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Entrevista | B-Leza “É muito importante existir uma união (…) para que este estilo musical (RAP) consiga entrar no mercado e ser aceite por todos”

B-leza (BLZ) é um rapper e cantor de hip hop português que editou recentemente o EP “Reflexos” pela editora Farol.
Em entrevista o rapper falou-nos do seu percurso, do seu disco e do futuro.


Curiosidades:
» Um álbum: “Brown Sugar” (1995) do artista musical D’Angelo
» Uma música: “Me against the world” do artista musical Tupac
» Um livro:: Os Filhos da Droga de Christiane F.
» Um filme: “Scarface”
» Uma citação: “Difícil de lembrar mas impossível de esquecer”

Made in Portugal: Fala-nos um pouco do teu percurso. O que te levou/incentivou a entrar no mundo do hip-hop?
B-Leza: Na minha adolescência comecei a ouvir cada vez mais Rap e Reggae. Identificava-me muito com as mensagens das músicas desses dois géneros musicais. A partir daí, senti necessidade exprimir-me através do Rap e comecei a escrever letras sobre mim, os meus amigos e a minha vida. Foi amor à primeira vista e depois nunca mais parei.

MIP: Defines a tua música como RAP experimental. Porque?
BLZ: Defino a minha música como Rap Experimental porque, na verdade, procuro obter uma experiência entre diversos estilos e géneros musicais com Rap.
Trata-se de uma fusão entre todos os géneros, sem preconceitos e sem limites, com o intuito de produzir músicas de Rap mais musicais ou, pelo menos, com uma sonoridade mais orgânica e diferente da base de todo o instrumental de RAP comum.

MIP: Em novembro do ano passado lançaste o EP “Reflexos”. Define o EP.
BLZ: O EP “Reflexos” foi o meu primeiro trabalho comercial no qual tive a oportunidade de me relacionar e de trabalhar com grandes artistas.
Foi um trabalho musical extremamente importante para mim porque contribuiu muito para a minha evolução a nível musical. Com a produção deste EP senti que era possível produzir e tocar as minhas músicas com uma banda, deixando de estar limitado aos “samples” e às caixas de ritmos. Como consequência, senti necessidade de arriscar e fui acrescentando instrumentos orgânicos aos instrumentais.
A música não tem limites e, na produção do EP “Reflexos”, andei à procura da chamada “batida perfeita”. Foi uma experiência construtiva e bastante positiva.

MIP: Como reagiste ao receber o convite, para assinares contrato com a editora Farol Música?
BLZ: Quando recebi o convite estava na fase de produção do EP “Reflexos” totalmente concentrado nas músicas que queria gravar. Por isso, o convite da Farol Música foi uma grande surpresa para mim e fiquei muito contente pelo convite.
A Farol Musica é uma editora muito profissional e reconhecida internacionalmente. Não pensei muito antes de aceitar o convite. Queria agarrar a oportunidade e corresponder às expectativas das pessoas da Farol Música que confiaram no meu trabalho.

MIP: Que projectos tens para o futuro?
BLZ: Actualmente, estou a trabalhar no meu novo álbum e a produzir o meu primeiro videoclip.
A longo prazo, gostaria de conseguir ganhar cada vez mais espaço no Rap em Portugal. Sei que não é fácil. Ainda tenho muito para aprender. No entanto, acredito no meu trabalho e tenho procurado evoluir diariamente com as pessoas certas ao meu lado. Se conseguirei cumprir o meu objectivo? O futuro o dirá…

MIP: Quais as tuas referencias musicais?

BLZ: Internacionais: Tupac, Dr. Dre, Leela James, Erick Bennet, D’Angelo, entre muitos outros.
Nacionais: TWA, Black Supreme, Berg e Laura Rodrigues (Dady)

MIP: Qual a tua opinião sobre o hip-hop em Portugal?
BLZ: O Hip-Hop nacional tem evoluído imenso.
Focando-me apenas na vertente musical, tenho acompanhado com grande satisfação o crescimento dos rappers em Portugal, quer a nível musical quer a nível de espectáculos.
Hoje em dia, através da internet, é possível uma pessoa sem conhecimentos profundos de produção musical produzir um instrumental para cantar Rap. E isso contribui para que comecem a surgir cada vez mais pessoas interessadas em escrever e cantar músicas de Rap.
Para além disso, têm surgido vários artistas de Rap muito bons com plataformas independentes e a mostrarem bons trabalhos.
É muito importante existir uma união cada vez maior entre todas as pessoas que estão ligadas ao Rap para que este estilo musical consiga entrar no mercado e ser aceite por todos e, quanto a isso, penso que estamos num bom caminho.

MIP: Para quem não conhece a tua música, dá uma razão para a ouvirem.
BLZ: Modéstia à parte, penso que a minha música é especial e considero que todas as pessoas que têm capacidade de entender as letras da minha música também são especiais.
Na minha música abordo vários temas que vão desde o amor e a amizade nas relações humanas até às questões sociais que estão presentes no nosso mundo e que tanto me preocupam.
Dedico-me de alma e coração aos meus trabalhos e tenho procurado fazer o que até agora nunca foi feito em Portugal a nível de Rap, procurando sempre evoluir cada vez mais.

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