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Entrevista | Clark «Um disco de pop/rock cantado em português por uma banda com personalidade própria e distinta»

Os Clark editaram no ano passado “Bipolar”, tendo apenas na altura distribuição digital, mas a banda assinou contrato de distribuição com a editora Farol Música, podendo agora o disco ser adquirido em formato físico, em qualquer loja do País.


O Made in Portugal esteve à conversa com João Alexandre, membro da banda Clark, que nos falou da ‘nova fase’ de “Bipolar”.

Made in Portugal: Faz um ano desde a última entrevista que vos realizámos. Durante este tempo o que mudou nos Clark?
Clark: Este ultimo ano foi essencialmente um ano de empenho para que “Bipolar” pudesse ter uma distribuição física nos pontos de venda habituais, dando assim sequência à edição digital, que conta já com centenas de downloads/streaming um pouco por todo o mundo e à relativa (não tão significativa quanto desejaríamos) exposição nos meios rádios generalistas e televisões.

MIP: Na altura da entrevista diziam acreditar que “Bipolar” fosse editado por uma editora com capacidade para promover e “trabalhar” o disco. E assim foi. Assinaram contrato com a Farol Música e já tem a edição física do disco à venda. Acreditar é a palavra de ‘ordem’ dos Clark?

Clark: Não poderia ser de outra forma. Os Clark estão juntos há muito tempo e pode dizer-se que já experimentaram de tudo o que envolve a música e o negócio da música. Actualmente a maior parte dos contratos discográficos são licenciamentos ou distribuição. Os Clark formalizaram um contrato de distribuição com a Farol Música. As vendas de cd’s diminuíram drasticamente e o digital instalou-se, com ele o poderio das plataformas como o iTunes, spotify, etc, que na verdade não deixam de abrir algumas portas outrora fechadas.
Curiosamente, as redes de contactos, mais do que a própria música, continuam a ser decisivas para a promoção dos artistas, o que até certo ponto é legítimo mas que de facto os Clark por alguma ingenuidade ou romantismo descuraram em detrimento do amor à música por ela própria. Portanto acreditar…sempre acreditamos!

MIP: O que vos inspirou para criar “Bipolar”?
Clark: Pessoas, sentimentos e factos opostos amor/ódio rápido/lento apatia/excitação verdade/mentira, guitarras com delays analógicos, teclados vintage (mellotron, fender rhodes e hohner strings), melodias vocais dream pop, Doves, Morphine ou Arcade Fire, baterias bem captadas e um piano baby.

MIP: Como definem “Bipolar”?
Clark: Acreditamos nós que seja um disco de canções que mexem com as pessoas. Um disco de pop/rock cantado em português por uma banda com personalidade própria e distinta, que tenciona afirmar-se como um projecto sólido da música portuguesa. Um disco fisicamente realizado num meio rural, mas que gira à volta de estados emocionais antagónicos, muitas vezes identificados e ligados à urbe ou aos subúrbios e nesse sentido também ele, bipolar.

MIP: Concertos ao vivo, para quando?

Clark: Dependem sempre em boa parte de como correr a promoção e da eficácia e do acolhimento que a música dos Clark tiver junto dos meios que dão a conhecer o produto musical às massas. De qualquer forma contamos fazer no mês de Maio o circuito das fnacs e temos reservas no Verão para tocar em Lisboa e no Ribatejo. Os concertos são fundamentais para os Clark e do que mais prazer retiramos na música. O contacto com as pessoas e a possibilidade de lhes mostrar a nossa música é muito compensador.

MIP: Este ano fazem 20 anos de carreira. Algo especial a ser preparado?
Clark: Os nossos primeiros acordes juntos aconteceram por volta de 1994, no entanto a nossa primeira maquete tem a data de 1995. Eventualmente poderemos considerar no próximo ano fazer alguma alusão à data, de uma forma que terá de ser bem ponderada porque foram anos com períodos largos de ocaso para o público e agora importa sobretudo colocar o nome Clark e o disco Bipolar na rota das pessoas. Não faz sentido comemorar datas que para o público não tenham um significado relevante.

MIP: Para além da promoção de “Bipolar” que mais novidades tem para o futuro?
Clark: Como referimos, o nosso futuro é o disco “Bipolar”, os ensaios à volta dele para espectáculos e mais para o final do ano começar a trabalhar em novo material, que até já existe, mas que não pode de momento atropelar o nosso foco, estas canções que queremos dar ao maior número possível de pessoas

MIP: Se pudessem, o que mudavam na música em Portugal?
Clark: É uma resposta que já demos porventura há uns bons anos atrás… Mas a criação de salas para concertos que proporcionasse um circuito ao vivo descentralizado, (por exemplo capitais de distrito) através dos espaços municipais ou universitários e onde os artistas pudessem apresentar os seus trabalhos, era visto como algo positivo mesmo não sendo novo no contexto Europeu.
Depois… Bom, mudaríamos de certeza a forma de fazer alguma rádio e televisão em Portugal, sobretudo nos canais generalistas e no que à música portuguesa diz respeito. Mas a argumentação das audiências e de que são elas o suporte financeiro dos projectos mata à partida qualquer ousadia com base na ideia que “não é aquilo que o povo quer”.

Acompanhe os Clark em: facebook.com/CLARKOFICIAL
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