboração entre DJ Vibe e Sam The Kid, tema já disponível em vídeo no canal de Youtube de TV Chelas.
Este single integra “Frequências”, o primeiro álbum em nome próprio de DJ Vibe, editado no passado mês de maio em vinil e que está agora disponível na sua versão digital, que chega agora com “Correria” como faixa-extra.
Tão inesperado quanto o álbum propriamente dito, para a sua edição digital, DJ Vibe queria que “Frequências” revelasse algo único. Dando um passo atrás e olhando para o universo internacional, não há nada de revolucionário neste abraço porque o hip hop e o house já há muito se têm vindo a cruzar – mas, aqui em Portugal, seria uma estreia? DJ Vibe não se recorda de tal colaboração. Por isso, contactou Sam the Kid e lançou-lhe o desafio.
O original “Experiência Imersiva” sempre pediu uma voz “por causa do ritmo que tinha, até tinha usado um sample nesse sentido, mas depois de a faixa estar completa achei que precisava mesmo de ter ali um rapper”, confessa DJ Vibe. A escolha só podia ser uma – Sam The Kid, que Vibe descreve como “o guru do hip hop”. A admiração é mútua. “O DJ Vibe é mesmo uma das minhas referências de topo, uma espécie de ídolo para a nossa geração, uma figura mítica, que sempre acompanhei, desde criança. A minha cena, apesar de ser do mundo do hip hop, iniciou-se com a ‘dance music’ – foi onde ganhei uma paixão pela música e pela dança”, recorda Sam The Kid.
DJ Vibe e Sam The Kid – Correria [LETRA]
Agora não posso
(mano, esse mês pr’a mim tá memo impossível)
Agora não dá
(agora não dá, mano, juro. Tou com bué trabalho… Fogo)
Agora não posso
(fogo mano nem me digas nada, mano. Sempre a andar p’ra cima, andar pr’a baixo)
Agora não dá
(não dá, mano. Agora tenho que ir p’ro aeroporto, mano. Xau)
0:31
Tou na correria tipo parkour
Embarco na romaria rumo ao ar puro
Eu garanti que eu narraria a minha árvore
A mira tá na via pr’a que um dia a minha arte dure
No meu quarto durmo cada vez menos
Preparo o meu futuro em três tempos
O foco tá noutro lado, agora tou ocupado
Nem quero ser logo pago, no fim do mês vemos
Faço o reposo de um idoso,
Aterro noutro fuso novo dia memo carapuço
Pareço o maradona com um horário em cada pulso
O povo tá mirar e tá-me a dar um ganda boost
O tempo vai-me bussolar ao doce lar onde eu pouso
Já não tenho o tempo do veloso
E como é valioso o labor é militar e diligente
Pr’a garantir a data que eu agendo.
Paragem pr’a agente.
Levo a magia na bagagem – dá jeito
Porque eu não mayo na milhagem
Claramente imerso olho p’ro meu dicionário
Na viagem aponto um novo adaggio
Agora não posso
(mano, agora eu tou na via não consigo. Posso cantar amanhã, bro)
Agora não dá
(eu vou ter que dizer não agora não é oportuno, mas obrigado, sim?)
Agora não posso
(agente combina noutro dia, eu tenho que ir e já devia tar no palco, mano)
Agora não dá
(quando der eu dou o toque. Também queria ter um tempo p’ra chillar, mas agora não posso)
Quando o dia era uma vida eu tinha um timex
Agora a vida é ver o dia em time-lapse
Muitos queriam, mas não há regresso
Põe o cinto que ele vai depressa
Na vida não há demoras no tempo a contar amoras
Porque ele é grana eu ando a payar “agoras”
C’uma orelha sensível e minuciosa
Que não tem paciência pr’a uma vida ociosa
(mano agora não posso)
Ando a levar o meu legado e o meu lugar
Tou na rua a divulgar o meu pulgar
Agora tou-me a fazer ao mar e não abrando
Se a vida é p’ro lazer é raro haver um quanto(?)
Tou a seguir o plano, ainda vou no “a”
Era bom que houvesse um manual, mas não há
Então eu fiz o que era lógico
Agora tenho a loja tipo feira do relógio
Nunca puxei galões, não queres não apoeis
Tou na vida hoteleira e eu nem sei que feira é hoje
Amanhã tu voltas a combinar rotas
A falar com notas e ouvir a “x2”
Agora não posso
(mano, agora eu tou na via não consigo. Posso cantar amanhã, bro)
Agora não dá
(eu vou ter que dizer não agora não é oportuno, mas obrigado, sim?)
Agora não posso
(agente combina noutro dia, eu tenho que ir e já devia tar no palco, mano)
Agora não dá
(quando der eu dou o toque. Também queria ter um tempo p’ra chillar, mas agora não posso)