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Meu Bairro, Minha Língua | Projeto que junta vários artistas de países que falam português
Meu Bairro, Minha Língua é um projeto criado pelo rapper brasileiro Vinicius Terra, e conta com a participação de Sara Correia, Elza Soares, Linn da Quebrada e Dino D’Santiago. Este projeto terá o ponto alto da reabertura do Museu da Língua Portuguesa.

Encerrado em 2015 devido a um incêndio, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, será reaberto no dia 5 de maio de 2021, data em que se assinala o Dia Internacional da Língua Portuguesa. Nesta celebração, ganhou destaque o videoclip de uma canção que aborda a descolonização da língua.

“Meu Bairro, Minha Língua” propõe nos seus versos a redescoberta das nossas raízes, das nossas heranças culturais e relações históricas, por intermédio de vozes de artistas de países que falam a língua portuguesa, como Portugal, Brasil e Cabo Verde.

O compositor Vinicius Terra, rapper da Pavuna (bairro periférico do Rio de Janeiro), ativista cultural e professor de português e literatura, refere que “A música fala de reconexão e reconstrução de laços e também do pensamento de uma nova lusofonia, sobretudo no período da pandemia, quando muitas vozes ecoaram por direitos ainda não conquistados”.

Sobre o processo criativo da canção, o artista salienta: “A proposta de criarmos uma música colaborativa era sair do Brasil para encontrar outros artistas em países como Portugal, Cabo Verde e Angola. Não foi possível devido à pandemia, mas ao mesmo tempo conseguimos gravar, produzir e até concluir a websérie com 8 episódios tudo à distância”.

A música, com produção à distância devido à pandemia, tem igualmente um videoclip, um documentário e uma websérie com 8 episódios, que têm vindo a ser exibidos desde 10 de março com um lançamento de um novo episódio às quartas-feiras, às 20h no Youtube.

Após os episódios semanais da websérie a canção de Meu Bairro, Minha Língua estará disponível nas plataformas digitais a 30 de abril, dias antes do lançamento do videoclip que acontecerá durante o primeiro evento de campanha da reabertura do Museu da Língua Portuguesa.

Esta música representa um processo de reaproximação, de intercâmbio de ideias sobre aquilo que se perdeu na travessia do Atlântico e o que precisamos descolonizar para sentirmo-nos representados na língua portuguesa. Ter o timbre da rainha Elza misturada à voz da nova revelação do fado Sara Correia, ou do meu mano Dino D’Santiago e sua perspectiva caboverdiana com a maravilhosa Linn da Quebrada numa letra que compus é pra mim de uma alegria sem tamanho. É o regresso à Pavuna em contato com periferias urbanas de nosso idioma. É como se estivesse no Capão Redondo, Kova da Moura, Quarteira no mesmo segundo dentro de cada verso.” – afirma o idealizador do projeto.

Os bairros da língua portuguesa são o foco de percepção das mudanças no idioma e como cada artista local compreende e percebe a questão linguística e ao mesmo tempo a memória afetiva de seu bairro de origem em suas criações. Em cada episódio da websérie um intérprete da canção fala sobre suas impressões acerca do tema.

O português é o idioma que ao longo dos anos se adaptou a múltiplos falares de outras regiões além-mar e o que o torna vivo é o falar do povo, desses diversos lugares; seja aldeia, seja vila, seja bairro.

É do bairro que surgem os artistas locais – que possuem orgulho e valorizam suas origens e ao mesmo tempo apontam sua música para o mundo, tendo a nova lusofonia como poderosa ferramenta de integração entre os povos com o recurso do idioma. Da mistura de nações e raças é que a música deixa de ser brasileira ou portuguesa, por exemplo”, conclui o mentor do projeto Vinicius Terra.

A música conta ainda com a colaboração do duo português Lavoisier e a produção musical da cantora Mahmundi e do percussionista Gabriel Marinho. O videoclip, a websérie e o documentário foram dirigidos por Victor Fiúza. O projeto foi patrocinado pela EDP Brasil. A reabertura do Museu da Língua Portuguesa está prevista para o dia 17 de julho de 2021.

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