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Entrevista | Country Playground «É um disco de sonoridade rock, forte, cruo e puro»

A banda Country Playground editou recentemente “Turdus Merula”. Em entrevista Fernando Silva falou-nos deste disco e dos projetos para o futuro. 

Country Playground 1

Como surgiu os Country Playground?
Os Country Playground surgiram por volta de 2008 pela mão do Rodrigo. Ele escreveu umas músicas em conjunto com a mulher, e apresentou-as num formato intimista, sozinho, acompanhando as suas canções com uma guitarra acústica. Este formato acústico tinha uma forte influência country. Entretanto este formato não satisfez totalmente o que o Rodrigo pretendia. A guitarra não é o seu instrumento “natural” e além disso, em muitos dos locais onde tocou não conseguia passar o registo intimista pretendido. Por esse motivo, o Rodrigo deixou este projeto um pouco de parte. Em 2014 foi convidado para apresentar novamente Country Playground ao vivo. Nessa altura quis alterar um pouco as coisas e tornar a sonoridade mais crua e rude, mais próxima do country rock. Foi aí que ele me convidou para integrar a banda na guitarra elétrica, passando ele a assumir a bateria e a voz. Eu e o Rodrigo já nos conhecíamos há muito tempo, mas nunca tínhamos tocado juntos. Felizmente correu tudo muito bem e as músicas começaram a nascer. Foi aí que nasceram os Country Playground que podem ouvir hoje.

“Turdus Merula” é o vosso novo álbum. Este disco estava já a algum tempo na gaveta ou foi pensado e gravado recentemente?
As múCountry Playground turessicas que estão no Turdus Merula foram feitas entre Maio e Julho de 2014. Algumas tiveram origem em canções que o Rodrigo já tinha escrito com a Ana, mas levaram uma volta de 180º. Gravámos o disco durante Agosto de 2014 e está pronto desde essa altura. A nossa ideia inicial foi editar apenas em formato digital, mas depois tivemos de interromper o que estávamos a fazer por o Rodrigo ter ido trabalhar para Coimbra. Quando regressou novamente a Leiria, retomámos os planos. Pedimos à Preguiça Magazine ajuda com a divulgação do trabalho e fomos surpreendidos pelo convite que nos fizeram para editarem o nosso disco, o que aconteceu já em Julho de 2015 – quase um ano depois de pronto.

Como definem este novo trabalho?
O “Turdus Merula” é um disco de sonoridade rock, forte, cruo e puro. Não tem artifícios nem paninhos quentes. Penso que neste momento é mais um disco de rock com influências country do que um disco country-rock. É também um disco de sentimentos. Fala essencialmente de amor, amizade, dor, perda, procura e reencontro.

De que influências se serviram para compor os sete novos temas?
Ambos somos influenciados por muitos autores e bandas de diferentes estilos, mas não escondemos que somos fortemente influenciados por Neil Young (a Song for Neil foi escrita pelos dois e é inteiramente dedicada ao Neil) e todo o seu trabalho desde os Buffalo Springfield. Townes Van Zandt, Johnny Cash, Willie Nelson, Rolling Stones e Gram Parsons também são autores que ouvimos muito e que certamente nos influenciaram.

O disco saiu a 20 de julho. Estão satisfeitos com o resultado final e com o feed-back que tem tido?
Posso dizer que estamos bastante satisfeitos com o resultado final. O nosso disco é inteiramente caseiro, ou seja, foi feito por nós no nosso pequeno estúdio, com recursos limitados, mas encontramos a sonoridade suja, crua e direta que pretendíamos. Em relação ao feedback que temos tido, tem sido extremamente positivo. Julho não é um mês de excelência para lançar um disco porque está tudo virado para os festivais e para a estrada, mas, talvez por isso, fomos um pouco surpreendidos com a atenção que o disco despertou na imprensa, nomeadamente ao nível de rádios locais e até ao nível nacional. A imprensa escrita também se interessou e até agora o feedback que nos chega é muito bom. Nunca pensei que em tão pouco tempo o disco estivesse a passar do Minho ao Algarve e até nos Açores e Madeira. Também ficamos contentes por nos começarem a chegar mensagens positivas via facebook de pessoal que nosCountry Playground 3 ouviu na rádio e que não são da nossa zona.
6. Recentemente deram dois concertos na região de Leiria. Em breve serão anunciados mais concertos noutros pontos do País?
Sim, fizemos alguns concertos aqui por “casa”. Estamos desejosos de sair de Leiria e de ir apresentar os Country Playground ao vivo por todo o lado. Ainda não tenho datas concretas, mas estamos a alinhar as coisas para começarmos a divulgar o Turdus Merula ao vivo a partir de final de Setembro. Assim que tenhamos datas, elas vão estar no nosso facebook.

Quais as vossas ambições para o projeto Country Playground?
Acho que o que nos manteve a tocar juntos desde o primeiro momento, foi o facto de termos um gosto imenso pelo que estamos a fazer e por nos identificarmos totalmente com a nossa música. A primeira ambição, é conseguir manter esta chama acesa de forma a que continuemos a tirar o maior prazer possível dos Country Playground. A segunda, é conseguir contagiar quem nos ouve com esse mesmo gosto e prazer. Se conseguirmos isso, acho que vamos fazer o que mais gostamos, que é tocar muito e por muitos sítios. Depois, já vamos tendo novo material que gostaríamos de gravar… mas isso só mais lá para a frente.

De um modo geral, como avaliam atualmente a música nacional?
Penso que já vivemos tempos piores. Hoje em dia há muita gente com qualidade a trabalhar. Talvez não se aposte tanto no rock como há uns tempos – e isso deixa-me triste – mas, deve reconhecer-se que existe muita banda a apresentar trabalhos excelentes, com produções que há uns anos nem poderíamos sonhar existir em Portugal. Acho no entanto que nem sempre se divulga o que é bom ou o que merece… mas isso é outra conversa.

Acompanhe Country Playground em: facebook.com/wearecountryplayground

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