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Noiserv «Vejo um disco como algo que completa e enriquece os trabalhos anteriores»

Três anos depois da edição do último longa duração, Noiserv regressa com um novo disco intitulado “00:00:00:00”. Em entrevista David Santos, mentor do projeto Noiserv , falou-nos do álbum sucessor de “Almost Visible Orchestra”.

David Santos

Noiserv

Noiserv — «Há músicas onde se conseguem ouvir 8 pianos em simultâneo»

Três anos depois lanças um novo álbum e surpreendes por praticamente só usares um instrumento, o piano. O que te levou a neste disco não seres o “homem-orquestra” que tinhas vindo a ser nos anteriores?
Eu acredito que o conceito de “homem-orquestra” se mantém, no entanto, neste caso será apenas um orquestra de pianos. Há músicas onde se conseguem ouvir 8 pianos em simultâneo! O foco neste instrumento era algo que queria fazer há algum tempo e foi agora que me fez sentido.

E neste disco tens só composições em português. Este disco é uma viragem no teu percurso musical?
Não sei o que virá depois, mas nunca vejo um disco como um ponto de viragem mas sim como algo que completa e enriquece os trabalhos anteriores. A questão da língua surgiu pelo facto de as palavras em português se “fundirem” melhor com o piano que as em inglês.

De que inspirações te serviste para a composição deste disco?
Aquilo que me inspira é sempre o meu dia-a-dia, as pessoas com que me cruzo, as conversas que vou tendo, as histórias que vou vivendo, etc…

Noiserv — «Vejo este disco como a banda sonora de um filme que não existe»

Porque intitulaste o disco de “00:00:00:00”?
Vejo este disco como a banda sonora de um filme que não existe, e por esse motivo fez-me sentido que o timecode da camera que um dia o “filme” esteja a zeros, 00 horas : 00 minutos : 00 segundos : 00 frames, e daí o título.

Referes que este é um álbum de uma banda sonora para um filme que ainda não existe… daí também não dares nomes às músicas e somente números?
Sim, também está ligado a esse conceito. A numeração das músicas surge pela ordem em que foram escritas, por exemplo a “Sete” foi a sétima música que fiz nesta aventura ao piano. Não existindo filme não existe também o nome final para cada música e por esse motivo quis manter este nome de “arquivo”.

Dás ao título das canções números mas não por uma ordem cronológica. As outras ficaram guardadas para um outro disco?
As outras, como acontece muitas vezes, acho que se perderão no tempo. Estas 8 foram as eleitas de um conjunto de 24 rascunhos/ideias de músicas.

Noiserv — «Agora há um novo conjunto de canções a juntar às mais antigas»

Tens andado na estrada a apresentar “00:00:00:00”. Como te apresentas nesses concertos?
De forma semelhante aos anteriores, com a diferença que agora há um novo conjunto de canções a juntar às mais antigas. Como quero acreditar que, embora instrumentalmente diferentes, estas músicas fazem parte de uma mesma pessoa, eu, faz sentido fundi-las com as anteriores. Desta forma, faz-me sentido poder começar ao piano e tocar de seguida uma música cheia de camadas regressando de novo ao piano mais tarde.

O que ambicionas para o futuro?
Conseguir continuar a mostrar a minha música às pessoas esperando sempre que elas não fiquem desiludidas.

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