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Jazz na Culturgest com Slow is Possible

Slow is Possible – Ciclo “Jazz +351”
Comissário: Pedro Costa
Jazz | 1 de março | 21h30 | Pequeno Auditório
Preço: 5€ (preço único)

 

André Pontífice – violoncelo; Bruno Figueira – saxofone; Duarte Fonseca – bateria; João; Clemente – guitarra; Nuno Santos Dias – piano; Patrick Ferreira – clarinete; Ricardo Sousa – contrabaixo

São a nova grande surpresa do jazz, num país que as tem tido algumas nos últimos anos, como as revelações de Hugo Carvalhais, de Marco Barroso com o LUME, de João Guimarães com Zero e Fail Better! ou do Ensemble Super Moderne e do Coreto. No caso dos Slow is Possible por maior força de razão: os sete jovens músicos que o constituem não cresceram nos meios do jazz: a sua formação é clássica. E fizeram-no longe dos grandes centros deste género musical, Lisboa e Porto. Habitando em várias cidades do interior português, foi na Covilhã, devido aos seus estudos na Universidade da Beira Interior, que se conheceram. Ou seja, não têm nenhum dos tiques e dos truques habituais no jazz: o que tocam é tão fresco quanto uma alface acabada de colher.

O jazz que praticam revela influências eruditas, como não podia deixar de ser, mas também do rock e das músicas exploratórias, dando um relevo à melodia e ao ritmo que o torna particularmente acessível. O trabalho harmónico desenvolvido pelo grupo pode ser complexo, como estranhas serão a um ouvido não treinado algumas situações sonoras que explora, mas os seus temas entram facilmente no ouvido e ficam lá. Muito devido ao carácter cinematográfico das composições, fruto de um especial interesse pelo cinema experimental e por realizadores como Myra Deren e David Lynch. Uma referência estará nos “filmworks” de John Zorn, mas não se torna especialmente determinante.

A instrumentação do septeto é bastante invulgar. São três os instrumentos melódicos, um saxofone alto, um clarinete (com e sem efeitos electrónicos) e um violoncelo. A secção rítmica compreende dois instrumentos harmónicos, guitarra (também com funções de introdução de ruído eléctrico) e piano, associados aos jazzisticamente convencionais contrabaixo e bateria. Esta combinação de timbres dá à música produzida uma dimensão de câmara que é minuciosamente aproveitada. Slow is Possible é a música de câmara que toca quem ouviu Charles Mingus, John Coltrane, Mr. Bungle e Keiji Haino e resulta tão bom quanto o melhor que se poderia desejar.

 

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