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Reportagem | André Indiana no Hard Club: a música portuguesa ainda vive

Foi na passada quarta-feira que o músico portuense, André Indiana, apresentou o seu quarto álbum de originais na sala 2 do Hard Club no Porto.

Respeitando o horário do concerto, André subiu ao palco pouco passava das dez da noite acompanhado de Pedro Santos no baixo, Miguel Martins ‘six pack’ na guitarra, Paulo Veloso nas teclas e André Hollanda na bateria.

Durante mais de uma hora, o músico interpretou temas de álbuns anteriores como Rip off, Stay, Electric Mind, Busted, I do, Bitch’s on my back, bem como outros do disco homónimo que está à venda desde segunda-feira; incluindo os temas Like a Legend – tocado pelo próprio ao piano – e Goodbye Tomorrow que têm estado em destaque nas rádios. I wanna make love to you, All over again, , Keep on dancing, são alguns dos temas tocados e que podem ser  encontrados no novo disco o qual mostram quem o artista é neste momento.

Como a imponência do espaço sugeria, os temas foram abordados de uma forma mais crua e dura em que as guitarras definiam o estilo próprio do rock na sua vertente ‘pesada’, embora na versão de estúdio as novas músicas abarquem diferentes estilos e arranjos,num trabalho que pretende ser mais instintivo e direto em que o músico partilha a autoria das letras, inspiradas no quotidiano, com amigos (inclusive com a cantora Mónica Ferraz que esteve entre o público) o que resultou num produto final interessante e bem feito, segundo palavras do próprio.

Houve ainda lugar para um ‘duelo’ internacional entre André e Kory Clarke que abanou por completo as estruturas do Hard Club, trazendo o rock n roll na sua máxima potência, elevando as vozes e enlouquecendo as guitarras que pareciam ganhar vida própria, levando público ao êxtase total.

Oscilando entre o rock, soul e até um pouco de funk, o músico maravilhou uma plateia, pequena é certo, mas ávida da sua música e conhecedora do seu trabalho, criando um ambiente próximo e de fusão com o público, cumprimentando-o, falando e brindando com ele. Nota-se que a maior parte das pessoas o conhece há muito tempo, demonstrando que André possui o melhor tipo de fãs que se pode ter: os “fãs-família”, aqueles que o acompanham e permanecem ao longo dos anos. E se permanecem, é porque vale a pena. E vale mesmo muito!

André Indiana pode não ser (re)conhecido a nível nacional, mas é dos músicos mais completos e admiráveis do panorama musical português, apresentando sempre um trabalho versátil e de excelência, aliando a sua mestria musical a letras consistentes e que, de alguma forma, conseguem transformar-se na banda sonora certa de alguns momentos da nossa vida.

É impressionante a forma como a indústria musical releva artistas deste calibre. Aliás o tema Like a Legend é o desabafo do músico – e corroborado por grande parte dos verdadeiros artistas – que, infelizmente, devido a um grau absurdo de’ falta de ouvidos’ e cultura musical, não podem ocupar o lugar de destaque que merecem. Felizmente, a ARTE é independente deste tipo intragável de maneirismos capitalistas e ainda se respira, embora que debilmente, algum talento em Portugal. É triste é que apenas algumas pessoas se interessem em ouvi-lo, mas pensando bem, este é um privilégio que nem todos os ouvidos podem ter.

O novo trabalho de André Indiana é composto por 16 temas, entre eles o dueto com Mónica Ferraz, que nos levam numa viagem reflexiva por vários estilos musicais e que, sem dúvida, será um dos cds do ano. Para aqueles que não conhecem, o Made In Portugal recomenda com urgência e a certeza que ficarão fãs.

O André merece e a música também!

Texto: Susana Costa
Fotos: António Costa

Mais fotos do concerto, brevemente no facebook: facebook.com/madeinportugalmusica

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