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Entrevista | Vitorino Voador fala-nos do seu primeiro álbum «O dia em que todos acreditaram»

«O dia em que todos acreditaram» é o primeiro disco de longa duração de Vitorino Voador – projecto a solo de João Gil (membro dos Diabo na Cruz, You Can’t Win Charlie Brown, entre outros projectos). «O dia em que todos acreditaram» foi lançado com o selo da Azáfama, e sucede ao EP de estreia, «Vitorioso Voo», que foi lançado em finais de 2012.

Em entrevista ao Made in Portugal (MIP) João Gil (J. G.) desvenda-nos um pouco mais de «O dia em que todos acreditaram».

MIP: «O dia em que todos acreditaram» será lançado em Janeiro de 2015. Do que nos fala este disco?
J. G.: Fala-nos de duas histórias paralelas, a do Vitorino Voador e a minha. Na história do Vitorino Voador, as pessoas já sabem quem ele é, confiam nele e contam com ele. Na minha história conta o que estou a viver neste momento, conta também a forma como vejo as pessoas, que começam a conhecer o meu trabalho como músico e sinto que acreditam no que faço.

MIP: Que diferenças encontramos neste teu novo trabalho, em relação ao anterior?
J. G.: Neste disco quis trazer outros músicos para o que faço, que participassem nele da forma mais livre que pudessem, o “Venha Ele “ é um bom exemplo disso. O David teve carta-branca para fazer o que quisesse na sua participação.

MIP: A nível de composição, já tinhas os temas em gaveta guardadas?
J. G.: Uns sim, o primeiro single é um desses temas, outros temas foram feitos depois do EP, outros até depois do disco estar fechado, o que fez com que tivesse que ser aberto e repensado novamente.

MIP: Porque intitulaste o álbum «O dia em que todos acreditaram»?
J. G.: Porque quis que soasse épico, que o nome só por si já despertasse a atenção das pessoas. E porque conta aquilo que sinto neste momento que estou a viver.

MIP: Neste disco contas com alguns convidados. Fala-nos dessas participações.
J. G.: À medida que vou fazendo música vou descobrindo cada vez mais o prazer de ter músicos a participar na música que faço. Este disco em relação ao EP teve muito mais participações. Tive o Noiserv a participar no single, chegámos a tocar uma vez juntos a musica num festival e foi bonito, não foi nada difícil pensar nele para o disco. O António Vasconcelos que gravou todas as baterias do disco e fez um alto trabalho. O Ricardo Jacinto que gravou Violoncelo. O José Castro que esteve mais ligado ao lado electrónico. O José Guilherme e a Joana que fizeram a melhor sessão de berraria do mundo. Cada uma destas pessoas está muito próxima de mim, sinto quase que foi um disco que ficou em família e sabe-me bem ouvir o disco e pensar nisso agora que já está feito.

MIP: Sendo que estás ligado a outros projetos musicais, Vitorino Voador é como que um refúgio, uma alternativa à música que fazes nessas bandas, ou é apenas a vontade de teres um projeto só teu?
J. G.: É um pouco disso tudo. O Vitorino Voador surge pela necessidade que tive em poder dar forma às minhas ideias que não se enquadravam nas bandas em que toco, ideias essas que eu deitava fora diariamente já que não faziam sentido, mas cheguei a um certo ponto em que achei que isso era um desperdício e essa sensação foi tão forte que me fez criar uma coisa só minha, onde pudesse fazer música sem regras nenhumas.

MIP: Alguma vez, quando subiste a um palco, aconteceu confundires-te a ti próprio no meio de tantos projetos?
J. G.: Sim, esse é o meu dia-a-dia! Mas a serio, já me aconteceu umas quantas vezes ficar meio baralhado a meio de uma música, por ter alguma parte parecida com uma música de outra banda e provavelmente segui para o sítio errado. A maravilha de tocar desde muito novo e fui aprendendo a dar a volta nesses momentos e aproveitar o momento a meu favor e fazer daquilo uma coisa boa e divertida. Gosto da sensação da zona de conforto ser fora da zona de conforto.


MIP: Para quando apresentações ao vivo deste teu novo trabalho?
J. G.: Essa parte está agora a ser tratada, para já gostaria de ver o disco cá fora, dar tempo às pessoas para poderem ouvir o disco e começar a tocar depois disso, por isso penso que os concertos começarão em Fevereiro.

MIP: Como avalias atualmente a música que se faz em Portugal?
J. G.: Música de altíssimo nível. Estamos rodeados de gente que vai fazer história.

MIP: Deixa uma mensagem a todos os nossos leitores.
J. G.: Olhem pelos retrovisores antes de mudarem de faixa de rodagem (digo isto porque ontem apanhei um susto daqueles) e se não souberem tocar nenhum instrumento, arranjem um porque até aos noventa ainda vão a tempo de aprender, depois disso é que já é mais complicado.

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