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Entrevista Ru Vasconcellos | “Faz muita falta termos mais orgulho no que é nosso”

Ru iniciou os seus estudos na música ainda criança. Começou pelo piano e na adolescência passou para a guitarra. Frequentou o Hot Clube de Portugal e na Universidade Lusíada fez o curso superior de Jazz e Música Moderna. Ru é autora do tema “Janeiro” sincronizado no filme Alemão “Before Dawn”.

Passou por várias bandas: Rockalady (teclista), Red House View (vocalista e autora), Casual Attraction (o single “So Many Reasons” que fez parte da banda sonora da série televisiva “I Love It”). Escreve e compõe para artistas nacionais e internacionais.

“Summer Blaze” é o seu primeiro single a solo que já está disponível nas lojas digitais. Em entrevista Ru Vasconcellos fala-nos deste seu novo projeto a solo. 

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Já integrou outros projetos musicais. Um projeto a solo foi algo que sempre ambicionou?
Antes de mais, Olá Made in Portugal e muito obrigada por me receberem para esta entrevista. Actualmente faço parte de vários projectos musicais que incluem bandas de blues, rock, soul, funk e jazz. Um projecto a solo foi sempre algo que ambicionei sim para poder partilhar com o mundo aquilo que crio sozinha.

Porque só agora é que decidiu lançar-se a solo?
Porque só agora consegui juntar os fundos e coragem para o fazer. Este foi um ano de crescimento e muito trabalho em que decidi começar a partilhar com o mundo aquilo que faço por mais que ainda esteja em fase de crescimento e amadurecimento musical.

Como surgiu a possibilidade de compor um tema para o filme “Before Dawn”?
O ano passado tive um single chamado “So many reasons” da minha banda de blues rock “Casual Attraction” a passar na séria “I love it” da TVI. Decidimos gravar um videoclipe para a música com a Maria Rita (videografa) que chamou a Margarida Saldanha para fazer a produção. Desde aí criei uma grande amizade com elas e como componho músicas e escrevo letras para outros artistas, a Margarida pensou em mim quando estava a produzir o filme para escrever “Janeiro”. Foi com alguma rapidez, uma hora depois do telefonema a letra estava escrita. Como tudo nesta área, é uma questão de as pessoas conhecerem e gostarem do nosso trabalho.

Fui a minha própria manager, promoter, organizei os ensaios, eventos, viagens, horários, you name it.

capa single RU“Summer Blaze” é o single de avanço de um primeiro disco? O que nos podes já desvendar?
Para já a ideia é lançar uma espécie de EP com uma versão mais jazz acústica do tema “summer Blaze” (foi assim que o idealizei quando compus o tema), assim como mais dois ou três temas para pôr a rodar e mostrar às pessoas o meu trabalho.

Na tour de 2014 deu mais de 100 concertos. Fale-nos um pouco desta tour. Foi muito cansativo?
Extremamente. Fui a minha própria manager, promoter, organizei os ensaios, eventos, viagens, horários, you name it. Trabalhei com pessoas de agências incríveis, toquei guitarra/piano para artistas que muito admiro nomeadamente o grande “Lord of the Voices” Fernando Pereira, dei vários concertos a solo, com o meu quarteto jazz e sexteto funk, soul, rock. Como freelancer em Portugal não me posso dar ao luxo de rejeitar trabalho por isso não tiro férias há quase três anos.

Já atuou em locais bem mediáticos, mas como foi atuar para Green Alliance no Palácio Il Bottaccio Luxury Venue em Londres?
Foi optimo! Adoro Londres, tenho família (tenho ascendência inglesa) e maior parte dos meus amigos trabalham lá. O single “Summer Blaze” está neste momento a ser promovido e a passar em algumas rádios lá. Em Outubro mudo-me definitivamente para lá portanto posso dizer que foi um excelente “warm up” para a vida que vou ter daqui para a frente. As pessoas do Il Bottaccio Luxury Venue foram muito simpáticas e a cliente do Green Alliance adorou o concerto! É lá que costumam fazer os editioriais da Vogue UK assim como as festas da Kim Kardashian e Paris Hilton. Ainda aproveitei para passear por Denmark street e participar numas jam sessions. Não podia ter sido melhor.

Quero chegar às pessoas a conseguir marcá-las de forma positiva

O que ambiciona neste seu novo projeto a solo?
Ambiciono conseguir transmitir cada vez melhor o que sinto e penso às pessoas, através da música. Gostava de explorar mais as minhas influências (jazz, rock, pop, soul, funk, blues) mas acima de tudo quero chegar às pessoas a conseguir marcá-las de forma positiva.

Tenho pena que continuemos a ser um país que dá mais valor a bandas que vêem de fora

Como define atualmente a música em Portugal?
Neste momento está muita coisa a acontecer. Temos bandas e músicos fora de série em Portugal. Quanto mais viajo e em mais jams participo, mais vejo isso. Umas das minhas bandas favoritas do momento são os Cais do Sodré Funk Connection, The Black Mamba e a Selma Uamusse. Muitos destes músicos tenho o enorme prazer de conhecer pessoalmente e de já ter partilhado momentos muito especiais em palco com eles. Só tenho pena que continuemos a ser um país que dá mais valor a bandas que vêem de fora. Acho que faz muita falta termos mais orgulho no que é nosso em vez de só dar crédito quando são reconhecidos lá fora. O que é Nacional não é só bom, é excelente!

Acompanhe Ru Vasconcellos em: www.facebook.com/ruvmusic

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