O músico Fernando Alvim, de 80 anos, que durante 25 anos acompanhou à viola o guitarrista Carlos Paredes, morreu esta sexta-feira, disse à Lusa fonte próxima da família. O músico encontrava-se hospitalizado.
Fernando Alvim editou em 2011 o duplo CD “O fado e as Canções do Alvim”, constituído exclusivamente por composições suas interpretadas, entre outros, por Camané, Ana Moura, Ricardo Ribeiro, Cristina Branco, Rui Veloso, Fafá de Belém, Vitorino e Carlos do Carmo.
Em 2012 foi nomeado para o prémio de Melhor Intérprete Individual na XVII Gala dos Globos de Ouro, justamente com o disco que editara no ano anterior.
Fernando Alvim, entre outros, acompanhou e gravou com António Chaínho, Pedro Jóia e José Afonso. Há três anos recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores. Na ocasião referiu que era uma “forma de reconhecimento pelo trabalho de décadas ao serviço da dignificação da música portuguesa”.
Durante mais de 50 anos o músico ajudou a que outros brilhassem. No meio da música era aliás conhecido como “o sombra”, pelo facto de acompanhar discretamente grandes vultos da música portuguesa, com destaque para Carlos Paredes.
Nasceu em Cascais, a 6 de Novembro de 1934. A mãe tocava piano e habituou-o, desde pequeno, a assistir a concertos, enquanto o pai queria que seguisse um curso superior. Aos 18 anos teve as primeiras aulas de viola com o professor Duarte Costa e três anos mais tarde inicia a carreira, tocando como acompanhante em casas de fado amador.
Aos 23 anos começa também a dedicar-se ao jazz e à bossa nova e no contexto da Emissora Nacional tem um programa de music-hall chamado Nova Onda, que acabará por estar na origem do Conjunto Mistério, formado com outros músicos.
Em 1959 inicia então a parceria com Carlos Paredes, com quem pisou palcos em todo o mundo e com quem gravou cinco discos. Ao longo desses anos, desenvolveu outras actividades. Tocou com músicos do Hot Club, fez parte do grupo de músicos do popular programa televisivo Zip-Zip, fundou o Conjunto de Guitarras de Fernando Alvim (1969) e gravou um disco com João Maria Tudela.
