Home   /   Sem categoria  /   Entrevista | Sebastião Antunes “…não deixo de ter uma enormidade de motivos para festejar estes 20 anos. Foram 8 discos e muitos concertos…”
Entrevista | Sebastião Antunes “…não deixo de ter uma enormidade de motivos para festejar estes 20 anos. Foram 8 discos e muitos concertos…”

O objectivo de Sebastião Antunes, mentor do que em tempos foram os “Peace Makers” e que deu origem ao grupo Quadrilha, é fazer a fusão entre formas próprias da tradição portuguesa e uma certa sonoridade Celta. Por outro lado, tem uma preocupação – fazer chegar a música popular às classes etárias mais novas. Segundo o próprio, é muito importante que os jovens se identifiquem com a sua música e, acima de tudo, que sintam que é algo que lhes pertence.
Este ano Sebastião Antunes celebra 20 anos de carreira. O ‘aniversário’ será com um concerto único no CCB, dia 8 de Junho que irá ter a presença de vários convidados: Tito Paris, Galandum Galundaina e Sara Vidal.

Made in Portugal: Este ano celebra 20 anos de carreira. Que avaliação faz do seu percurso musical?
Sebastião Antunes: Em primeiro lugar, é uma avaliação muito boa. Um conjunto de boas experiências que, apesar de certas vezes, terem tido algumas situações menos boas, como em tudo, não deixo de ter uma enormidade de motivos para festejar estes 20 anos. Foram 8 discos e muitos concertos dentro e fora de Portugal que nos fizeram trocar com o público muito bons momentos.

MIP: Há algum momento que o tenha marcado mais nestes 20 anos de carreira?
S. A.: Vários. A saída de cada disco é sempre um  momento marcante. Sempre houve uma boa quantidade de concertos que tiveram um cunho especial, a participação em alguns festivais, dentro e fora de Portugal foram particularmente prazerosos. Cada experiência tem a sua história, e cada passo que se dá deixa sempre a sua marca, a qual nós agradecemos.

MIP: No inicio deste ano presenteou o público com um novo álbum – Com um Abraço. Fale-nos deste disco.
S. A.: Este disco é um Abraço dado entre nós, muitos convidados e o público. Começámos por convidar gente que não nasceu cá,  mas é gente de cá,  é gente que faz música por cá, e estendemos esse convite a músicos portugueses para tornar este Abraço tão grande quanto possível.

MIP: Dia 8 de Junho celebra no CCB os seus 20 anos de carreira. O que pode esperar o público desse concerto?
S. A.: Vamos fazer um resumo da nossa história. Tivémos que seleccionar os temas a tocar pois não caberiam todos no espectáculo. Temos alguns convidados e queremos partilhar com o público, em quase 2 horas de espectáculo, aquilo que achamos mais relevante na nossa história. Queremos fazer uma festa e de todo planeámos o espectáculo que, de alguma maneira, traz às pessoas aqueles que foram alguns dos momentos mais representativos da nossa existência.

MIP: Que conselho pode deixar aos jovens músicos que queiram ou estejam a ingressar no mundo da música?
S. A.: Simplesmente acreditem.

MIP: Portugal é um país difícil para se ser músico/cantor ou as pessoas é que são difíceis e demoram tempo a aceitar um artista?
S. A.: Portugal é um país difícil em tudo, da mesma maneira que é um país fácil em tudo. O percurso dos artistas é diverso, e já não podemos ver as coisas como há alguns anos atrás, em que havia um circuito mais ou menos homogéneo para toda a gente. Actualmete os percursos são diversos e, às vezes, até confusos, é possível ser muito famoso num determinado circuito e completamente desconhecido num outro.
O público português não é um público difícil, é um público caloroso, mas, se quisermos colocar as coisas ao pormenor, também temos que ter em conta que não há um público português, há muitos públicos portugueses, que como em todas as partes do mundo,  são diversos e completamente diferentes  uns dos outros, na forma de aceitar um artista. Quando falamos do público, em Portugal, estamos a generalizar em excesso. Em Portugal existe o público que gosta de fado, o público que gosta de música popular, o público que gosta de heavy metal. Em suma, nunca me senti descontente por ser um músico português a trabalhar em Portugal. Gosto daquilo que faço e gosto de o fazer por cá.

MIP: Como define actualmente a música em Portugal?
S. A.: Apesar das condições serem de algum modo difíceis, não tenho dúvida que a produção musical em Portugal aumentou muito de qualidade e que o público, em geral, está muito mais ligado à música que se faz em Portugal, do que estava, por exemplo, há 10 ou 15 anos atrás. Apesar dos processos serem difíceis é inegável que a música portuguesa está no bom caminho.

Related Article