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Moullinex «A música portuguesa está a viver um momento especialmente prolífico»
Moullinex, é este o nome do projeto a solo de Luís Clara Gomes, que recentemente editou “Elsewhere”. Editado pela Discotexas e distribuído pela Universal Music Portugal, “Elsewhere” tem sido destacado por aclamadas publicações internacionais como a Fader, Tsugi ou Thump.
Em entrevista o DJ e produtor fala-nos deste novo disco.
Moullinex

Moullinex

“Elsewhere” é o teu novo álbum. Como nos defines este 2.º trabalho?
Correndo o risco de soar suspeito, é o meu melhor álbum. E também é o 2.º pior.
Acho que este álbum se pode ouvir de uma assentada. Foi concebido como uma viagem a um mundo imaginado, onírico, e pretende tocar altos e baixos no que às emoções diz respeito.

Neste novo disco dás voz a alguns temas. Como te sentiste neste novo papel? É para continuar?
É para continuar! Não me sinto ainda totalmente à vontade, mas é algo que tenho gostado cada vez mais de fazer, sobretudo ao vivo. Ser eu a cantar nos temas do disco foi uma decisão por um lado prática (para depois sermos capazes de os tocar sem convidados ao vivo) e por outro emocional (sentir que em termos de expressão já estava à vontade para escrever sobre assuntos pessoais).

Depois do concerto de apresentação no Lux, atuas a 19 de junho no Hardclub. O que podemos esperar deste segundo concerto de apresentação?
Um espectáculo muito especial! Seremos 7 em palco, tocaremos o “Elsewhere” na íntegra, bem como alguns temas do “Flora”, e trouxemos o universo visual do álbum para o palco. Literalmente. Ah, e há uma piñata.

Tens atuado em vários palcos, um pouco por toda a europa. Há algum espetáculo em particular que te tenha marcado?
Definitivamente, das melhores noites que tive foram no México e na Colômbia. Em Bogotá, por uma vez, a noite correu tão bem que toquei mais de 5 horas, bem para lá da hora e meia combinada. O público nesta cidade acarinha-me mesmo, é mesmo bom. E, claro, em Portugal, tocar no Coliseu dos Recreios ou no Terreiro do Paço foram highlights para mim.

O que te influenciou a entrares no mundo da música?
O lado tecnológico da mesma. Quando era puto desmontava tudo para saber como funcionava. Ainda sou essa criança.

O que te levou a formar a editora Discotexas?
A vontade ingénua e pura de editar a minha música e a de amigos. E de nos divertirmos no processo. Sete ou oito anos depois a motivação é a mesma!

Consideras que a música eletrónica em Portugal começa a ganhar o seu espaço ou existe ainda um longo caminho a percorrer?
Acho que finalmente não está remetida a um segundo plano. Ultrapassou o estatuto de “não é bem tão música como o rock”. Sinto que, no geral, a música portuguesa está a viver um momento especialmente prolífico. Ainda bem.

Curiosidade: porque Moullinex?
Electrónica; Misturas; França. A marca tinha um slogan ridículo nos anos 60: “Libère la femme”, com a retórica de que os robots electrodomésticos libertavam as mulheres por lhes darem mais tempo na cozinha… Achei interessante explorar esse conceito literalmente. Uma batedeira assassina de maridos. Mas já lá vão quase 10 anos.

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