Home   /   Sem categoria  /   Entrevista | Alexandre Cthulhu
Entrevista | Alexandre Cthulhu

Alexandre Cthulhu é um músico oriundo da margem sul do Tejo possuidor de uma grande versatilidade técnica com influências blues / rock. O seu trabalho musical assenta na guitarra, onde faz incursões através de estilos tão diversos como os blues, classic rock, acústico (onde canta e toca também harmónica, ao estilo de Springsteen, Dylan ou Neil Young) e até heavy metal.

Em 2011 lançou “Psyche”, o seu EP de estreia – um instrumental com 5 temas, repleto de estilos distintos que levam o ouvinte numa viagem entre várias sonoridades. Temas como “angels” e “street racers” chegaram a passar em rádios da América.

Recentemente, Cthulhu editou “Fides” – “um disco carregado de sentimento onde Cthulhu simplesmente deixa que a sua guitarra emocione o ouvinte através dos seus dedos num som, na generalidade, límpido.”- , cujo lançamento foi na Fnac de Cascais.



Made In Portugal- Como iniciou o seu percurso musical?


Alexandre Cthulhu- Iniciei há muitos anos atrás. Quando era um miúdo que sonhava tocar guitarra e tornar-me num artista. Posso-te dizer que ainda não havia internet nem telemóveis.

MIP- Em 2010 fez parte de uma peça no Chapitô. Em que consistia essa participação?


AC- Fui convidado para integrar uma orquestra que iria actuar durante as performances. A orquestra tinha “steel drums”, violinos, violoncelos, havia um tipo alemão que fazia beats a soprar para o gargalo duma garrafa, depois gravava aquilo numa “loop station” e obtia um som muito engraçado… enfim, havia um pouco de tudo. A minha tarefa era fundir a guitarra eléctrica no meio daqueles instrumentos todos. Foi uma experiência brutal.

MIP- O que se pode esperar de uma actuação de Alexandre Cthulhu ao vivo? Sendo uma performance muito assente na guitarra, há bastante improviso?


AC- Sim, há algum improviso, mas uma actuação minha já não assenta só na guitarra. Não quero ser mais um individuo em palco a despejar solos e riffs durante uma actuação. Neste momento um concerto meu divide-se em vários estilos e apresentações: há a parte da guitarra eléctrica onde toco blues e rock; depois há a parte experimental, onde toco com utensílios que aplico na guitarra para extrair novas sonoridades (a lata, por exemplo); toco um set acústico, onde canto, toco harmónica e interpreto alguns covers, bem como originais meus. Por vezes, os temas são acompanhados de performances circenses com outros artistas convidados (por exemplo, malabarismo, ou uma actuação de dança, por exemplo). Neste momento estou a trabalhar num novo estilo de apresentação, também ele pouco comum: vou fazer um “strip” enquanto toco guitarra (risos). Estou a trabalhar numa cena improvisada, mas não quero revelar ainda.



MIP- Algumas críticas referem que o Fides – o novo Álbum – demonstra um Alexandre mais intimista e explorador das emoções do que no trabalho anterior. Concorda?


AC- Concordo em absoluto. No Psyche, ainda não estava focado em personalizar o meu som. Já neste fides, isso é notório. É verdade que me senti confortável a “limpar” o som da minha guitarra de efeitos analógicos, e dar-lhe uma textura mais “clean”, transparente e cristalina, obtendo como resultado final, uma guitarra “emotiva”. Também tive a ajuda do produtor, que é a pessoa com quem trabalho desde Face Oculta, e já me conhece, o que é meio caminho andado para pôr em prática as minhas ideias.

MIP- Quais são as principais diferenças entre o EP “Psyche” e o álbum “Fides” ?


AC- O Psyche foi um EP de guitarra eléctrica com temas soltos. Enquanto o Fides é um álbum poético, com um som personalizado com uma produção mais ambiciosa e com um nível técnico muito superior.

MIP- Como tem sido o feedback do público?


AC- Excelente. As pessoas foram tomando conhecimento do Alexandre Cthulhu, e têm aparecido nos concertos, e mesmo os que não aparecem nos concertos, vão acompanhando pela internet. Tem surgido muito interesse de toda a parte: Espanha, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos, Colômbia e até do Japão – Arigatô! (risos)


MIP- Em relação a influências decerto mantém-se fiel aos grandes guitarristas da cena mundial. Há algum outro artista sem ser neste âmbito que o influencie de alguma forma?


AC- Sim, vários: O Salvador Dali, Edgar allan Poe, a Christina Aguilera … por aí (risos) – Estou a brincar.

Não sigo nenhum artista em particular para me inspirar, mas sim para me distanciar cada vez mais deles. Porque de fotocópias está o mundo cheio. A mim o que me inspira profundamente são os pequenos milagres que a vida nos oferece e por vezes nos passam ao lado. No que me irei tornar? Não sei. Uma coisa eu sei: Alexandre Cthulhu só há um!

MIP- Gostaria de, no futuro, colaborar com outros artistas ou mesmo internacionalizar a sua música?


AC- Sim, já tive essa experiencia, e óbvio que estou aberto a esses encontros, colaborações, etc. A minha música de certa forma, não passa despercebida lá fora. Tenho tido Reviews muito agradáveis e motivadoras vindas dos Estados Unidos e aqui da vizinha Espanha para além disso, há diversas rádios que passam os meus temas. Já tive vários “likes” do Bar do BB king na minha página do facebook (risos), portanto, estou a chegar lá.

MIP- Como define atualmente a música em Portugal?


AC– Indefinida! Como é que explicas que existem tantos projectos em Portugal, e a música que se consome é maioritariamente estrangeira? Eu explico: A nível do “mainstream”: nada de novo…

A nível “underground”, muita coisa gira, muita qualidade, mas pouca expressão. Mas “vocês”, imprensa, também têm responsabilidade nisto. E quando me dirijo à imprensa falo na grande imprensa, porque de facto, esses também são permissivos em relação ao que afirmei anteriormente. E já agora aproveito para dar os parabéns a todos os blogues e páginas de música, portugueses, que é graças a eles, que ainda vai havendo divulgação e espaço para novos projectos. Temos que arregaçar as mangas do fato-macaco, calçar as galochas e dar a volta a isto!

Aproveito para agradecer à página “made in Portugal” pela entrevista, quero mandar um mega abraço a todo o pessoal que me tem apoiado, e um beijo no coração às Mosqueteiras.

Acompanhe o músico em:

www.myspace.com/alexandrecthulhu/

 

http://worldtv.com/cthulhutv/web/

http://www.facebook.com/pages/Alexandre-cthulhu/144081102324959?ref=hl

 

Related Article