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Entrevista | Cintura



Made in Portugal: Como surgiu a banda “Cintura”?
Cintura: Os CINTURA surgiram em meados de 2007 com a entrada do Eduardo. Até lá, eu (Helder) e o Tavares, estivemos alguns anos a explorar melodias e intensões que queríamos para o nosso projecto. Depois do primeiro concerto, percebemos que faria todo o sentido continuar como trio, e na verdade, tem sido uma experiência bastante positiva.

MIP: O facto de terem vencido a edição de 2010 do concurso “Rock Nordeste” abriu vos portas onde desejavam entrar?
Cintura: Enquanto banda, sempre quisemos dar os passos certos no seu devido lugar e não avançar etapas porque não seria bom enquanto profissionais. O termos vencido o concurso, foi muito bom na medida em que conseguimos mostrar e falar de CINTURA a várias pessoas do meio musical, que até à data nunca teriam conhecido, e sim, foi o momento certo. Nessa mesma altura, estávamos precisamente a ultimar as gravações do nosso EP e pudemos mostrar em formato físico, uma compilação de alguns dos temas que tínhamos facultado na net ao longo destes últimos anos. Desta forma, chegamos aos media, não só porque tínhamos vencido um concurso mas sim porque no júri constavam alguns dos nomes mais sonantes da música portuguesa como o Nuno Calado da Antena 3, o Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, o Miguel Pedro dos Mão Morta, o João Carvalho do Festival Paredes de Coura entre outros que dão garantia e credibilidade ao Rock Nordeste e por isso, não seria apenas mais um concurso.

MIP: Começaram por ter sucesso após lançarem um EP no site: Reverbnation.com. A internet foi e é a vossa melhor amiga?
Cintura: A internet é de facto poderosa na forma de chegar às pessoas. É amiga de todas as bandas que queiram mostrar o seu trabalho. As redes sociais são uma realidade, no mesmo minuto podemos saber quantas pessoas ouviram a nossa música. Do outro lado do mundo podem surgir contactos e foi o que nos aconteceu. Através da internet sabemos que têm feito download dos nossos temas por toda a europa. É um mercado global à disposição. É amiga não é?

MIP: “Bom Batom” é o vosso novo single. Este tema é o avanço de um novo disco? (O que nos podem desvendar?)
Cintura: Estamos a gravar com o intuito de apresentar um novo trabalho que ainda não sabemos se lhe podemos chamar LP (long play). Temos uma certeza, queremos apresentar um álbum coeso e consistente. Queremo-lo ouvir do início ao fim e que tudo faça sentido. É bem diferente do nosso EP que se apresenta como uma compilação de vários temas que fomos compondo ao longo dos anos. “Bom Batom” é novo e fresco. Só nos falta saber quando é que ele sai.

MIP: Para além de novo single lançaram um EP digital onde se pode encontrar temas como: “Nó Da Gravata” e “Um Café Só”. Com a quebra na venda de discos físicos, editar e vender um álbum deixa de ser uma prioridade?
Cintura: Gravar um álbum, nunca foi bem uma prioridade mas sim uma realização pessoal. Crescemos como banda a ter como objectivo gravar um disco. É uma realidade a quebra na venda de discos físicos, mas também se pode dizer que há um crescimento na venda de álbuns digitais e que há uma aposta no reaparecimento dos discos em vinil que inclui na maioria dos casos o acesso igualmente digital, para um público que valoriza a personalização do produto. A única prioridade está em produzir música. A forma como ela chega às pessoas irá com certeza mudar ao longo dos anos a par de toda a evolução a que assistimos.

MIP: O vosso novo single faz parte da banda sonora de uma novela da TVI. Para além deste tema outros temas vossos têm integrado bandas sonoras de novelas portuguesas. É com agrado que veem a vossa música dar vida a personagens?
Cintura: Claro que sim. É interessante pensar em toda a sequência, desde o momento que começamos a dar os primeiros acordes, a composição das letras e o que nos leva a escrever de determinada forma, e agora quando adaptadas a personagens e a momentos que fazem todo o sentido mesmo quando acompanhado por imagens como se de uma banda sonora de filme se tratasse.

MIP: Quais as vossas referências musicais?
Cintura: Depende sempre dos momentos, mas há aquelas referências que foram e serão sempre mesmo quando não as ouvimos durante algum tempo. Desde o punk ao jazz, do pop ao rock, podemos dizer que Alicia Keys, Jamie Cullum, Bjork, Gorillaz, Sting, entre outras, serão sempre referências.

MIP: O que pode esperar o público dos Cintura nos próximos tempos?
Cintura: Queremos muito voltar aos palcos, depois desta fase de gravações e composição de novos temas. Este momento também é uma fase de reflexão e quando voltarmos, queremos muito trazer melhores temas e novidades nos concertos.

MIP: Como definem actualmente a música em Portugal?
Cintura: Tem surgido nos últimos anos, grandes projectos com qualidade e que têm deixado o seu legado a muitos outros. Tem-se visto uma grande diversidade musical, quase como a diversidade do nosso pequeno país. É bom perceber que os jovens ouvem música portuguesa e que os media continuem a aposta nesse sentido. O Fado tem tido lugar de destaque, representando Portugal em todo o mundo, e seria muito bom, conseguirmos mostrar igualmente outros estilos e projectos que não têm a mesma oportunidade. Pena, ainda não haver abertura capaz nos países onde impera a língua portuguesa.

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