Made in Portugal: Para quem não te conhece, apresenta-te. Quem é Pedro Coelho?
Pedro Coelho: Pedro Coelho é um mocinho de 35 anos nascido em Lisboa que certo dia resolveu dizer: “Vou fazer aquilo que mais gosto e se puder viver disso, ainda melhor 🙂 “.
Como não tenho muitos estudos nem tive a oportunidade de frequentar nenhuma das grandes escolas de música, com a ajuda dos amigos lá da rua, fui aprendendo a tocar guitarra ainda em tempos de infância.
Sou muito protetor da minha família, sou muito amigo dos meus amigos, adoro guitarras (são a minha perdição), sou muito observador e não gosto de tirar conclusões precipitadas. Gosto sempre de saber os dois lados das coisas.
MIP: Já participaste em vários programas de televisão direcionados para a música: A Chuva de Estrelas, Ídolos e A Voz de Portugal. A participação nestes programas, a nível profissional, foi enriquecedora?
P. C.: Penso que os concursos são uma maneira de nos expor, de mostrar que somos “isto”, fazemos “isto” e somos capazes “disto”. Depois tem muito a ver com o que o público quer receber. Afinal, o público é que define o que quer ou não aceitar e consumir. O timing também é muito importante… A nível profissional, não consegui tirar muito proveito disso por não ser vencedor.
MIP: “(Re)Começar” é o teu primeiro disco. Foi um disco muito difícil de concretizar?
P. C.: Não, não foi difícil de concretizar. Foi feito sempre em horário pós laboral, tenho que agradecer ao Paulo Trindade pela paciência e dedicação, os temas alguns já os tinha em gaveta, outros foram feitos rapidamente. O grafismo foi todo feito por mim, pedi à Maria João, a minha mulher, para me tirar umas fotos com o telemóvel e depois com um pouco de paciência e dedicação fiz o resto. As letras são sentimentos meus e experiências diretas e indiretas que vivi.
MIP: A que se deve o título do disco “(Re)Começar”? A algo em específico?
P. C.: Achei que “Começar” não seria o título certo uma vez que o começo de tudo já teria sido há muitos anos. Um RECOMEÇO seria um bom INICIO :). Embora tenha já algum historial na música começo agora a pensar pela minha cabeça e a fazer as coisas que realmente quero.
MIP: Este ano assinaste contrato com a editora Farol Música (uma das editoras de prestigio em Portugal). Como recebeste o convite?
P. C.: Em tempos interpretei um tema chamado “Até ao fundo do mar” de César Rocha e Artur Rocha, que foi incluído numa novela de produção da TVI “A Outra”. Passado uns tempos fui contatado pelo departamento da New Media da Farol com uma proposta de distribuição digital e claro, fiquei aberto à conversação e neste momento estou contente pelo acordo feito.
MIP: Quais os teus objetivos para o futuro?
P. C.: Continuar a fazer musica, construir uma equipa de trabalho estável, ter trabalho, saúde e ser feliz.
MIP: Que conselhos podes deixar a um jovem que queira ingressar no mundo da música?
P. C.: Que não desista do seu sonho, que direcione grande parte do seu esforço para isso mas que não descarte outras hipóteses que este país não está para brincadeiras.
MIP: Como defines atualmente a música em Portugal?
P. C.: Como a música em Portugal está em constante “mutação” neste momento não tenho uma ideia muito definida de como está. Posso dar a minha opinião. Em tempos achava mal os artistas terem de ser reconhecidos primeiro no estrangeiro para depois serem aceites no seu próprio país. Hoje em dia vejo muitos projetos a comporem em Inglês pelo facto de não conseguirem vingar no nosso mercado, por isso, tentam fazê-lo lá fora. O que me leva a crer que o nosso mercado está saturado. Neste momento existem os resistentes e os projetos de curta duração.
