Made In Portugal: Orangotang tem mais de 10 anos de existência. O que mudou até á data na banda?
Orangotang: Mudou muita coisa, principalmente mudou o mundo à nossa volta e foram mudando as nossas vidas, mas na essência o que nos move mantem-se imutável ou seja, a grande paixão pela música e por fazer canções só pelo prazer de as fazer.

MIP: Como surgiu a banda Orangotang? Inclusive o nome da banda.
Orangotang: A banda surgiu como normalmente surgem as bandas, um grupo de miúdos que gostavam de música e que queriam ter uma banda, tivemos várias bandas individualmente até nos juntarmos. Na altura em que formamos a banda a onda de manchester estava no auge e eu era, e sou fã dos Stone Roses, o vocalista Ian Brown era conhecido por King Monkey Man eu pensei num nome relacionado com macacos mas que ao mesmo tempo fosse uma palavra que quando escrita fosse graficamente forte daí o nome Orangotang, com o Tang escrito de forma idêntica à marca de sumo de fruta em pó.

MIP: A vossa “Propaganda” foi muito bem recebida pelo público. Aquando do lançamento deste 1º álbum, esperavam ter tanto feed back positivo?
Orangotang: Sinceramente não, tocamos por todo o país inclusive nas ilhas, fomos para Espanha várias vezes, éramos agenciados por uma grande agência, foram muitos concertos e grandes experiências junto de pessoas que conheciam as nossas canções e cantavam connosco, foi muito bom. Para isso ajudou muito o facto de termos tido muito airplay na Antena 3 e em muitas rádios locais.

MIP: Sucedendo a “Propaganda” lançam “Apneia”. Quais as diferenças e semelhanças destes dois álbuns?
Orangotang: As diferenças são principalmente os meios técnicos que tivemos á disposição e também a vontade de produzir uma sonoridade maior, mais abrangente com mais trabalho de produção. Relativamente às canções penso que respiram a mesma essência das que compunham o Propaganda.

MIP: O título do álbum tem alguma relação com o tempo em que ficaram “parados”?
Orangotang: Sim, penso que é algo evidente, mas mais uma vez escolhi a palavra também pela sua estética e sonoridade, gosto do som da palavra Apneia.

MIP: Porque estiveram 5 anos parados? Alguma vez pensaram em desistir do mundo da música?
Orangotang: Parados não estivemos, demos vários concertos mas com menos intensidade. Claro que pensamos em desistir mas para nós a música não é uma carreira, é algo que faz parte das nossas vidas, é uma parte importante da nossa vida, com mais ou menos actividade ela está sempre presente, não sentimos pressão em mostrar trabalho porque isso não é o nosso trabalho isso é uma paixão.

MIP: O que diriam a quem não conhece a vossa música? Como se apresentavam?
Orangotang: Fazemos canções simples mas intensas, diretas ao ouvido e com mensagens simples e que todos entendem porque são fruto das experiências de vidas normais. Somos uma banda de canções.

MIP: Como é o vosso processo de composição?

Orangotang: Começa normalmente com as minhas ideias gravadas na guitarra acústica em casa e depois são trabalhadas com toda a banda na sala de ensaios.

MIP: Quais as vossas influências musicais?
Orangotang: Várias, mas penso que num passado já algo distante a onda de Manchester dos anos 90 juntamente com bandas como os Cure, os REM ou os New Order foram grande influência, neste momento quase todas as bandas que gostamos são revivalistas de sonoridades que nós sempre gostamos e como é lógico apreciamos.

MIP: Que projetos tem para o futuro?
Orangotang: Continuar a fazer canções e continuar a gravar. Estamos neste momento no Estúdio Lobo Mau em Guimarães a gravar um novo EP.

MIP: Como definem atualmente a música em Portugal?
Orangotang: Neste momento, na minha opinião, não vejo projectos muito interessantes na área do pop rock, penso que no hip-hop e na electrónica as coisas estão mais excitantes.

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