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Entrevista NAD | «É um disco que tem tanto de nós como daquilo que nos rodeia e nos influência»
Os NAD (New Age Delinquents) são uma banda nascida em Aveiro no ano de 2003 e composta por Zim (voz e composição), Mic (voz), Jay (baixo) e Pedro (guitarra).

Desde a sua génese que caminham numa fusão eclética de estilos musicais – capaz de agradar o mais exigente dos ouvidos – sem nunca esquecer as raízes Hip Hop e R&B.

Recentemente editaram um EP digital, mas encontram-se a finalizar mais temas para integrar um novo álbum.

Made in Portugal: Falem-nos da vossa formação. Como surgiu a banda NAD?
Zim: Em 2002 já tinha vontade de criar uma banda, mas só quando fui estudar para Aveiro (2003) é que os NAD surgiram, juntamente com outros amigos. Alguns ainda hoje acompanham o projecto, mas com outro papel.
O Mic sempre foi o mais presente nessa época, foi viver outra vez para os Estados Unidos, mas quando voltou foi quando o assunto ficou mais sério. Conheci o Jay (baixista) em 2005, em 2007 ele entrou no projecto juntamente com o nosso antigo guitarrista Jimmy Rocha. Foi quando assumimos que devíamos largar alguns samples e começar a gravar grooves mais orgânicos. Entretanto o Jimmy emigrou em 2012, e foi quando o Pedro entrou no projecto, quase naturalmente, visto que ele era nosso amigo e estava dentro da cena NAD há uns anos. Eu, Mic, Jay e Pedro.
Ao vivo sempre convidamos alguns artistas a ensaiar e tocar connosco, mais propriamente DJ’s. Neste momento estamos a “desenhar” o concerto com músicos convidados de forma a enriquecer o show e nos adaptarmos a cada sítio onde iremos tocar.

MIP: Curiosidade: Porque o nome “New Age Delinquents”?
Zim: Éramos miúdos… Queríamos ser NewAge, queríamos trazer um ar fresco à cena hip-hop cá em Portugal! E Quando éramos miúdos as críticas destrutivas tinham um impacto bem mais forte do que agora. Na época, o pessoal mais ligado ao hip-hop achava que nós não devíamos fazer música como fazíamos: éramos mais melodiosos, menos bairrenses, com influências mais rock/R&B e menos o típico Loop repetitivo. Então adoptamos o Delinquents, exactamente por continuarmos a não fazer o que os outros já faziam e achavam que tinha de ser igual a eles para sermos hip-hop… Neste caso ser delinquente é ser real. Ainda pensamos em mudar, mas o nome começou a rodar bem rápido por Aveiro..e ficou.

«É um disco que baptizamos com o nosso próprio nome, porque tem tanto de nós como daquilo que nos rodeia e nos influência»

MIP: Lançaram recentemente um EP digital, sendo o avanço do álbum que estão a preparar. Sobre o novo disco, o que nos podem adiantar?

Zim: Eu atrevo-me a dizer que é o disco da minha vida (até à data claro). Desde sempre projectava para a nossa música algo assim. E com este álbum conseguimos! É um disco que baptizamos com o nosso próprio nome, porque tem tanto de nós como daquilo que nos rodeia e nos influência. Vamos do mais intimo e introspectivo, ao mais relaxado e groovie. Tropeçamos num ataque ou outro, mas sempre com algo que tenha a ver connosco.
Mic: É um disco que está a ser trabalhado desde 2010, vem rematar estes anos em que nos temos desenvolvido como banda e como indivíduos. Vem num tom mais maduro.

MIP: A quem está a cargo a composição e produção dos temas?
Mic: Grande parte dos temas são começados pelo Zim, ocasionalmente alguém surge com um riff ou linha de baixo, ou até mesmo só um conceito ou tema para uma nova música, mas acabamos todos envolvidos no desenvolvimento das musicas.

MIP: Um dos temas revelados conta com a participação de Mohad Sabre. Como surgiu esta parceria no tema “Espanta Espíritos”?
Mic: O Mohad é um amigo há já uns anos. Foi dita a mítica frase “temos de fazer um som juntos”, o instrumental surgiu e o tema foi gravado.
Zim: Somos todos da mesma laia…

«existe a falta de curiosidade da parte do ouvinte em ir ver quem é a banda X ou Y»

MIP: Alguns dos vossos temas tem servido de banda sonora de novelas/séries da TVI. É uma mais valia para a projeção da vossa música?
Jay: Sem dúvida que dá outra visibilidade, afinal de contas está exposta a muitas pessoas. Mas ainda existe a falta de curiosidade da parte do ouvinte em ir ver quem é a banda X ou Y. Está a melhorar, mas mesmo assim…
Mic: Qualquer meio que ajude a expor a nossa arte é uma mais valia.
Zim: E obrigado às pessoas que têm o poder de nos divulgar e apoiar dessa forma.

«Trabalhamos todos quase sempre lado a lado, além de grandes amigos, somos bons colegas de trabalho»

MIP: Para além de um novo álbum, há mais planos para o futuro? Por exemplo concertos.
Jay: Marcar uma posição no panorama musical. Queremos continuar a compor, fazer coisas novas e apresentar tudo no palco. Usar o talento que cada um tem mesmo fora da música, como imagem e som.
Mic: Para este disco parámos, não andámos à procura de datas. Focámos mais em nós, nos nossos assuntos pessoais e numa estética nova. Ainda não há datas, mas já se anda a planear e preparar o que vai acontecer ao vivo.
Zim: E além de já estarmos a compor novos temas, neste momento estamos a “desenhar” o concerto com músicos convidados de forma a enriquecer o show e nos adaptarmos a cada sítio onde iremos tocar. Para além disso tudo, nós fomos nos formando em diferentes áreas, mais propriamente som e Imagem. Eu fundei a marca PointOfView e temos trabalhado em diferentes videoclipes de vários artistas conhecidos do público português. Além da nossa própria imagem tomamos conta da imagem de outros artistas. O Mic tem um estúdio de som – SineFactory – e é responsável pela qualidade de som de grandes álbuns nacionais e não só. Quem está dentro sabe bem do que falo e de quem falo. Trabalhamos todos quase sempre lado a lado, além de grandes amigos, somos bons colegas de trabalho e acho que isso já diz quais são os nossos planos para o futuro.

MIP: Quais são as vossas influências musicais?
Mic: É sempre difícil dizer, somos quatro elementos, todos com raízes diferentes. Mas acaba por ir ter ao Rock, Soul, Blues, R&B, Trip Hop, Hip Hop.

«As más escolhas fizeram crescer muitas coisas dentro de nós, o que nos deu experiência»

MIP: Surgiram em 2003. Que avaliação fazem da vossa carreira?
Mic: Não tem sido nem linear, nem exponencial. No entanto tem sido continua, com boa música e bons concertos pelo meio.
Zim: “Eu faço quando me apetece, e faço quando me dá pica…”
Jay: A maturidade é algo que salta mais a vista, ou neste caso ao ouvido. As más escolhas fizeram crescer muitas coisas dentro de nós, o que nos deu experiência.

MIP: Como definem atualmente, a música em Portugal?
Jay: Crescida. A filosofia do “do it yourself ” está a começar a resultar nas novas bandas, quebrando o ciclo vicioso que está lá em cima. Vemos cada vez mais bandas nacionais a vingar, tanto cá como lá fora.

MIP: Para terminar, deixem uma razão aos que não conhecem a vossa música para a ouvirem.
Mic: A tua namorada quer ver-nos ao vivo. / O teu namorado curtia ser um de nós.

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