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Entrevista | Empire

Os Empire são uma banda de rock alternativo oriunda de Sintra.
Em Abril de 2011 surgiram as duas primeiras demos do grupo e o ano seguinte foi passado a desenvolver ideias que culminaram no seu primeiro EP. Em Janeiro de 2013 foram disponibilizados os primeiros 5 temas em edição digital, para audição ou download.
A música é um rock alternativo, construído em torno de letras negras, íntimas, provocadoras. O objetivo dos Empire para 2013 é  fazer concertos e criar um público ao vivo.
O Made In Portugal esteve à conversa com dois dos elementos da banda: Artur Rocha (voz) e Jonas Correia (guitarra).





Made In Portugal- São uma banda relativamente recente. Com tantas bandas a aparecer agora, qual a vossa motivação para formarem este projeto?


Artur: A motivação foi utilizar as nossas faculdades musicais para criar um projecto intenso, emotivo e credível para nós próprios numa 1ª fase, e que pudesse chegar às pessoas mantendo essa credibilidade. Depois dos primeiros temas feitos chegámos à conclusão que valia a pena ir para a frente e partilharmos as nossas emoções/criações/ canções.

Jonas: Nós já tocamos juntos há muito tempo, há tanto tempo… É apenas um processo natural, a motivação está lá desde o início, é a mesma de quando fazíamos uma barulheira do caraças nas garagens dos nossos pais. É o sentimento de que se tem alguma coisa para dizer, musicalmente, neste caso. O surgir agora com este projecto é só uma questão de oportunidade, de se terem reunido as condições para podermos direccionar a nossa energia para atingir os nossos fins como banda. É muito importante estarmos rodeados de pessoas que nos apoiam, que gostam de estar envolvidas no que fazemos – esse foi um dos factores mais importantes.

MIP- O que significa o nome Empire?


Jonas: É uma evocação a uma imagem de força, mas também irónica. Todos sabemos o que acontece eventualmente aos impérios… A ideia de uma construção alicerçada em algo que não está no plano material, ou pelo menos não na sua forma tangível, em relações de poder, económicas ou culturais. Nós fazêmo-lo no nosso universo com a música.

Artur: Pela minha parte eu entendo Empire como um contra-conceito! O Homem avança sem olhar para trás para o Império dos cataclismos, um cenário pós apocalíptico de calmaria doentia e a devastação de tudo quanto é natureza em nome do avanço. A importância quase ridícula da demonstração de poder, da globalização, e a descaracterização do próprio ser humano…

MIP- O vosso primeiro EP foi muito recentemente editado. Como o apresentariam?


Artur: Eu apresentaria da seguinte forma: um filme a preto e branco com uma hora e meia onde uma mulher translúcida faz um strip-tease de emoções em cima de um palco sombrio, enquanto o público alheio conversa sobre futilidades e ri desmesuradamente de um duende-bomba escondido por debaixo das saias de alguém muito velho e barbudo que não é o Pai Natal.

Jonas: “EP” foi a designação que as pessoas que têm tido contacto connosco atribuíram ao conjunto de temas que agora disponibilizámos como pequena apresentação. Até porque as 5 faixas não se fecham sobre si mesmas, não houve conceito nenhum por trás da nossa escolha (não foram sequer gravadas todas no
mesmo período)… Pretendemos manter as pessoas interessadas com publicações regulares de mais material no mesmo formato. Pensaremos num EP ou álbum quando houver condições para uma edição material, eventualmente.

MIP- Recorrem a outros nomes da cena musical como influência no vosso trabalho? Quem?


Artur: Eu quando estou em fase de composição não oiço música, não vejo TV e tento abstrair-me de quase tudo para tentar chegar àquele lugar dentro de mim onde se dão as revoluções e onde se escondem as coisas cruas, para depois as cozinhar numa segunda fase. Mas é lógico que todos somos influenciados pelas inúmeras coisas que já passaram pelo nosso ouvido desde a nascença. A nossa vida é um registo de sons.

Jonas: Na verdade não. Ou melhor, não posso dizer que recorremos a esta ou aquela referência, mas é claro que toda a música de que gostamos acaba por se manifestar no que fazemos. Como o processo de composição é essencialmente colectivo, cada um de nós traz sempre alguma coisa da sua experiência, não só de músico mas também de ouvinte, que se funde na identidade musical da banda.


MIP- Como tem sido o feedback do público até agora?


Artur: Ainda não podemos dizer que temos um publico!

Jonas: Mas sabemos que as pessoas têm ouvido e mostrado aos amigos, o que é um bom sinal. Estamos agora a trabalhar no sentido de agendar concertos, essa é a melhor forma de sentir o pulso ao público…

Artur: Essa talvez seja a nossa maior ambição. Estamos ansiosos por poder mostrar o nosso trabalho ao vivo e aí sim fazer por merecer a apreciação do publico.


MIP- Com este novo ano a iniciar, quais as expetativas para o futuro da banda?


Artur: Essa mesma! Tocar ao vivo e claro que teríamos o maior contentamento em conseguir gravar mais temas.

Jonas: De facto, o que nos interessa agora é tocar ao vivo, o mais possível e em boas condições.


MIP- As redes sociais e a internet têm ajudado a divulgar muitos talentos. Na vossa
opinião isso é um factor positivo? Influenciou, por exemplo, o vosso percurso?


Artur: Esperamos que seja positivo e que influencie o nosso percurso mas também temos que nos preocupar em criar um bom produto e trabalhar muito porque as redes sociais não fazem isso por nós.

Jonas: Sim, são talvez a melhor ferramenta que temos de momento para chegar às pessoas e é o que nos tem permitido estabelecer algum contacto com o nosso potencial público e obter reacções.

MIP- Como definem atualmente a música em Portugal?


Artur: A música em Portugal está novamente em crescimento e com muita criatividade, tal como esteve numa fase dos anos 80, que parece ter-se apagado depois com o boom das “estrelas de TV” nos anos 90.

Jonas: Nós temos passado muito tempo isolados, no nosso cantinho, mas com a facilidade com que se consegue produzir e divulgar música nota-se um grande volume de bandas novas com muito boa qualidade em tudo o que apresentam, da música ao vídeo, fotos… Coisas que eram impensáveis com a tecnologia a que tínhamos acesso há 10, 15 anos. Mas curiosamente continuamos ainda a ver grandes dinossauros a
dominar a cena nacional e mesmo o regresso de projectos extintos. O que é um pouco contraditório, quando há realmente tanta gente, talvez mais que nunca, a fazer música nova, com ideias frescas.

Acompanhe a banda em:
http://empire-worx.bandcamp.com/album/empire
http://www.facebook.com/EmpireWorxs
http://www.empire-worx.com/

Nota: As respostas apresentadas foram redigidas com a ortografia antiga.

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