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Entrevista | Filipe Moura fala-nos do projeto Embaixador “Deixou de ser um processo individual, para passar a funcionar como uma banda”

Depois do primeiro EP “A Outra Face”, editado em 2012, a “embaixada” do rock volta a dar sinal de vida com o lançamento de um novo EP “Os Dedos e os Anéis”.


A banda foi remodelada e apresenta-se agora em formato trio, com António Costa no baixo e Gonçalo Aires na bateria. Como convidado, Diogo Santos nas teclas, que participou também na gravação do novo disco.


O Made in Portugal esteve à conversa com o membro fundador do projeto, Filipe Moura, que nos falou do novo disco de “Embaixador”.

«Deixou de ser um processo individual, para passar a funcionar como uma banda»

MIP: Depois d’“A Outra Face”, editado em 2012, apresentas-nos agora um novo EP, “Os Dedos e os Anéis”. Como defines este novo trabalho?
Embaixador: Este novo EP é o fechar de um ciclo para o projeto. É uma maturação/consolidação, daquilo que tinha sido feito n’”A Outra Face”. Deixou de ser um processo individual, para passar a funcionar como uma banda, com o input do Gonçalo Aires (bateria) e do António Costa (baixo).
Os Dedos e os Anéis, é o resultado de 5 meses de trabalho em banda, coisa que nunca tinha acontecido no primeiro EP, uma vez que nasceu em estúdio.

MIP: Podemos considerar que as novas músicas são um rock mais despido e cru?
Embaixador: A estética sonora, continua semelhante ao que foi feito no primeiro EP, contudo, ampliámos ainda mais essas características que nos distinguem, ao contrário de tentarmos camuflar as diferenças, para nos “integrarmos” no panorama. Devemos abraçar a individualidade e tirar partido da mesma.

«Este EP foi gravado ao vivo, os 3 juntos numa sala, sem rede!»

MIP: Numa entrevista que nos concedeste em 2013, relativamente ao teu 1.º EP referiste que um dos teus projetos para o futuro era “gravar algo mais consistente”. Este novo EP é o que pretendias?
Embaixador: Sim. Tanto eu, como a restante banda, como o produtor (Paulo Miranda), ficámos muito contentes com o resultado. O que ouvem, é uma banda a tocar ao vivo, com takes do início ao fim, sem “corte e costura” no Pro Tools. Este EP foi gravado ao vivo, os 3 juntos numa sala, sem rede! Acho que é isso o rock and roll, espontaneidade…

MIP: E a nível de te assumires como cantor e não só como guitarrista, já te sentes mais confortável?
Embaixador: Sim, embora não me considere “cantor”, ou vocalista. Sou apenas alguém que interpreta os próprios temas. Mas sim, sinto-me bastante mais à vontade com o microfone.

MIP: Já iniciaste alguns concertos de apresentação do novo trabalho. Haverá mais brevemente? O que pode o público esperar desses concertos?
Embaixador: Iniciámos no final do ano passado, ainda antes de editarmos o EP, em Novembro no Salão Brazil em Coimbra. Surgiu essa oportunidade, e não podíamos recusar, pois é uma sala de referência, e é um espaço lindíssimo. E foi uma óptima oportunidade para testar novos arranjos e ver a reação das pessoas.
No início deste mês de Março, tivemos no Stairway Club em Cascais, dia 17 de Abril vamos estar no Sabotage, em Maio vamos fazer 1 showcase na Fnac do Colombo, e também já temos uma data para Junho, na Margem Sul (no Montijo). Confirmem todas as datas através da nossa página – www.facebook.com/embaixador.rock
O público pode esperar uma actuação enérgica, desde o primeiro acorde até à ultima nota. Rock, cru, sincero e em português. A cada actuação, vamos conquistando e alargando a nossa base de seguidores/simpatizantes, e é isso que pretendemos continuar a fazer.

«queremos gravar o álbum»

MIP: Quais as tuas ambições para o futuro?
Embaixador: Para 2015, queremos tocar o máximo possível. Quando digo o máximo, refiro-me a boas salas, com boas condições, onde as bandas podem tocar alto e bom som, de modo a demonstrarmos a nossa música com o máximo de dignidade. Quem paga bilhete, merece essa dedicação. Ainda temos meia dúzia de salas onde queremos muito marcar presença, vamos ver se a coisa se confirma.
Estamos ao mesmo tempo a ensaiar novos temas, aliás, um deles já estreámos no Salão Brazil e outro no Stairway. Temas completamente inéditos, que já farão parte de um próximo trabalho.
Se tudo correr bem, queremos gravar o álbum – já chega de EP (risos) – no Verão de 2016. Vamos ver se é possível…

«vemos bandas que não lembram ao “menino jesus”, a virem lá de fora, (…) tirando lugar a quem cá está e a quem conquistou esse direito»

 

MIP: Como defines atualmente o rock em Portugal?
Embaixador: Bandas e criatividade é o que não falta. Basta passar por qualquer sala de ensaio de norte a sul do país. Mas se quiseres subir de nível, é difícil contrariar certas tendências e certos mecanismos de “apadrinhamento”. É preciso os músicos serem mais unidos, e começarem entre eles, a fazerem os seus próprios festivais, por exemplo.
Outra coisa que se vê pouco (e não é de agora), é o facto de músicos consagrados raramente darem a mão a novos talentos, colocando-os a fazerem as primeiras partes, por exemplo.
Hoje em dia é notícia haver uma banda portuguesa num palco principal de um grande festival em Portugal, quando o contrário é que deveria ser notícia. Temos tantas bandas e artistas com anos disto, que não estão nos palcos principais e depois vemos bandas que não lembram ao “menino jesus”, a virem lá de fora, muitas com apenas um EP lançado, que ninguém conhece de lado nenhum, a encherem os cartazes dos nossos festivais, tirando lugar a quem cá está e a quem conquistou esse direito. Mas porque vêm de lá de fora, são melhores…


MIP: Volvidos três anos, que balanço fazes do projeto Embaixador?
Embaixador: Embaixador tem dado pequenos passos, mas com grande certeza. Não queremos aparecer e desaparecer do mapa, com a mesma rapidez. Normalmente, as coisas melhores e mais duradouras, demoram tempo a serem construídas. Não temos pressa, não pretendemos ir a lado nenhum (risos).

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