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Reportagem | Helena Sarmento estreou-se no Museu do Fado

Helena Sarmento, natural de Lamego, apresentou-se pela primeira vez no Museu do Fado em Lisboa na passada sexta-feira, fazendo-se acompanhar por Amândio Pires na viola baixo, Paulo Faria de Carvalho na viola de fado e Samuel Cabral na guitarra portuguesa.
Com o auditório praticamente preenchido e dada a estreia, Helena Sarmento optou por cantar temas dos seus dois primeiros discos ” Fado Azul ” ( 2011  ) e “Fado dos Dias Assim” (2013).
“Amor a caminhar” foi o tema de abertura deste concerto, e que fez com que desde logo o público se rendesse.
Seguiram-se temas como “A voz da cotovia”, “Porto-Porto” e “Fado Negro”, para citar apenas alguns, pois largo foi o concerto que contou com 19 temas, apesar de para os presentes ter passado num ápice, dado o envolvimento criado entre a fadista, o seu Fado e  o público.
Tudo começou com ele…‘, refere Helena antes de apresentar um dos temas mais importantes. “Fado dos meus passos” foi o primeiro poema que João Gigante-Ferreira escreveu para Helena Sarmento e que foi acoplado ao Fado Menor e incluído no disco de estreia de Helena, “Fado Azul”. Sobre o autor do poema, Helena refere: ‘O João escreve o que eu escreveria se o soubesse fazer…‘.
Segue-se um instrumental fantasticamente tocado pelos músicos que acompanharam a fadista, e volta Helena ao palco.

Não posso falar, senão emociono-me…‘, disse Helena de voz embargada depois de se referir a ‘um grande poeta, grande homem e grande pai‘, o seu, Joaquim Sarmento, autor do tema “O nó do nosso segredo”, com música de Alfredo Marceneiro.
Não só de Fados propriamente ditos é composto o reportório cantado por Helena Sarmento. De Zeca Afonso interpreta “Canção do desterro”,  referindo que gosta de ver Amália e Zeca juntos.
A apresentação prossegue e chega a hora de Helena Sarmento mostrar ao público do Museu do Fado um dos temas que integrará o novo disco. Chama-se “Noite de Inverno” e a intérprete canta-o com música do Fado mocita dos caracóis.
Segue-se “Oiça lá, ó senhor vinho” e antes do tema de fecho do concerto, Helena pede ao técnico de luzes que as acenda porque quer ver o público. O seu público, que tanto calor e carinho deu durante todo o concerto. Carinho esse largamente merecido, pela entrega da fadista em palco, pela simpatia e pela ligação com o público.
Helena Sarmento tem o Fado no olhar e na voz, e promete mostrar que o Fado que nasce no norte também tem lugar na capital, em todo o país e no Mundo…

Texto e fotografias: Márcia Filipa Moura
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