Os MANTA acabam de editar o single de estreia “112“, o primeiro lançamento do projeto. Este é um tema que aborda o transtorno de ansiedade, um assunto que a dupla formada por ZIM e Vítor Lusquiños defende que “é urgente ser urgente“. A letra e música são da autoria da banda e Gabriel Faria assina a produção da faixa.
Com uma sonoridade urbana aliada a elementos de rock, ‘112’ “fala, na primeira pessoa, acerca do que é estar numa situação de transtorno de ansiedade e não saber o que fazer ou como reagir em relação a isso”, revelam os MANTA. A banda acrescenta que este é, provavelmente, “o nosso tema mais ‘in your face’, mais direto ao assunto e mais ativo no sentido de pretender fazer algo em concreto em relação à narrativa da música. É urgente este assunto ser urgente”.
O tema apresenta-se com um videoclipe cujo conceito foi desenvolvido por ZIM com o filmmaker Tiago da Cunha, que segue a narrativa da letra e apresenta a visão filmada do dia a dia de uma pessoa que vive com transtorno de ansiedade. Gravado entre Roterdão e Braga, o vídeo conta com a participação da atriz holandesa Hansje Veen.
MANTA – 112 [LETRA]
Chama a ambulância pra hoje
Eu nem queria dizer alto isto
Mas eu sei que vai ser hoje
Não sinto cada parte minha
Está me a doer tudo no corpo
Eu sei que vai ser hoje
Chama o 112
Como é que eu te explico isto, como é que eu desligo?
Isto é sentimento misto, como é que eu te digo?
Hoje eu estou somente lixo e se a minha mente diz
Que o meu vício é ter um vício e que agora dependo disso
Nunca fui tão submisso
Será que tou possuído?
Chama a ambulância com um padre, liga e traz um crucifixo
Chama o 112
A sério que eu nunca me vi tão carente
Que a vida nunca me deixou ser tão crente
Que agora que a vida me cai de repente
Chapada na cara ‘tá a bater de frente
‘Tá a bater de frente e mesmo que tente
Não tiro a razão mas não fico ciente
E mesmo que invente
Caminhos diferentes, cabeça só mente
Estou escravo da mente
Estou escravo de que?
Estou escravo da mente
Estou escravo de mim, já nem faz sentido
Mas eu estou sentido, e num só sentido
Cuspir cá pra fora o que ficou contido
Tão, como é que te explico isto?
Como é que eu desligo?
E se isto é sentimento misto, tão
Chama a ambulância pra hoje
Eu nem queria dizer alto isto
Mas eu sei que vai ser hoje
Não sinto cada parte minha
Está me a doer tudo no corpo
Eu sei que vai ser hoje
Chama o 112
Se me passares a mão na testa vais ver quanto é que eu estou quente
Enquanto ser humano até quando é que eu aguento?
Sempre tive esta falsa dor presente
Falso frente a frente
Cheiro a medo enquanto tento segurar tanto peso
Vou estar preso até que aprendo
Que na verdade, nesta vida há pouco tempo
Estou sentado no sofá às vinte e trinta
Está tudo à minha espera e eu sem saída
Sinto cada olhar em mim, mas ninguém imagina
O que é viver dentro de alguém com uma alma igual à minha
Que quando dói, dói tanto que eu nem respiro
Chama a ambulância pra hoje
Eu nem queria dizer alto isto
Mas eu sei que vai ser hoje
Não sinto cada parte minha
Está me a doer tudo no corpo
Eu sei que vai ser hoje
Chama o 112