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Reportagem | Expensive Soul – Prova Coliseu passada com distinção!

Dezasseis anos de preparação para o Coliseu de Lisboa não foi tempo perdido. Os Expensive Soul cumpriram o que prometeram: Estavam preparados!

Foi uma casa cheia que recebeu o duo de Leça da Palmeira para a estreia no Coliseu de Lisboa. E os Expensive Soul não se quiseram ficar atrás na resposta: também o palco se encheu de música e de músicos. A “mini” orquestra incluía violinos, quatro vozes no coro, cinco metais, percussionista, baixista, guitarrista, teclista e baterista todos a acompanhar o duo nortenho. A indumentária partilhava as cores com o palco: Preto e vermelho. Eles de fato preto com gravata vermelha ou num menos formal camisa vermelha em calça preta. Elas de vestido preto com destaque para a flor vermelha ao peito, ou de vestido vermelho com destaque para a vocalista no interior. New Max alinhava com a formalidade preta do fato, na vermelhidão da camisa atada ao laço preto e encimada pela cartola. Demo, o mestre de cerimónias descontraído, de jeggings cinzentas e t-shirt branca comprida, com chapéu à Charlot a completar o figurino.

Num concerto em que se rodou praticamente todo o novo álbum (Sonhador), a abertura seguiu o mesmo alinhamento do estúdio: «Progresso», «Cúpido» e «Reacender a Chama». Demo não deixa o público descansar e entre aplausos e coreografias, a plateia devolve a energia ao músico. «Dou-te Nada» espalha melado na plateia contaminando os casais em beijos de desapego amoroso, tal como convida a canção. O final do coro conquista o público que só não estende mais as palmas porque «Só Contigo» entra quase a tirar o fôlego. Os metais vêm à boca de cena para tocar e trocar uns passos de dança. O público, heterogéneo na composição, não o é na atitude. E as crianças às cavalitas dançam como podem! Expensive Soul são uma banda de família a julgar pela plateia.

«Contador de Histórias» e «Abre-te Comigo» seguem-se no rol. «Deixei de Ser Bandido» começa com Demo a confessar «Quero é ver as meninas a dançar e a abanar o rabo como deusas!». E vêem-se algumas Afrodites. New Max despe finalmente o casaco. Aparece o colete, fica a cartola. “Toda a gente a saltar!” pede o mestre de cerimónias e ninguém se deixa ficar.

«13 Mulheres» é o primeiro tema de “Alma Cara”. A plateia não esconde que a faixa era esperada! No final, a pedido da banda, acendem-se os light sticks (menos as crianças que já os abanavam desde o início). Demo acrescenta: “Levantem-nos com o braço esquerdo, o braço do coração!” E o laranja domina o fumo, o palco, os light sticks e a luz lasciva e calma. Ambiente perfeito para «Que Saudade» ressoe uma nostalgia quente que cada um traz escondida.

Continuando Sonhador(es), «Não te Vás Já» e «Só Limar» trazem uma guitarra ao colo de New Max. Em «Electrificado» são os quatro elementos do coro a ganhar destaque: o centro do palco é deles, bem como os passos de dança que a plateia tenta seguir.

Acabada a música Demo pega na palavra para agradecer e fazer uma breve retrospectiva dos Expensive Soul. A emoção toma conta do músico quando tenta concluir que os Coliseus são um sonho realizado! “Não desistam dos vossos sonhos!” já é dito em cima dos acordes iniciais de «O Amor é Mágico»! E julgar pela reacção do público, é a música mais aguardada da noite! Dança-se, canta-se e batem-se palmas: “Vamos embora!!”.

«Liberdade de Expressão» marca o fim do concerto. New Max e Demo saem do palco antes do fim da música. Os músicos seguem-se-lhes assim que esta acaba. Ao final de duas horas e vinte, o concerto ficaria acabado, não fosse o encore merecido e pedido. Para chamar os músicos de novo ao palco, um coro, maioritariamente feminino, entoa o refrão de «Eu Não Sei»: “Eu não sei se vou ficar bem assim, eu só sei o que vai ser melhor para mim”.

Voltamos a «Sonhador», «Brilho» e ao revisitar o álbum de estreia (B.I.) New Max tira finalmente a cartola (o figurado também se aplica do figurino ao público). B.I. continua com «Falas Disso» numa revisitação breve que acaba com a nova «Adeus». Aqui os guitarrista, baixista, percussionista, baterista e teclista, pegam cada num instrumento de percussão e fazem uma espécie de bateria conjunta. Findo o «Adeus», New Max “queixa-se” com um sorriso que “Isto era suposto acabar aqui” mas o público não deixa. Repete-se o “Cúpido” para “por toda a gente a dançar”. No final, o público ainda pedia mais. New Max é que diz que já não dá. Mas “vemo-nos no Porto!” conclui. Prova Coliseu passada com distinção!

[Mais fotos do concerto aqui]

Texto: José da Gama
Foto: Tiago Alves Silva
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