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Entrevista | Manuel Fúria

Manuel Fúria irá lançar a 28 de Janeiro o seu novo disco: “Manuel Fúria Contempla Os Lírios Do Campo”. Este disco é uma edição de “Amor Fúria” com distribuição Valentim de Carvalho e apoiada pela Sociedade Portuguesa de Autores.
Em entrevista o cantor e compositor falou-nos sobre o novo álbum, projectos para o futuro e muito mais. Confira:


Made In Portugal: Para quem não conhece Manuel Fúria”, como se apresenta?
Manuel Fúria: Nasci em Lisboa, algures na década de 80 do século XX, e o meu percurso foi se dividindo em várias latitudes deste nosso Portugal (do Vale do Ave ao Vale do Tejo). Sou produtor, editor, compositor e um entusiasta das coisas de Portugal.

MIP: “Manuel Fúria contempla os Lírios do Campo” é o novo disco. Em relação ao anterior, como define este novo disco?
M. F.: O disco anterior é uma primeira aproximação aos temas que povoam o meu imaginário. Nesse caso (“As Aventuras do Homem Arranha”, FlorCaveira/Amor Fúria – 2008) as cinco canções que inscrevi têm a ver com ser um rapaz de uma terra pequena que se vê confrontado com a grande cidade; nos Lírios do Campo esse sujeito da canção distancia-se do ruído urbano procurando ao longo do disco o silêncio que imaginamos poder existir para lá das ruínas de tempos mais simples.

MIP: É o autor de todas as canções. Em que se inspira para as escrever?
M. F.: O meu exercício de escrita de canções tem quase sempre a ver com a diluição do “eu” numa ideia de alma colectiva que o ultrapassa. Em última análise essa ideia de colectivo chama-se Portugal.

MIP: “Que Haja Festa Não Sei Onde” é o single de apresentação do disco que sai a 28 de Janeiro. Dê uma razão para adquirirem o seu segundo trabalho de originais.
M.F.: É um disco muito catita. E ficou bonito.

MIP: A 7 de Dezembro actuou no Mexefest em Lisboa, com a sua banda os “Náufragos”, onde de forma surpreendente tocou uma nova versão do tema “Sonhos de Menino” de Tony Carreira. Alguma razão em particular para ter interpretado este tema?
M.F.: É uma canção bonita e bem escrita. Depois, as palavras que o Tony Carreira canta nesta canção são palavras que eu também já usei e disse em voz alta, não necessariamente pela mesma ordem. Parece-me que encaixa mesmo, mesmo bem no espírito deste disco e na relação que me interessa construir com a música popular portuguesa.

MIP: Vê-se muitos artistas/bandas portugueses a apostarem cada vez mais na interpretação em inglês. Como cantor e compositor, qual a sua opinião desta situação? Cantar em português é uma ‘barreira’ que tem que ser ultrapassada?
M.F.: É uma tristeza. Se bem que já foi pior. Nos anos 90 não existia praticamente ninguém a cantar na língua da sua mãe. Mas essa realidade é só mais um sintoma da propensão internacionalista que vamos deixando que se instale. Se não temos cuidado Portugal acaba dissovildo numa papa desenraízada, sem forma, sem cor, vazia.

MIP: Que pode esperar o público de Manuel Fúria no ano 2013?
M.F.: Concertos com a banda que me acompanha, os Náufragos. O maior número de datas possível.

MIP: Como define actualmente a música em Portugal?
M.F.: Há coisas boas, há coisas muito boas. Mais do que havia quando eu era adolescente. Gosto muito do Samuel Úria, da Praia Grande e dos Velhos por exemplo. Ainda assim ainda é pouco. Precisamos de nos encontrar a nós próprios e a música pope tem esse lado de poder funcionar como um guia de leitura daquilo que nos rodeia.

Acompanhe Manuel Fúria em: https://www.facebook.com/omanuelfuria
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