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Cristina Branco: “Menina é um disco de transição” [entrevista]
É já esta sexta-feira, dia 16 de setembro, que chega às lojas o novo disco de Cristina Branco, “Menina”. Estivemos à conversa com a fadista que nos falou deste seu novo álbum, do qual “E Às Vezes Dou Por Mim” é o single de avanço.
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Cristina Branco

Cristina Branco: “É sem dúvida uma nova fase”

Neste novo trabalho usa instrumentos do fado tradicional, combina-os com outros, e inova em cada tema. Podemos dizer que este disco é uma nova fase de uma carreira já com quase 20 anos?
É sem dúvida uma nova fase, apesar de os instrumentos usados serem os mesmos (piano, contrabaixo e guitarra portuguesa) desde há uns bons anos. Uma nova fase sem romper com o passado, que nunca foi ortodoxo no fado. Digamos que é um disco de transição.

Neste disco trabalha com novos compositores que vem de vários géneros musicais, desde a música tradicional, passando pelo indie, pelo rock… O que a levou a fazer estes convites tão distintos?
A vontade de seguir viagem, de ouvir o que gente mais jovem que eu tem a dizer no panorama da música nacional. Tudo isso trouxe ao disco frescura e novas linguagens.

“Faz a tua diferença ou pelo menos tenta”, assim canta no tema “Saber Aqui Estar”. Foi isso que tentou fazer neste novo disco?
A constante procura, a insatisfação e o risco fazem a “diferença”.

E quem é esta “Menina” que dá nome ao seu novo disco?
São as pessoas, são “elas” e sou eu, somos todos. Menina é um termo no feminino que usamos avidamente desde que se nasce até muito tarde na vida. Falando o disco de pessoas, de mulheres ao espelho em interrogação, em afirmação, então Menina é ideal.

E porque o intitula de “Menina”?
Surgiu num sonho quando estava a meio da produção e execução do disco. Menina surge do quadro de Diego Velasquez “las niñas”.

Cristina Branco: “O fado estará sempre presente na minha vida, não lhe fujo”

“Ai Esta Pena De Mim”, fado emblemático de Amália Rodrigues integra o alinhamento do novo álbum. Alguma razão em particular para integrar este fado no seu novo disco?
Escrito por Amália, é um momento introspectivo, melancólico de uma mulher que se confronta com a sua realidade, ou pelo menos com o que julga ser a sua verdade. Porque o fado estará sempre presente na minha vida, não lhe fujo, ele aparece porque faz parte de mim!

Numa entrevista que nos concedeu em 2014 disse «Quando comecei a cantar, os meus colegas diziam: “Fado?! Que coisa mais pindérica” – ninguém gostava, diziam ser uma seca»; mas hoje o fado faz parte da playlist das rádios nacionais, os fadistas são cabeças de cartaz de festivais… Considera que esta mudança, que dá ao fado outra visibilidade e respeito, se deve muito a fadistas – que tal como você – arriscaram e o modernizaram?
Sem dúvida nenhuma! Demorou anos a conquistar esse respeito das novas gerações e tem tudo a ver com a forma como se olha a atualidade dos portugueses, percebendo que temos de aproximar a modernidade ao clássico sem que seja despropositado.

Cristina Branco: “Quando deixar de o saber ser, digam que morri”

Apesar dos 20 anos de carreira há ainda alturas em que se sente Menina?
Serei sempre também, menina. Quando deixar de o saber ser, digam que morri.

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