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“Guna não pára” é o novo single de João Pequeno (c/ letra)
“Guna não pára” é o novo single de João Pequeno e, à semelhança dos singles anteriores, é um tema da sua autoria. O vídeo foi gravado nas ruas do Porto e realizado por T. Zimmermann.

Neste single João Pequeno conta a história de Siga, conhecido no Porto como o “Rei da Pasteleira” e que acabou por marcar a sua adolescência:

“Siga era o miúdo mais temido na zona onde eu cresci, na Foz, Porto. Todos conheciam as suas histórias de assaltos a pessoas, a motas, carros e até autocarros e carros de polícia. Tudo isto até aos 16 anos. Dizia que não ia ser preso. Antes disso ia roubar um avião e despenhar-se contra a 15ª Esquadra, a esquadra da Foz onde era detido com frequência mas temporariamente.
Quando parava à porta da minha escola causava o terror entre os alunos e eu sabia que tinha de o conhecer para ficar a salvo. E, pensando bem, talvez esse tenha sido o primeiro motivo para hoje eu fazer Rap. Através do Siga conheci alguns gunas* com quem frequentei os bairros e tomei contacto directo com o Hip Hop. Se não tivesse conhecido o Siga talvez nunca me tivesse tornado Rapper.”

Guna não pára - João Pequeno

João Pequeno

[LETRA] “Guna não para” –  João Pequeno

Siga, o miúdo que ainda hoje muitos dizem ser o mais lendário guna
Conhecido por estas bandas como “O Rei da Pasteleira”
Vasto lote em supermercados, carros, carteiras
Currículo invulgar que aos 11 anos já dava cadeia.
A fazer cara feia, o mais novo lá do bando
E quando entrava na Foz fazia tremer a zona inteira,
Siga, comparsa nos roubos, descarga nos outros,
Meu mano aqui chamavam-nos loucos.
Sempre certo lá na esquadra já com lista de espera,
Eram um bando de 80 mas já sabiam quem era,
Cabelo à tigela, franzino, de 1.55m,
O nosso Chico Fininho dos anos noventa e pico.
Drama é quando havia esperinhas lá na porta,
Era ver a gunada agarrada às grades da escola
E o puto lá no meio, de brinquinho e ponta-e-mola
Fazia mais com a navalha do que muitos de pistola.

Refrão

Ele era o puto que tinha o sonho de apontar um avião contra a 15ª
Guna não pára, vida de gu…vida de guna não pára, guna não pára, guna não pá…
Ele era o puto que tinha o sonho de apontar um avião contra a 15ª
Ninguém pára o guna, ninguém pára, ninguém, ninguém pára o guna, ninguém pára o guna
(2X)

Não arredavam pé quando entrava a Polícia,
Não era o mais perigoso mas era o que tinha mais perícia,
Era ver a coleção de Fiat Unos roubados,
Carros usados parados à porta da 15º Esquadra,
Com o banco todo chegado aos pedais,
Nada, para ele nunca era nada de mais.
Um mito urbano que até hoje ainda perdura
Desde os velhos tempos, tipo os malucos da Rua Escura.
Certa vez vi o puto com uma mota da Telepizza
E quando cheguei à escola contavam quem a conduzia
Tempos depois ouvia um frenesim pela Boavista,
Um jovem conduzia um carro de patrulha…era o Siga!
Avenida abaixo como se nada fosse,
Três carros atrás dele e o puto só tinha 14,
Presença já assídua no Tribunal de Menores
Com fama conhecida pelo Porto e arredores.
Parava lá no Bairro ou na esquadra da Foz
Como Leão, Acelera, Rato, Crista ou Rei Herodes.
Siga, comparsa nos roubos, descarga nos outros
Meu mano aqui ainda eram uns poucos!

Refrão

Ele era o puto que tinha o sonho de apontar um avião contra a 15ª
Guna não pára, vida de gu…vida de guna não pára, guna não pára, guna não pá…
Ele era o puto que tinha o sonho de apontar um avião contra a 15ª
Ninguém pára o guna, ninguém pára, ninguém, ninguém pára o guna, ninguém pára o guna
(4X)

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