Foi com “Não é desgraça ser pobre” que Cristina Branco iniciou aquele que prometia ser um concerto especial, como a própria viria a afirmar minutos depois, e que surge em tom de celebração dos 18 anos de estrada.
“É um prazer regressar onde já fomos felizes”, refere antes de agradecer a todos os que tornaram possível a realização deste concerto no âmbito do projecto “Há Fado no Cais”, e de agradecer também ao público presente que preencheu a sala do grande auditório do CCB. Seguiram-se “Fado da Partilha”, “Foi por ela” entre outros dos diversos discos da fadista.
Cristina Branco e Camané
Acompanhada por João Paulo Esteves da Silva ao piano, interpretou “Lenço da Carolina”. Com Alexandre Frazão na bateria e Mário Delgado na guitarra eléctrica entra no Universo de Zeca Afonso. Canta “Menino D’ Oiro” e acompanhada por Manuela Azevedo interpreta “Ronda das Mafarricas” e “Comboio Descendente”.
Seguiu-se o instrumental pelos virtuosos Bernardo Couto, na guitarra portuguesa, Bernardo Moreira no contrabaixo e Ricardo Dias no piano.
Cristina tem ainda tempo para interpretar “Embalo”, um tema que gravou a pedido e num disco da Brigada Victor Jara. Seguem-se “Histórias do Tempo” e “Se Fores Não Chores Por Mim”.
Com a entrada em momento surpresa de Camané no tema “Abandono” segue-se um dos momentos fortes da noite com a interpretação cúmplice de “Cansaço”.
Entre outros tema de Idealist e de Kronos, a artista dá destaque a “Bomba Relógio” e “Meu Amor é Marinheiro”.
O público aplaude de pé o fabuloso concerto proporcionado por Cristina Branco e os maravilhosos músicos que a acompanharam. E pede mais. E Cristina Branco volta a palco para “Os Teus Olhos São Dois Círios”. E termina o concerto com a alegria do tema “Maria Lisboa”, referindo que temos que ver sempre o lado bom, e que Lisboa sempre foi e continua a ser das cidades mais lindas. Um amor que se sentiu na interpretação de Cristina.
Cristina Branco, que começou praticamente por conquistar Holanda e onde deu mais de 20 concertos só neste ano, aqueceu a gelada noite de Outono que se fez sentir naquela noite à beira Tejo, com a sua voz forte e doce.
A fadista foi acompanhada pelos três músicos habituais, ao longo de 18 anos de carreira, aos quais deixou palavras de agradecimento – Ricardo Dias (piano e direção musical), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Bernardo Couto (guitarra portuguesa).
