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Entrevista | The Weatherman «foi na Holanda que recebemos o melhor feedback»
“It Took Me So Long” é o novo single de The Weatherman, canção incluída no mais recente disco do músico, que conta agora com uma nova versão com a participação especial de Emmy Curl. Esta versão renovada de “It Took Me So Long” será incluída na edição do mais recente disco de The Weatherman na Holanda e na Bélgica em Janeiro de 2014. Será também na Holanda que o músico se apresentará para uma série de concertos de apresentação, com presença garantida no festival Eurosonic, a decorrer na cidade de Groningen na Holanda.

O Made in Portugal entrevistou The Weatherman que nos falou um pouco mais destas novidades.

«senti que apesar de tudo consegui chegar a um público mais generalista do que nos álbuns anteriores»

Made in Portugal: Praticamente um ano após o lançamento do álbum Weatherman, qual o balanço que faz do mesmo?
The Weatherman: Acho que foi um disco que chegou a mais gente e foi um disco que tocou mais nas rádios. Mas esse também foi o objetivo desde o início, este já é o meu terceiro disco, e foi fazer um disco que fosse uma súmula dos meus dois primeiros, mas que fosse um bocado mais acessível às pessoas. Mas sim, acho que o balanço é positivo.

MIP: Numa primeira entrevista ao Made In Portugal aquando do lançamento do álbum disseste que ao ser mais auto-biográfico, pretendias comunicar de uma forma mais direta com o público. Conseguiste essa comunicação?
The Weatherman: Sim, muitas vezes a forma como se chega ao público nem sempre bate certo com as nossas expetativas. Mas desta vez acho que sim, senti que apesar de tudo consegui chegar a um público mais generalista do que nos álbuns anteriores. Isso também se refletiu nos concertos, as pessoas cantam mais as músicas agora.

MIP: Achas que o ambiente acolhedor que se vive no Porto te ajudou a transmitir melhor a essência deste álbum? Qual a diferença entre tocar no norte e em Lisboa?
The Weatherman: Aqui em Lisboa o circuito é um pouco mais disperso, ou seja, se eu quiser tocar no Porto eu sei mais facilmente os sítios mais indicados para o que quero fazer para o público que quero atingir. Aqui é um bocado mais complicado.

MIP: Quais os sítios onde mais gostaste de tocar?
The Weatherman: No Porto, o concerto de apresentação no Passos Manuel foi bom. Porque eu acho que a minha música resulta melhor em auditórios com as pessoas sentadas, do que propriamente em clubes em que o pessoal está todo de pé.

MIP: O facto do disco não ter tido o apoio de uma editora fez com que tivesses mais liberdade na criação e posterior divulgação do mesmo?
The Weatherman: Tive só o apoio da GDA.
Sim, é inegável. Aliás, é uma realidade que eu desconheço, ter alguém de uma editora que me diz tu devias ir mais nesta direção, ou devias esquecer esta música porque não presta. Nesse aspeto sim, é fixe, mas no aspeto de progressão de carreira, num aspeto mais comercial eu já não tenho bem a noção do que fazer.

MIP: Quais são as tuas principais influências musicais?
The Weatherman: Inevitavelmente, as minhas maiores influências são bandas dos anos 60 e 70, eu cresci a ouvir imenso Beatles e Beach Boys. Por isso sempre disse que tenho um pé nessa altura, algures entre o final os anos 60 e início dos anos 70. Acho que o meu coração musical está aí.

«achámos que esta música merecia uma roupagem diferente e era fixe meter uma voz feminina»

MIP: “It took me so long” é o novo single, mas com uma participação especial de Emmy Curl. Como é que surgiu essa ideia?
The Weatherman: Eu conheci a Emmy Curl já em 2009 na altura em que estava a dar concertos de promoção do meu 2º disco, e já desde aí volta e meia falávamos que era fixe fazermos algo juntos. Aliás houve uma vez que ela me ligou e me disse que era fixe fazermos alguns concertos juntos, mas nada disso acabou por se concretizar. Depois, entretanto, estávamos a meio já deste ano e eu toquei no Music Box em Lisboa, ela por acaso veio connosco, e eu convidei-a para tocar essa música precisamente, e na altura foi algo muito em cima do joelho, e foi a partir daí que em conversa com o pessoal que toca comigo, achámos que esta música merecia uma roupagem diferente e era fixe meter uma voz feminina.

MIP: Como funciona o processo criativo durante a composição das tuas músicas?
The Weatherman: Sempre que sinto que tenho algo para dizer através de música, sai sempre alguma coisa, nesse aspeto é bom. Não é algo muito linear, faço a música e a letra mais ou menos em simultâneo. Faço uma linha de letra e depois encaixo uma melodia, faço assim… meio caos.

MIP: Mas sempre quisestes trabalhar nesta área?
The Weatherman: Basicamente sim, desde sempre. Comecei a compor com 12, 13 anos, mal comecei a aprender os primeiros acordes na guitarra. Tive a minha primeira banda aos 16, 17 anos, depois tive várias bandas até que cheguei aos 26 e tive a oportunidade de lançar o meu primeiro albúm a solo.

MIP: E quem é a banda que toca contigo?
The Weatherman: É pessoal que toca noutros projetos no Porto, com o quais eu me identifico. É o caso do Sarafa, que é o baterista, que já toca com imensa gente também; o João André que é o baixista, que produziu também este meu ultimo disco; o Sérgio Alves que é o teclista; e agora temos um elemento novo que é o Marco Nunes que toca com o Pedro Abrunhosa e já fez parte dos Blind Zero.

MIP: Qual a tua opinião acerca das redes sociais e da importância que têm na divulgação da música?
The Weatherman: Eu tenho um mix de feelings em relação ao Facebook…por um lado acho que muitas vezes as pessoas dão demasiada importância a isso, à presença que as bandas têm nas redes sociais. E por outro lado, acho que para o pessoal que é mais independente, que é o meu caso, acho que é claro que não se pode escapar a isso.

MIP: Costumas acompanhar o teu facebook?
The Weatherman: Sim, gosto, mas tenho sempre um bocado um mix de feelings em relação a isso tudo, porque tenho um bocado a paranóia que existem muitos malucos e são facilmente atraídos nas redes sociais. Tenho alguma reserva, mas de resto é na boa.

MIP: Como surgiu a oportunidade de lançar o disco além-fronteiras?
The Weatherman: Foi através do meu manager, ele enviou o meu disco para vários contactos que eles têm em vários países e foi precisamente na Holanda que recebemos o melhor feedback. E foi a partir daí que as coisas se desenvolveram.

MIP: A música Fab já faz parte dos novos lançamentos da rádio nacional holandesa 3fm. Tens tido algum feedback da reação dos holandeses à tua música?
The Weatherman: Ainda é muito cedo porque só saiu há 2 semanas, ainda nem sequer saiu lá o disco, ainda está numa fase muito inicial.

«em comparação com outros países, o que me parece é que em termos de qualidade musical nós estamos muito a frente»

MIP: Quando e onde vão ser os concertos de apresentação na Holanda?
The Weatherman: São 4 dias seguidos de concertos, 16, 17, 18 e 19 de Janeiro. Dia 16 tenho um concerto a solo em Den Bosch, dia 17 é no Eurosonic já com a banda, dia 18 em Haarlem, perto de Amesterdão com a banda também, e depois dia 19 é na After Party do Festival Eurosonic.

MIP: Quais os próximos mercados que gostarias de chegar?
The Weatherman: Alemanha, França e Reino Unido, acho que era o grande objetivo.

MIP: O teu último álbum foi considerado pelo Made In Portugal como um dos melhores álbuns de 2013. Como vê o panorama musical em portugal atualmente?
The Weatherman: Já soube, muito obrigada!

Digamos que eu me sentia mais confortável há uns anos atrás quando era muito imberbe, não fazia a mínima ideia de como as coisas funcionavam. Agora que já trilhei algum caminho, e já conheço mais ou menos os meandros do meio, há uma quebra da ilusão, confesso que já não tenho grandes expetativas em relação ao que possa fazer cá. Acho que tudo pode acontecer, mas realmente neste momento o meu foco está lá fora.
Acho que em comparação com outros países, o que me parece é que em termos de qualidade musical nós estamos muito a frente, mas em termos de canais, de conseguirmos vender aquilo que temos de bom… zero.

Entrevista realizada por: Anabela Santos Pico
Fotos de: Tiago Alves Silva

 

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